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Professora de Valadares orienta sobre a importância do planejamento financeiro

Aline Gomes Peixoto ressalta importância de se planejar para não ter o orçamento comprometido

O ano de 2020 foi bem atípico, principalmente por causa da pandemia que afetou todos os setores da sociedade, principalmente na economia. Empresas fecharam, pessoas perderam seus empregos. Diante deste contexto, o Diário do Rio Doce conversou com a professora e coordenadora do MBA em Auditoria, Controladoria e Finanças da Univale, Aline Gomes Peixoto, sobre planejamento financeiro.

A professora, que também tem formação em Ciências Contábeis e é mestre em Administração pela Universidade Federal de Viçosa, deixa o alerta sobre o perigo de extrapolar o orçamento neste período de fim de ano, principalmente no Natal, que é uma data que as pessoas têm o costume de comprar e gastar mais. “Se em anos anteriores a orientação era para que as pessoas não extrapolassem nas compras em dezembro e não comprometer os gastos habituais de início de ano, como IPTU, IPVA, despesas escolares, este ano a orientação não é diferente e vem de forma mais impositiva. Quanto às compras de Natal, o ideal é pesquisar preços. Com a tendência do atendimento on-line de lojas que comprávamos através de visitas físicas, fica mais fácil por meio virtual, comparação de preço e condição de pagamento, com comodidade e segurança que o momento exige”, disse.

Aline Gomes também destaca que o ideal para as pessoas seria identificar as reais necessidades para não comprar apenas por impulso. “Quando digo condição de pagamento, fica o alerta para parcelamento que pode comprometer seu orçamento futuro, principalmente as de início de ano que se somam aos impostos dessa época e gastos habituais. É importante pensar sobre o que é necessário. Não comprar no primeiro contato com a oferta. Espere, deixe para mais tarde, para o dia seguinte, se pergunte se esse produto será útil, pois a impulsividade é um dos principais motivos que nos faz comprar. A gente foca muito em promoção, mas tem outras alternativas que são mais viáveis. A decoração natalina, por exemplo, pode ser aproveitada do ano anterior, os presentes de Natal podem ser mais modestos. Tem que saber escolher com carinho e pesquisar preços. Todos nós compartilhamos neste momento de pandemia, deixe o presente mais caro para um momento mais oportuno e compre aquilo que seu orçamento permite”.

Neste período de pandemia, o Governo Federal disponibilizou o auxílio emergencial para aquelas pessoas que se encaixavam nos critérios de elegibilidade do programa, além do saque emergencial do FGTS. A professora ressalta a importância de saber poupar, pois o momento ainda é de indefinição quanto ao futuro. “Para quem conseguiu manter a renda, seja por trabalho habitual ou por fontes assistenciais concedidas pelo governo, como auxilio emergencial ou FGTS emergencial, o momento é de poupar. Vivemos um cenário de instabilidade e com tendência de elevação de desemprego. Talvez agora a pessoa até consiga manter a renda, mas em um futuro próximo ela pode ter o emprego comprometido. Por isso é importante anotar o que gasta e o que pretende gastar nos próximos meses e deixar uma margem para gastos não esperados e ter uma poupança. Poupar consiste em controlar os gastos, ver o que é prioridade, identificar os gastos desnecessários que apertam o orçamento. Quando a gente anota e vê com mais clareza a saída e entrada de recursos que podem ocorrer nos dias e meses seguintes, a gente consegue tomar decisão antes de gastar. Planejar é desenhar o futuro. É antecipar sua visão financeira e tomar atitude antes de gastar. O planejamento auxilia no equilíbrio das contas e, consequentemente, em nossa qualidade de vida”.

