Na manhã desta sexta-feira (26), a Polícia Federal realizou a operação “Papel em Branco”, no Leste mineiro. Foram cumpridos quatro mandados de suspensão de atividade econômica e um mandado de busca e apreensão, sendo um deles em Governador Valadares e três em Ipatinga. A operação tem como objetivo apurar a prática de crimes de falsidade ideológica na elaboração de laudos psicológicos para aquisição, porte, renovação e registro de arma de fogo, bem como para atuação como vigilante.
As investigações se iniciaram em agosto de 2019, após a prisão em flagrante de uma psicóloga devido a emissão de um laudo ideologicamente falso para um homem que desejava adquirir arma de fogo, em Ipatinga. Segundo a PF, a psicóloga presa havia sido descredenciada em fevereiro de 2019, entretanto continuou aplicando testes utilizando folhas em branco que estavam assinadas por outra psicóloga que passou a atender no mesmo local.
No decorrer das investigações foram apurados 75 laudos ideologicamente falsos, emitidos após a aplicação de testes pela psicóloga já descredenciada. Os laudos haviam sido impressos em folhas previamente assinadas por outra psicóloga, então credenciada, mas que não estava presente por ocasião da aplicação dos testes e emissão dos falsos laudos.
A Polícia Federal também investiga a responsável pela empresa para quem as psicólogas trabalhavam. As três são investigadas pela emissão de laudos ideologicamente falsos e pelo crime de associação criminosa. Caso condenadas, as penas variam de 2 a 10 anos de prisão e multa.
Foi cumprida busca na sede da empresa, expedidas ordens de suspensão de atividade contra as duas psicólogas, a empresária e seu grupo empresarial. As profissionais também foram proibidas de realizar atividade de avaliação de aptidão psicológica para manuseio de arma de fogo.
