Zoonoses divulga resultado do 2º LIRAa de 2022 e visita residências em Valadares

Infestação está em 4,3%, o que apresenta alto risco; até esta data (9), as arboviroses (dengue, zika e chikungunya), no município, já somam 1.515 casos

Onde eles chegam, o Aedes aegypti tem que sair. Afinal o trabalho dos agentes de endemias é justamente eliminar este mosquito que, há tempos, se revelou um dos nossos maiores inimigos. E a prova disso está nos números: até a data de hoje (9), Valadares registrou um total de 1.515 casos de arboviroses. Ou seja, pessoas contaminadas pelos vírus da dengue, zika ou chikungunya. Além disso, conforme o Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), feito em abril, a cidade apresenta infestação em alto risco, com 4,3%.

Sobretudo o Centro de Controle de Zoonoses destaca que a maioria dos focos estão dentro das residências. Por isso, os agentes de endemias do município deram sequência, na manhã desta segunda-feira (9), às visitas nos bairros.

Agentes visitam residências e pedem a permissão dos moradores para combate ao Aedes. | FOTO: DRD
Um dos agentes nos mostrou o Boletim Epidemiológico, com o número de arboviroses em Valadares. | FOTO: DRD

Combate às arboviroses

Então para lutar contra essas doenças e a proliferação do mosquito, o supervisor dos agentes, Lincoln Júnior, orienta: “Nós precisamos que as pessoas, primeiramente, ajudem os agentes, recebendo os agentes nos imóveis. Então a gente precisa da colaboração do morador”. A meta da equipe de Zoonoses é visitar 100% dos imóveis, inclusive os abandonados.

Casas abandonadas também são alvos da dengue e das ações de combate. | FOTO: DRD

No entanto nem sempre os agentes conseguem ter acesso ao interior das residências. Durante as visitas desta manhã, no bairro Santa Helena, uma moradora preferiu não aceitar a visita da equipe. Mas mesmo assim, do lado de fora do portão, o agente de endemias passou algumas orientações.

Ele viu que a moradora utiliza cascas de ovo como adubo para as plantas e apoiou a iniciativa. Porém até uma casquinha de ovo, segundo o agente, precisa de atenção para não se tornar um foco: “Esste trabalho que a senhora está fazendo, esta casquinha de ovo, até uma casquinha de ovo pode dar foco”, advertiu Lincoln Júnior. Confira:

Moradores autorizam visitas dos agentes

Já na casa do Ademir Conrado, que mora na mesma rua, os agentes costumam ser recebidos em todas as visitas. O autônomo ainda faz questão de enfatizar sobre a importância da vizinhança se unir em prol do combate ao Aedes. “Eu deixo eles entrarem, ofereço até café. Eles estão sempre vindo aqui. Tinha uma caixa d’água ali embaixo [no lote vago próximo à residência] que a gente nem sabia que estava com água. Eles viraram ela de boca para baixo. O outro vizinho, em vez de ajudar, atrapalha, joga lixo”, conta o morador.

Quem também já é conhecida pelos agentes como uma grande parceira nesta batalha, é a dona Joserize de França. Ela possui diversas plantinhas, dentro e fora do imóvel, mas a equipe não encontrou um foco sequer do mosquito. Então mesmo tendo bons hábitos, a dona de casa autoriza a supervisão da equipe de Zoonoses e acolhe as orientações.

Ademir Conrado disse que acha o mosquito “perigoso” e, por isso, sempre recebe os agentes. | FOTO: DRD
Dona Joserize de França recepciona e acompanha os agentes de endemias durante a vistoria. | FOTO:DRD

“Muitas vezes, eles não podem ter esse acesso completo junto com a gente. Tem que colaborar, eles estão fazendo é para o bem da gente mesmo”, comenta dona Joserize.

LIRAa 2022 e medidas de combate

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) é um método simplificado para obtenção rápida de indicadores entomológico (que identifica a presença do mosquito). Portanto esse levantamento tem o dever de mensurar, especificamente, a propagação do Aedes aegypti em um território.

Em fevereiro deste ano, a Prefeitura de Valadares divulgou o resultado do 1º LIRAa de 2022, apresentando índice de infestação em 4,7% – alto risco. Enquanto no 2º levantamento, realizado em abril, este número caiu para 4,3%. Apesar da pequena diminuição, a equipe do Centro de Controle de Zoonoses segue preocupada. Aliás a porcentagem considerada aceitável pela Organização Mundial da Saúde é abaixo de 1%.

Então com base nos resultados obtidos, a Secretaria Municipal de Saúde elabora o plano de ação para prevenção e combate a arboviroses. Assim sendo, o supervisor de equipe da Zoonoses, Lincoln Júnior, explica quais são essas ações. Dentre elas, está a aplicação da bomba costal:

“São os meninos com a bomba, passando em frente às casas. Ou até mesmo o morador, quando permite entrar, eles entram. E a gente tem visitado 100% dos imóveis. Tem os pontos estratégicos que os meninos visitam de 15 em 15 dias, que são oficinas mecânicas, cemitérios, ferro velho. É uma das ações que a gente realiza”, pontua o supervisor.

Lincoln Júnior orienta moradora a colocar areia no pratinho das plantas devido o acúmulo de água. | FOTO: DRD

Orientações à comunidade

Por fim, Lincoln Júnior reforça sobre as práticas que devem ser adotadas por todos nós contra o Aedes aegypti.“Se houver pratinho de planta, colocar areia até a borda; manter as caixas d’água bem tampadas; jogar água fervente nos ralos uma vez por semana; cloro também ajuda. Isso é importante que ajuda a gente a combater o danado do mosquito que é esse Aedes aegypti”.

Enquanto a respeito da autorização da entrada das equipes, o supervisor compreende, mas pede a colaboração de todos: “Devido a pandemia, as pessoas estão receosas ainda a deixar os agentes entrarem. Mas a gente pede para que os moradores abram as portas para a gente. Os agentes foram treinados para realizar esse trabalho”, conclui.

Em Valadares, o Centro de Controle de Zoonoses está localizado na rua Soldado Edson Veloso, bairro Santos Dumont II. O telefone para contato é o (33) 3273-1014.

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