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Segmento da construção civil prospera em Valadares em meio à pandemia

Apesar de a pandemia de covid-19 ter abalado vários setores da economia, o ramo de construção civil em Governador Valadares tem se destacado em 2021. Uma das explicações para o crescimento do setor é que pandemia tem feito muita gente ficar mais tempo em casa. Com isso, as pessoas têm aproveitado o isolamento para fazer aquela reforma que vinha sendo planejada. Outra razão, apontada por economista, foi a redução drástica da taxa de juros no mercado.

O economista e assessor de investimentos Lucas Gonçalves explica que a redução da taxa de juros também ocasionou uma demanda maior no setor. “Com o impacto econômico da pandemia na economia brasileira e global, uma série de desdobramentos econômicos ocorreram em setores diferentes. Alguns sofreram mais; outros segmentos, por sua vez, demonstraram grande resiliência. Também houve setores que, inclusive, cresceram. A construção civil passou por um movimento inicial de susto, seguida depois de uma conjuntura econômica que propiciou umas das recuperações mais rápidas vistas no pós-pandemia. Com a diminuição drástica da taxa de juros, visto que a atividade econômica foi reduzida fortemente, uma das primeiras possibilidades verificadas por governos e instituições financeiras estava balizada no crédito imobiliário”, explicou.

O economista e assessor de investimentos Lucas Gonçalves explica que a redução da taxa de juros também ocasionou por uma demanda maior no setor

Em reportagem publicada no DRD no dia 20 de maio, o secretário municipal de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (SMDCTI), Hilton Manoel, já havia ressaltado que os segmentos de construção civil e e-commerce foram menos impactados na pandemia em Governador Valadares. Resultado disso é visível nas ruas do centro da cidade, com a numerosa presença de construções ou inauguração de edifícios para fins comerciais, além de canteiros de obras espalhados por alguns bairros.

Administrador de uma construtora em Governador Valadares, Wallace Barreto comentou sobre o aumento da demanda de edificações na cidade. “A baixa dos juros e a mudança do mercado foi uma coincidência que aconteceu junto com a pandemia. Mas tem também outros fatores que contribuíram para esse aumento, como, por exemplo, a quantidade de pessoas que decidiram migrar de casas para morar em apartamentos. Agora, se for comparar, o número de reformas teve mais destaque do que as construções de casas. E agora, com o aumento de insumos, o preço dos imóveis aumentou ainda mais”, comentou.

Wallace Barreto é administrador de uma construtora em Governador Valadares

Recém-chegado a Governador Valadares, Wallace diz que a cidade vem se desenvolvendo no processo urbanístico nos últimos anos. “Valadares era conhecida antigamente como a Princesinha do Vale, devido ao destaque na arquitetura e à quantidade de prédios. Depois desse tempo, houve um apagão. Eu acho que agora a cidade está retornando com seu potencial no ramo de verticalização. Isso já estava acontecendo em Ipatinga e agora está acontecendo aqui novamente”, disse.

Materiais de construção continuam caros

Os custos para construção civil continuam elevados em Governador Valadares. Entre os materiais de construção, por exemplo, alguns produtos tiveram aumento de 80% em relação ao início de 2020.

Em um depósito de material de construção no bairro Santos Dumont, por exemplo, o preço do milheiro de tijolos está custando R$ 900; um saco de cimento, entre R$27 e R$ 29; a cerâmica está custando R$ 29 o metro, em média. De acordo com o Lucas Gonçalves, os preços inflacionaram devido ao desabastecimento, à demora na entrega de matéria-prima (tijolo, cerâmica, cimento, ferragens, tinta, aço e etc.), que começou a ocorrer no início da pandemia, em 2020. A falta de material causou reajustes de preços de até 170%. “Com a escassez de matéria-prima, o custo para construir se elevou e houve valorização forte no preço dos imóveis, o que também estimula a compra e venda por parte dos investidores nessa modalidade. Dessa forma, o aquecimento visto nesse setor está lastreado por essas duas pontas, uma demanda aquecida e pautada na maior atratividade do crédito habitacional, com uma oferta de preços em alta, visto que a inflação do setor apresenta números recordes nas amostragens anuais”, afirmou o economista.

O milheiro de tijolos em Valadares está custando em média R$900

Escassez na mão de obra

Além da escassez de matéria-prima na construção civil há também ausência de mão de obra. Frequentemente, construtores relatam sobre a dificuldade de conseguir bons pedreiros e ajudantes, tanto tecnicamente quanto no sentido de comprometimento com o trabalho a ser executado nas construções. “Pra gente contratar funcionários em Valadares, tivemos bastante dificuldade. Tivemos que procurar, garimpar até encontrar. Neste ano, talvez esteja um pouquinho melhor do que em 2020. Acredito que foi devido ao auxílio emergencial, que muita gente optou por ganhar menos e ficar em casa e não trabalhar. Hoje esse número está melhor e estamos conseguindo contratar”, contou Wallace.

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