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Quase 70 imigrantes legais nos EUA podem ter sido deportados ilegalmente

Pelo menos 70 cidadãos dos Estados Unidos foram deportados entre 2015 e 2020, de acordo com um um relatório divulgado pelo Government Accountability Office (GAO). Isso mostra que a agência de imigração tem cometido erros imperdoáveis, pois os deportados não podiam ser acusados de violações das leis de imigração civil.

Ao todo, os dados mostram que o ICE prendeu 674 cidadãos dos EUA, deteve 121 e deportou 70 durante o período de tempo analisado pelo órgão fiscalizador do governo. O verdadeiro número pode ser ainda maior. Os investigadores descobriram que nem o ICE e nem o Departamento de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP, sigla em inglês) mantêm registros bons o suficiente para determinar quantas pessoas as agências prenderam ou deportaram por engano.

O GAO encontrou duas falhas principais, entre outras, que podem explicar porque isso continua a acontecer. O relatório primeiro aponta para os materiais de treinamento inconsistentes do ICE, pois a política da agência exige que os oficiais trabalhem ao lado ou consultem um supervisor ao questionar pessoas que afirmam ser cidadãos dos EUA.

Apesar desta política, os materiais de treinamento do ICE dizem que os oficiais são livres para entrevistar esses indivíduos sozinhos. Esta discrepância entre a política do ICE e os materiais de treinamento deixa espaço para agentes de baixo escalão tomarem decisões sem a presença de um supervisor.

Brechas nos sistemas de dados do ICE complicam ainda mais o problema. Os agentes devem documentar as investigações em bancos de dados, mas não são obrigados a atualizar a marcação do campo de cidadania se alguém for um cidadão após a conclusão da investigação.

Devido a esses dados incompletos, o GAO conclui que “o ICE não sabe até que ponto seus oficiais estão tomando medidas coercitivas contra indivíduos que podem ser cidadãos dos EUA”.

Os dados analisados pela Transactional Records Access Clearinghouse, no entanto, descobriram que o ICE identificou erroneamente pelo menos 2.840 cidadãos dos EUA como potencialmente elegíveis para remoção entre 2002 e 2017. Pelo menos 214 ficaram presos por um período de tempo.

RACISMO

Estudos têm mostrado que, tanto o ICE quanto o CBP, têm um histórico documentado de discriminação e racismo. Consequentemente, as pessoas de cor são frequentemente o alvo dessas ações injustificadas de imigração.

Relatos de prisões, detenções e deportações equivocadas são muito comuns. E como os imigrantes não têm direito a advogado gratuito, alguns cidadãos confundidos como indocumentados também adoeceram na detenção durante longo período de prisão.

Em um dos casos citados pelo relatório, Davino Watson, um cidadão dos EUA, residente de New York, ficou preso em um centro de detenção no Alabama por três anos antes de ser libertado pelo ICE. Sem um advogado, ele teve que provar seu status de cidadania apenas para a agência. Apesar desta violação clara do protocolo do ICE, um tribunal de apelação concluiu que Watson não tinha direito a qualquer compensação financeira por sua prisão e detenção injustas.

A experiência devastadora de Watson é uma das milhares de ações injustas de imigração que ocorrem todos os anos – tanto para cidadãos quanto para imigrantes. “O ICE e o CBP devem atualizar seus sistemas para rastrear melhor as investigações de cidadania antes que mais pessoas sejam indevidamente indicadas para prisão ou deportação, conclui o relatório.

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