por Arthur Arock*
Nesta semana eu tenho visto muitas pessoas comentando que estão sentindo falta da transmissão dos Jogos Olímpicos. E não é para menos: apesar da notória falta de apoio do governo federal ressaltada por muitos atletas (valendo lembrar que Bolsonaro, inclusive, extinguiu o Ministério do Esporte), o Brasil teve o melhor resultado olímpico da história. Sim, pelo menos no esporte, pelo menos em uma área o Brasil vai bem, apesar desse governo desastroso.
Mas, e agora, o que fazer sem o entretenimento das Olimpíadas?
Bem, para os fãs de esporte, copilei uma pequena lista de filmes e séries sobre o assunto. Admito que a questão “esporte” não é o meu forte, mas vou tentar mesmo assim.
Só para tirar isso do caminho: não, não era melhor ter ido ver o filme do Pelé. Sinceramente, um filme cuja premissa é o Pelé e o Stallone jogando bola contra os nazistas… Me perdoe, Chaves, mas não dá. Mas eu sei que esse é o “país do futebol”, então, não vou deixar os fãs desse esporte sem nenhuma indicação. Minha escolha vai para “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias” (2006), de Cao Hamburger. Apesar de ele ser famoso por ter criado o Castelo Rá-Tim-Bum, esse filme tem uma temática mais pesada, que se passa junto ao pano de fundo da conquista da Copa de 1970. A história acompanha Mauro, que é deixado por seus pais (que ele acredita estarem “de férias”, mas na verdade estão sendo perseguidos pela Ditadura Militar) com seu avô. Nesse tempo, uma das principais alegrias de Mauro é acompanhar a seleção de 1970 em sua conquista pelo tricampeonato.
Não dá pra falar de filmes de esporte sem falar de filmes de boxe. Acho que é o assunto mais prolífico dentro dos filmes de esporte e o que tem os títulos mais famosos. Você tem exemplos excelentes como “Million Dollar Baby” (2004), “Raging Bull” (1980) ou “Ali” (2001). Vou admitir que, possivelmente, meu preferido desses seja “Ali”, mas eu seria negligente se não falasse da franquia que todos esperam ver quando o assunto é filmes de boxe: Rocky Balboa (e os novos filmes do Creed). O quão vale a pena ver cada filme da série é algo muito pessoal: tem gente que ama a série toda, tem gente que a odeia, alguns dizem que o melhor é o quarto, tem gente que diz que não vale ver nenhum sem ser o primeiro, tem quem diga que o último filme é ótimo, outros que defendam que ele é uma porcaria. Eu não vou meter a mão nesse vespeiro, vou só continuar com minha política de que acho que devemos experimentar as coisas por nós mesmos para descobrir nossa opinião sobre elas. Dito isso, eu realmente gosto do primeiro Rocky (1976), e também achei o novo Creed (2015) muito bom, com excelentes atuações de Michel B. Jordan e Tessa Thompson (mas vou também admitir que não vi o Creed II / 2018).
Ainda no quesito lutas olímpicas, temos Karatê-Kid. Vou usar o mesmo princípio que usei pra Rocky, e minha indicação fica só para o primeiro (de 1984) e o spin-off. Mas, no caso de Karatê-Kid, o spin-off não são filmes, mas a série de sucesso “Cobra Kai”. Essa série é especialmente indicada para você que acha que o Daniel LaRusso era um babaca no filme original e que o verdadeiro “karatê-kid” era o adversário dele (que, ao contrário do protagonista, realmente tinha mais de umas semanas de treinamento em karatê) Johnny Lawrence.
Seguindo com séries, eu quero indicar “The Queen’s Gambit” (2020). Ok, xadrez não é um esporte olímpico. Mas é um que eu realmente gosto e “The Queen’s Gambit” é uma série realmente interessante. Ela conta com excelentes atuações, com destaque para a protagonista Anya Taylor-Joy. Além do que, com apenas sete episódios de mais ou menos uma hora cada, é facilmente maratonável.
Como sempre gosto de indicar algo para a família toda, para isso vou usar uma nova modalidade olímpica: o surf! “Surf’s Up” (2007) segue o pinguim Cody Maverick na sua jornada para tentar se tornar o primeiro campeão de surfe nativo da Antártica. Um filme leve e divertido, que vale a pena dar uma conferida.
Antes de terminar, gostaria de ter deixado aqui uma indicação sobre skate, já que essa nova modalidade foi a alegria do brasileiros nos jogos, com a maravilhosa Rayssa “Fadinha” Leal sendo uma inspiração para todos ao se tornar as mais jovem medalhista brasileira da história. Esse parágrafo só existe para dar meus parabéns pra ela, mas, como não lembrei de nenhum filme ou série que gire em torno do skate… Não sei… Se você ainda tiver seu Playstation 1, ponha o CD do “Tony Hawk” e jogue uma partida? Veja um episódio de Simpsons sobre o Bart e o skate dele ou um de Tartarugas Ninjas sobre o Michelangelo e o skate dele? Não sei mesmo, mas meus parabéns para Fadinha!
Por último, mas nem de longe o menos importante – na verdade o mais importante –, eu quero indicar a melhor obra já feita sobre as Olimpíadas, o clássico curta de 1942, “Pateta Nas Olimpíadas” (no original “The Olympic Champ”). Eu sou apaixonado pelos clássicos do Pateta, principalmente aquele onde ele vai “ensinar” como fazer alguma coisa, e que começam como “Ahhhhh, o (insira aqui o assunto)”, e “Pateta Nas Olimpíadas” é definitivamente um dos melhores. Nele, esse ícone da comédia que é o Pateta explica os eventos do atletismo, como salto com vara, corrida de revezamento, arremesso de peso e outros eventos. Ainda inclui ele fazendo o revezamento da tocha olímpica e na premiação final. Se você nunca viu, esse (como muitos outros curtas do Pateta) é uma pérola que precisa ser apreciada. É, com (ou mesmo sem) o perdão do trocadilho, puro ouro.
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