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Projeto reúne esforços para proteger florestas e gerar renda com crédito de carbono no Vale do Rio Doce

Projeto reúne esforços para proteger florestas e gerar renda com crédito de carbono no Vale do Rio Doce
FOTO: Divulgação/ CIAAT

GOVERNADOR VALADARES – O Centro de Informação e Assessoria Técnica (CIAAT) lançou o projeto “Acelerador de Territórios” para impulsionar o desenvolvimento regional do Vale do Rio Doce. A iniciativa visa proteger as florestas de Mata Atlântica restauradas na região, utilizando o mercado de crédito de carbono como motor econômico.

A apresentação do projeto aconteceu no começo do mês de março, no dia 6, na sede do CIAAT, em Governador Valadares. O evento contou com a participação do ex-ministro do Meio Ambiente José Carlos de Carvalho, além de representantes de agricultores familiares, comunidades indígenas, quilombolas, assentados, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF/GV), Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG/GV), Universidade dos Vales Mucuri e Jequitinhonha (UFVJM/TOT), Banco do Nordeste e outras organizações.

A apresentação do projeto aconteceu no começo do mês de março – FOTO: Divulgação/ CIAAT

Reflorestamento no Vale do Rio Doce

Atualmente, o reflorestamento no Vale do Rio Doce é financiado pela Fundação Renova como medida de reparação pelos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (2015). Ao final do processo, a Fundação Renova deixará um legado de 40 mil hectares restaurados. Em paralelo, o CIAAT atua na restauração de milhares de hectares ao longo da bacia, em 15 municípios e mais de 300 propriedades rurais.

O projeto “Acelerador de Territórios” propõe a criação de um Conselho Consultivo regional para garantir a preservação das matas após o término do financiamento da Fundação Renova. O conselho orientará as comunidades e produtores, evitando exploração por empresas e criando condições para executar projetos de desenvolvimento com o capital do crédito de carbono. Um fundo, gerido pelo conselho, custeará os projetos e será auditado anualmente para garantir transparência.

Para iniciar o projeto, o CIAAT informou que destinou 3% de seus rendimentos do contrato com a Fundação Renova para captação de recursos via crédito de carbono.

Iniciativas que equilibrem desenvolvimento e sustentabilidade

A pesquisadora Bruna Anair Souto Dias alertou sobre o mercado de crédito de carbono, ainda não regulamentado, e destacou a importância de cautela na assinatura de contratos, que podem durar 30 anos.

“Vale destacar que este mercado ainda não é regulamentado e, infelizmente, existem grandes empresas agindo de má-fé. Os contratos de crédito de carbono são firmados por 30 anos, então, precisam ser muito bem estudados, para que não prejudiquem os produtores da região. Este é o momento de nos unirmos, estudarmos juntos e de pensar no que queremos para a nossa região”, destacou a pesquisadora.

O Cacique Baiara, da aldeia Pataxó, em Açucena, relatou ter sido procurado por uma empresa interessada na compra de crédito de carbono, mas não firmou acordo. A aldeia preserva 500 hectares de floresta jovem e pretende ampliar para 700 hectares até 2025.

O ex-ministro José Carlos de Carvalho, consultor da Fundação Renova e conselheiro do Projeto Inhotim, elogiou a iniciativa do CIAAT e encorajou a organização do conselho e o início dos trabalhos. Ele destacou a importância da união das lideranças e da construção de um modelo de desenvolvimento sustentável para a região.

“Eu passei o agosto de 1975 em Governador Valadares. Era uma catástrofe: as casas, as ruas, eram cheias de fuligem, porque o manejo do colonião era totalmente feito com fogo. O que estamos vendo hoje na Amazônia é uma repetição do que aconteceu há 60 atrás. Hoje a produtividade do Vale do Rio Doce é de 0,6 animal por hectare ao ano. Na década de 1970 era de 2,8 animal/hectare/ano. Quem sobrevive com essa renda? O latifúndio, porque quem tem mil hectares, mesmo com produtividade baixa consegue ter uma renda muito boa. Aí ele não gasta nada com investimento para restaurar, melhorar a pastagem, fazer piquete. Isso tem que ser a partir das bases, o que vocês estão fazendo. É a partir daí que vamos conseguir avançar. Não apenas por razão social ou ambiental, mas também econômica, porque os pequenos produtores terão a oportunidade de ganhar mais e viver com dignidade”, destacou o ex-ministro.

Comments 1

  1. Francisco says:

    Deveriam se inspirar em projetos da China, Israel, e,alguns países africanos que estao reflorestando desertos e tornando-os imensamente produtivos; na produção de arroz, piscicultura, além de arvores, eh claro. Iniciativa relevante que deveria ser levada a serio, colocada em pratica por todos os proprietários de terras, deixando rico legado para seus sucessores.

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