Prefeito também falou sobre o colapso na saúde pública e articulação para abertura de novos leitos de UTI Covid
Na manhã desta quarta-feira (17), muitos valadarenses se apresentaram cheios de dúvidas quanto ao funcionamento do comércio na onda roxa. Grande parte das atividades comerciais, incluindo os serviços não essenciais, estava em pleno funcionamento pela manhã, o que levou o prefeito André Merlo (PSDB) a convocar uma coletiva de imprensa no início da tarde para prestar esclarecimentos sobre as regras na onda roxa e como será a fiscalização. A coletiva contou com a presença do vice-prefeito David Barroso.
O prefeito afirmou que Valadares estará na onda roxa por 15 dias. A medida foi oficialmente publicada no Diário Oficial do Município na fim da tarde desta quarta-feira (17). Veja aqui neste link.
Durante a coletiva, André Merlo pediu para toda a população ter paciência neste momento difícil. “A gente pede a compreensão da população em seguir a onda roxa. Serão 15 dias pra gente conseguir vencer essa pandemia”, disse.
Valadares já tem 18 pacientes na fila de espera por leito de UTI
Não há mais vagas de leitos de UTI Covid no Hospital Municipal e em hospitais privados de Governador Valadares. O drama piorou após o prefeito revelar que já existe uma fila de espera, com 18 pacientes aguardando um leito na cidade. A única saída encontrada pelo chefe do executivo é o SUS Fácil.
“É bom ressaltar que Governador Valadares atende 51 municípios. Hoje temos 58 leitos de UTI Covid ocupados. Temos uma fila de espera de 18 pessoas. Essas pessoas estão regularizadas no SUS Fácil, que fica sob a responsabilidade do Estado para transferência para outras cidades ou até para outros estados”, informou.
De acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde, dos 58 leitos ocupados em Valadares, 16 pacientes são provenientes de outros municípios. A Prefeitura e o conselheiro deliberativo do Hospital Bom Samaritano (HBS), Renato Fraga, tentam conseguir a abertura de mais 10 leitos de UTI para atendimento à covid-19. “Estamos, sim, tentando abrir no Hospital Bom Samaritano mais 10 leitos de UTI. Esbarramos na relação a recursos humanos. Isso tem sido um problema no Brasil todo, mas estamos viabilizando essa parte e fomos ao Estado para que custeasse a habilitação desses leitos”, explicou.
A Prefeitura já havia divulgado ontem (16) que a Casa da Gestante será utilizada como mais um ponto de atendimento à Covid. O espaço será usado para triagem de pacientes suspeitos ou com sintomas leves da doença. Assim, a Policlínica Central será para atendimento de casos mais graves.
Oxigênio e medicamentos
De acordo com André Merlo, Valadares passa por um momento difícil no enfrentamento à covid, mas não há falta de medicamentos ou oxigênio para pacientes internados com covid. No entanto, o prefeito não descartou a possibilidade de isso acontecer. “Não temos falta de oxigênio e nem de medicamentos, mas isso pode vir a acontecer, como aconteceu em outros estados. O próprio Governo de Minas já sinalizou que, se não houver um decréscimo na ocupação de leitos, podem faltar insumos. Por isso que a gente pede à população para fazer sua parte. Não adianta ter novos leitos enquanto as pessoas fazem festa.”
Como será a fiscalização
Quanto ao descumprimento das determinações do decreto, André diz que será feita em conjunto com a PM, inclusive nos períodos do toque de recolher, entre 20 e 5 horas. A fiscalização será efetiva, e a ajuda da população para denunciar os estabelecimentos que estejam descumprindo as regras é de fundamental importância. Os telefones são: Fiscalização de Posturas: 3271-8504; ou Vigilância Sanitária: 3271-6520 e 9 9997-3174 (só WhatsApp).
Aglomerações no transporte público
André Merlo também falou aos jornalistas sobre a fiscalização no transporte público de passageiros (empresa MOBI), que vem sendo alvo de críticas dos usuários por causa das aglomerações nos horários de pico. “Na verdade, existe fiscalização, porém, algumas linhas tiveram aglomerações. Solicitamos à Mobi um planejamento em conjunto com o Departamento de Trânsito para que a gente diminua essa aglomeração. Isso vem ocorrendo no Brasil todo”, disse.
Amparo aos comerciantes
Com a onda roxa, boa parte do comércio estará de portas fechadas, alguns atendendo via delivery ou entrega no balcão. Em quase um ano de pandemia, empresários valadarenses já não têm de onde retirar recursos para custear as despesas.
Segundo André Merlo, o governo municipal, através da Secretaria de Planejamento, vai procurar orientar os empresários durante a onda roxa. “Infelizmente, a Prefeitura não tem recurso ou programa para bancar a recuperação dos empresários nesse momento, mas hoje tem linha de crédito de instituições financeiras; a gente pode estar orientando. A gente espera que o governo estadual implemente nos próximos dias um programa para ajudar os empresários”, concluiu.
Vacinas
A secretária municipal de Saúde, Carol Sangali esteve presente na coletiva e falou para a imprensa sobre a continuidade no processo de imunização dos grupos prioritários. “Pouco mais de 4% da população já foi vacinada. Teve a sinalização do governo do estado sobre a chegada de novas vacinas, mas não informou qual será a quantidade de doses. Idosos que já tomaram a primeira dose devem tomar cuidado até tomar a segunda dose. É importante todos serem firmes quanto ao distanciamento social, uso de máscara, álcool e gel, e pessoas com sintomas obedeceram à quarentena”, explicou.
Carol ainda orientou as pessoas que apresentarem sintomas leves a não procurarem a Policlínica de imediato, devido à alta demanda de atendimentos. “É importante dizer que as pessoas neste momento procurem sua Unidade Básica de Saúde ao invés de ir à Policlínica. Lá estão chegando pessoas em estado grave ou pessoas em acompanhamento, e quando a pessoa vai lá ela tem mais risco de ser contaminada. Nossa orientação é procurar um posto mais próximo, a não ser que a pessoa tenha um desconforto considerável”, disse.
Veja as principais medidas da onda roxa em GV:
- Funcionamento apenas de serviços essenciais;
- Suspensão de cirurgias eletivas;
- Restrição de circulação de pessoas (só poderão sair de casa para atividades essenciais);
- Toque de recolher das 20h às 5h e nos finais de semana;
- Proibição de pessoas sem máscara em qualquer espaço público ou de uso coletivo, ainda que privado;
- Proibição de circulação de pessoas com sintomas de gripe, a menos que estejam indo para consulta médica;
- Proibição de eventos públicos ou privados;
- Proibição de reuniões presenciais, inclusive entre parentes que não morem na mesma casa;
- Implantação de barreiras sanitárias de vigilância;
- Fechamento de bares e restaurantes (funcionamento apenas por delivery).
