Prefeitura de Valadares realiza evento em comemoração ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha

No dia 25 de julho comemora-se o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Então em comemoração à data, o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher – em parceria com o Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Valadares – promoveu uma Roda de Conversa com o tema “A vulnerabilidade da Mulher Negra no Contexto Pandemia: A carne mais barata do mercado é da mulher negra?”.

Homenagens

A ocasião foi marcada por homenagens à Ana Aparecida Souza de Jesus, a pedagoga que ficou conhecida como Ana Afro. Ela foi referência do Coletivo Abayomi de Governador Valadares, atuando na luta contra o racismo e no fortalecimento do movimento afro na cidade.

Na composição da mesa, além da atual presidente do CMDM, Tania Stork, também estava Érica Benigna, professora de História da educação básica, ativista do Movimento Negro e mestranda em Gestão Integrada do Território. Ela apresentou dados sobre a situação de vulnerabilidade das famílias brasileiras.

“Enquanto ouvimos que para se prevenir da covid é necessário lavar as mãos e ter cuidados com higiene, nos espanta saber que 35% das casas no Brasil não têm esgotamento sanitário, muitas não têm água, e essa população de maioria negra vive nas periferias, amontoados em lugares insalubres sem saneamento, e fica o questionamento de como essas pessoas se previnem se não podem fazer isolamento social, pois precisam garantir o sustento? Existe uma indiferença do Estado em relação a essa população negra e periférica”, declarou.

Saúde da mulher negra

A psicóloga Damaris Siqueira Silva Papi, do Centro de Referência e Assistência Social (CRAS-Central) de Valadares, falou sobre o adoecimento das mulheres, sobretudo, mulheres pretas, no período da pandemia.  

“40,5% das mulheres apresentaram sintomas de depressão; 34,9% com ansiedade; 37,3% com estresse. Parte desse adoecimento vem da carga de ter dupla ou tripla jornada: trabalhar, estudar, cuidar da casa e dos filhos, ter dois ou até três empregos, enfrentar o medo de adoecer ou de pais, filhos ou maridos contraírem covid, além das longas viagens de trem, ônibus para se deslocar ao trabalho. A carga emocional adoece nossas mulheres e, principalmente, nossas mulheres negras, pardas e periféricas”, avaliou.

A secretária municipal de Assistência Social, Jackeline Araújo, prestigiou e destacou sua responsabilidade em ocupar um cargo público:

“Como mulher negra vivencio os desafios impostos a nós mulheres. Em minha atuação como secretária, me atento aos diversos problemas sociais que a cidade apresenta. Trabalho firmemente para apoiar e fortalecer os movimentos sociais e a combater as desigualdades que atingem as famílias em suas diversas configurações. Mantemos sempre o diálogo aberto com os conselhos a fim de construirmos juntos as políticas públicas para nossa população”.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

[the_ad_placement id="home-abaixo-da-linha-2"]

LEIA TAMBÉM