[the_ad id="288653"]

UEMG recebe prêmio de patente do ano por tecido que controla temperatura do corpo

De autoria de professora e de estudante da Escola de Design da UEMG, projeto teve parceria com UFMG e Fapemig.

Quem nunca foi pego de surpresa pelas mudanças bruscas do clima e acabou passando frio na rua ou penou sob o sol forte? É parte do nosso cotidiano que ao sair de casa, em um dia frio, nos vestirmos com vários casacos a fim de manter uma temperatura confortável. No entanto basta o sol dar as caras que começamos a suar intensamente debaixo daquela pilha de roupas. 

Imagine se você tivesse uma roupa inteligente capaz de regular a temperatura corporal mesmo em situações adversas de frio ou calor? Este é o projeto de pesquisa, desenvolvido pela Escola de Design da Universidade do Estado de Minas Gerais, vencedor do Prêmio de Patente do Ano em 2022. 

Concedida pela Associação Brasileira de Propriedade Intelectual (ABPI), a patente foi laureada durante o encerramento do 42º Congresso Internacional da Associação, realizado em São Paulo, em uma premiação que teve como foco a inovação para o bem-estar humano. 

Histórico

Orientado pela professora da Escola de Design da UEMG Eliane Ayres (na imagem ao lado), o projeto de iniciação científica da então aluna Priscila Ariane Loschi recebeu em 2012 o primeiro lugar na categoria “estudante de graduação” no XXVI o Prêmio Jovem Cientista. 

Pensando na temática da premiação, que aproveitava o ensejo da realização futura da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil, pesquisadora e orientadora inicialmente dedicaram-se à proposta de criação de um tecido inteligente voltado para as práticas físicas esportivas. Com o amadurecimento dos estudos, verificou-se que a aplicação da tecnologia seria igualmente relevante em atividades profissionais nas quais o agente esteja mais vulnerável aos efeitos da temperatura, como é o exemplo de trabalhadores de limpeza pública, frentistas e carteiros, por exemplo. 

Embora hoje a UEMG possua infraestrutura suficiente para desenvolver integralmente um projeto desse porte, a professora Eliane Ayres conta que há dez anos isso não era uma realidade. Assim, grande parte dos experimentos foram realizados no Laboratório de Polímeros e Compósitos da Universidade Federal de Minas Gerais (LEPCom/UFMG), o qual disponibilizou não só o espaço, como também a utilização de insumos. 

A parceria rendeu uma titularidade de patente compartilhada entre a UEMG, UFMG e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). Trata-se de uma das primeiras patentes da UEMG, concedida em 2021, e que já tem chamado a atenção de empresas interessadas em adquirir a tecnologia para uso comercial. 

Sobre a tecnologia

A proposta de inovação na produção de um tecido controlador térmico consiste em seu revestimento por um complexo polimérico, que é formado a partir de duas substâncias principais: o polietileno glicol (PEG) e o poli(ácido itacônico) [PIA]. Esta, inclusive, pode ser obtida a partir do melaço da cana-de-açúcar, fator que simultaneamente concede à inovação tanto uma pegada ecológica quanto de valor econômico, ao utilizar um insumo do qual o país é um dos principais produtores mundiais. 

É tratada como inovação, porque existem, fora do país, produtos que já utilizam esse conceito, embora com outro modelo. Segundo a professora Eliane Ayres, os produtos estrangeiros utilizam um sistema de cápsulas, que carregam o material intitulado de mudança de fase, introduzidas entre as fibras do tecido, fazendo com que o material libere calor quando está frio ou o absorva quando está calor. “O problema é que essas cápsulas, semelhantes às de medicamentos, têm ‘paredes’, o que acaba diminuindo a eficiência do material”, explica.  

Segundo ela, a tecnologia mineira é inovadora, pois é aplicada a um substrato têxtil (tecido) sob a forma de revestimento. As interações que ocorrem entre o PEG, que é o material de mudança de fase, e o outro componente, PIA, dão origem à uma “forma estabilizada”. Com isso, consegue-se evitar que o PEG ‘escorra’ quando está na forma líquida, devido à absorção de calor, sem a necessidade de estar encapsulado. O uso do produto é capaz de regular continuamente o microclima entre a pele do usuário e o tecido. 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

[the_ad_placement id="home-abaixo-da-linha-2"]

LEIA TAMBÉM