Para quem está desempregado, a professora indica que essas pessoas possam ter uma visão para o empreendedorismo, já que o trabalho em home office é uma realidade nesta pandemia. “É importante lembrar que as barreiras geográficas estão cada vez menores. Hoje é possível procurar oportunidades de trabalho em outras cidades e estados oferecendo prestação de serviço em home office. Aulas de idiomas, reforço escolar, edição de fotos, ou algo que você saiba fazer, mas bem feito. O segredo está em tentar perceber o que o mercado está demandado e qual seria seu público-alvo para uma oportunidade de empreender”.

Orientação para os comerciantes

A pandemia afetou o comércio por causa das restrições e muitos lojistas deixaram de receber os clientes em seus estabelecimentos devido aos protocolos de saúde exigidos, como evitar aglomeração. Segundo Aline, com essa situação, que é uma nova realidade no momento atual, o comerciante precisará de inovação no atendimento ao cliente. “O fechamento das lojas físicas causa diminuição do consumo, logo o comércio precisa inovar no atendimento e na maneira de lidar com seu público. Quando eu falo em inovar, significa mudar a postura do modo de agir perante os clientes. É a hora do comércio mudar a estratégia de vendas, investir em publicidade em redes sociais, painéis de led que temos na cidade, divulgação em tv e jornais, isso de acordo com o orçamento da empresa e o público-alvo que ela tem”.

De acordo com Aline, a divulgação do diferencial do produto ou serviço oferecido pode ser fundamental no sucesso do aumento das vendas. Além disso é possível facilitar o acesso dos clientes aos produtos, com a possibilidade de vendas on-line com as diversas ferramentas que existem hoje. Outro fator importante citado pela professora, é que na hora da divulgação dos produtos, as principais informações como tamanho, marca, preço ajuda o lojista a fazer essa vitrine virtual. “Até hoje é comum a gente ver loja no Instagram, por exemplo, que é uma importante ferramenta de vendas hoje em dia, sem preço. As pessoas querem informação rápida e, por vezes, ela compra pelo momento e impulso. Se não tem informação primária, o cliente pode se frustrar. É um diferencial expor informações sempre de maneira franca para fidelizar o cliente e deixá-lo mais habituado nas compras a distância, mostrando a praticidade, eficiência e comodismo de escolher o produto da sua própria casa. A empresa precisa ter um atendimento diferenciado. Observe que isso vai entrando na rotina e cotidiano da pessoa. No início é algo novo, mas depois quando ela ver a praticidade da compra on-line, ela deixa de sair não só pela pandemia, mas também por causa da comodidade que a ferramenta oferece. Ela pode escolher com calma, comparar preço, tem aplicativo que faz isso. Então o lojista precisa trazer e aproximar o cliente dessa nova realidade e um atendimento propício a isso”.

Sobre corte de gastos, que ocorre com as empresas nos momentos de crise, a professora entende que é necessário, mas também será importante o lojista ter o olhar de captar receitas e elaborar estratégias para isso. “É preciso sim cortar gastos que são desnecessários e até negociar preço com fornecedores. Porém, mais do que isso, o momento exige mudança de postura das empresas. Apesar da tendência em priorizar a diminuição de gastos, que é normalmente que as empresas tendem a fazer, o comércio precisa voltar o olhar na captação de receitas. Nesse segundo semestre tivemos bilhões de reais entrando na economia por meio do saque do FGTS emergencial e auxílio emergencial. Então entrou dinheiro na economia, tanto é que esses valores impactaram positivamente no PIB no terceiro trimestre, ou seja, houve aumento do poder de compra em comparação ao trimestre anterior. Temos a oportunidade de o comércio aumentar sua receita, explorar esses recursos que estão na economia para poder vender mais. O que precisa é se planejar, mudar postura, modo de atender o cliente, e aproximá-lo dos mecanismos de vendas on-line que são exigidos nesse momento. Mostrar para o cliente que isso é fácil, cômodo e consegue manter suas compras sem prejuízo através das novas modalidades. Manter vendas em tempos de pandemia é um desafio, porém é possível reverter um cenário que seja negativo com elaboração de estratégia”.

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