Em amplo crescimento, o Sicoob Crediriodoce fechará o ano com metas cumpridas. O diretor-presidente, Cantídio Ferreira, contou um pouco os motivos do sucesso da cooperativa
O Sicoob Crediriodoce vai fechar mais um ano com resultados positivos. Dados da cooperativa de crédito revelam que o patrimônio líquido de janeiro a outubro deste ano chegou a R$ 77,7 milhões, enquanto o saldo em poupança atingiu a faixa de R$ 180 milhões. Só o volume de depósitos, no mesmo período, foi de R$ 501,2 milhões, enquanto as operações de crédito em toda a área da Crediriodoce atingiram R$ 372,8 milhões, resultando em R$ 635,9 milhões de ativos totais.
Diante disso, o diretor-presidente, Cantídio Ferreira, acredita que as metas para 2022, que vão ser divulgadas em breve, serão não apenas cumpridas, mas atingirão um patamar histórico. Em entrevista exclusiva ao DIÁRIO DO RIO DOCE, ele destacou vários motivos de a cooperativa estar em ascensão. Uma das razões é a participação social em toda a região aonde a Crediriodoce chega. Confira na íntegra.
DRD – Como foi o ano da Crediriodoce?
CANTÍDIO FERREIRA – Apesar de todas as dificuldades, principalmente, com as taxas de juros um pouco mais elevadas em relação aos anos anteriores, tivemos resultados bons. Para 2023 vai depender muito da política do novo governo.
DRD – Para a economia, a taxa de juros alta não é positiva?
CANTÍDIO FERREIRA – Não. Porque se a pessoa tem recurso ao invés dela investir para gerar emprego, fomentar a economia e a produção, ela pega o dinheiro e o coloca numa instituição financeira, numa renda fixa e fica tranquila tendo seu rendimento.
DRD – Qual seria o principal produto da Crediriodoce?
CANTÍDIO FERREIRA – Hoje somos uma cooperativa, uma instituição financeira, mas fazemos tudo que um banco faz. Uma operação que está sendo muito utilizada e buscada pelas pessoas é o financiamento de energia fotovoltaica.
DRD – Se a cooperativa faz todos os serviços que um banco comum faz, qual é a vantagem da cooperativa?
CANTÍDIO FERREIRA – Temos taxas muito mais competitivas porque olhamos para o associado. Um segundo ponto é que as sobras são divididas entre os associados. Ou seja, quando ele faz um balanço do ano – aquilo que teve de receita e despesa – a sobra é rateada. Num banco tradicional, seu lucro é distribuído apenas para os correntistas que têm ações no banco, o restante não participa do lucro. Já aqui, quanto mais fiel for o associado, mais ele participa da distribuição de sobra. Nós ainda trabalhamos em função do capital que os associados trazem para a cooperativa. Para entrar aqui, a pessoa faz um aporte, que pode ir aumentando, e nós pagamos juros pelo que você colocou e você paga juros pelos empréstimos que faz.
DRD – Hoje em dia, os bancos estão focados em bancos digitais isentos de taxa. Como isso funciona numa cooperativa?
CANTÍDIO FERREIRA – Aqui a pessoa também pode se associar digitalmente. Nós trabalhamos com o cartão físico e pelo aplicativo, onde você consegue fazer todas as operações. Nesse aplicativo, inclusive, você também consegue depositar cheques pelo celular. Uma pessoa que mora no Rio de Janeiro, por exemplo, se quiser se associar, agora pode. Antigamente não podia, você tinha que residir na nossa área de atuação. Agora de qualquer lugar do Brasil você pode trabalhar conosco digitalmente.
DRD – Qual seria a área de abrangência da Crediriodoce?
CANTÍDIO FERREIRA – Hoje vamos até Mantena, vamos até Ipatinga, Guanhães e, no sentido a Bahia, vamos até Pescador. No total, somos 25 agências e ainda temos a casa de negócios em Ipatinga.
DRD – Como funciona essa casa de negócios?
CANTÍDIO FERREIRA – São locais onde não há movimentação do papel-moeda. É apenas para fazer negócios. A pessoa se associa, faz empréstimos e depósitos normalmente, mas só trabalha pelo aplicativo. Essas casas de negócio são para recebermos nossos clientes e nos aproximarmos dele.
DRD – O objetivo é reduzir o uso de papel-moeda cada vez mais?
CANTÍDIO FERREIRA – Sim. Hoje, o dinheiro em papel-moeda é um dos maiores problemas para as instituições financeiras, porque você tem que pagar para trazer, para levar e para proteger, fora as questões de explosões de agência e riscos. Então temos tentado trabalhar sem o recurso do papel-moeda. Como o Pix já caiu no gosto popular, todo comércio já aderiu, se tornou uma solução. Ainda em relação ao Pix, o sistema financeiro já vem cobrando uma taxa, principalmente, das pessoas jurídicas, mas uma das vantagens de participar de uma cooperativa é que ela não vai cobrar essa taxa do Pix, nem física nem jurídica, mesmo com as mudanças.
DRD – Hoje a Crediriodoce possui quantos associados?
CANTÍDIO FERREIRA – Somos 32 mil associados.
DRD – E vocês têm uma preocupação social também? Participam de algum projeto?
CANTÍDIO FERREIRA – A cooperativa vem crescendo, talvez ao fim de 2022, atinjamos um resultado em torno de R$ 16 e 17 milhões de sobra. No ano passado foram R$ 15 milhões.
Em função dos nossos resultados em 2021, nós solicitamos à assembleia que aprovasse uma ação social que fizemos juntos às nossas agências com o valor de R$ 170 mil em 2022. Esse valor foi rateado entre todas as agências onde estamos inseridos. Nunca ouvi nem vi nenhuma instituição financeira fazendo uma ação social nesse montante. E neste ano, se o resultado for bacana como esperamos, vamos propor novamente à assembleia que aprove mais um montante, talvez na faixa dos R$ 200 mil, para que possamos fazer mais uma ação social nos municípios onde estamos inseridos.
DRD – Quais ações foram realizadas?
CANTÍDIO FERREIRA – Em Divinolândia de Minas, em julho, compramos cobertores para serem distribuídos para pessoas mais carentes. Em outras regiões foram compradas cestas básicas e teve locais, como Virginópolis, que doamos ao hospital. Em Guanhães foram comprados equipamentos para o hospital também. E outros R$ 53 mil foram divididos entre várias instituições de caridade em Valadares.
