Pesquisa de universidades mineiras mostra que, após pandemia, maus hábitos ganharam força

Maior tempo em casa levou ao aumento também do consumo de alimentos processados, álcool, fumo e recursos digitais

Desde março do ano passado (2020), você se lembra de quantas vezes ouviu a frase “fique em casa”?

A princípio, essa foi uma das medidas que, não só os brasileiros, mas o mundo encontrou para obter mais segurança diante de um cenário totalmente desconhecido e ameaçador. 

Acontece que esse comportamento protegeu por um lado, mas submeteu a outra condição ameaçadora: o sedentarismo e a busca por meios mais “fáceis e satisfatórios” de alimentação.

Pelo menos é o que aponta uma pesquisa feita em conjunto pelas universidades federais de Minas Gerais (UFMG), Lavras (Ufla), Ouro Preto (Ufop) e Viçosa (UFV). 

Dentre os males identificados estão também outros hábitos, descritos por uma das pesquisadoras como “nocivos”. Além disso, ela alerta quanto à queda na prática de atividades físicas, que tem forte participação na baixa qualidade de vida e saúde das pessoas após a pandemia.

“Em resumo, menor frequência na realização de refeições como café da manhã e almoço, redução no consumo de frutas e vegetais, aumento na frequência de hábitos nocivos, como ingestão de bebida alcoólica, fumo e alimentos processados, também foram alguns dos resultados observados (…) Os voluntários relataram praticar em torno de 120 minutos por semana de atividade no período pré-pandemia, índice que caiu para 80 minutos por semana durante as medidas de distanciamento. A recomendação da OMS é que se pratiquem entre 150 e 300 minutos de exercícios por semana”, ressaltou Tamires Souza, doutoranda do Programa de Pós-graduação em Ciência de Alimentos da UFMG e uma das participantes do estudo.

Os primeiros resultados da pesquisa foram publicados em artigo nas revistas internacionais Public Health Nutrition e Frontiers in Nutrition.

Das ruas para as telas

Outro fator que chamou a atenção dos pesquisadores foi o aumento do tempo em que as pessoas têm passado em frente a telas de televisão, computador, celular e tablets. 

“Antes da pandemia, os participantes relataram média diária de 6,5 horas de exposição; durante a pandemia, esse número subiu para 10 horas por dia”.

Mais estudos a caminho

Apesar de já ter dados relevantes, a pesquisa ainda está em andamento. A primeira etapa contou com um questionário respondido por 1.368 pessoas de ambos os sexos e idade a partir de 18 anos. Quase 90% da região Sudeste e 80% são mulheres. Além disso, 97% dos participantes afirmaram estar cumprindo as medidas de segurança durante a pandemia.

A segunda etapa da pesquisa já está acontecendo e levantará informações sobre comportamento alimentar, ganho de peso e prática de exercício físico durante a pandemia. Os questionários já foram aplicados entre julho e agosto. A previsão é de que os próximos resultados sejam publicados até o fim do ano.

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