Protestantes e católicos celebram data que é a razão da fé dos cristãos
A Páscoa é uma das comemorações mais tradicionais do cristianismo, pois relembra a crucificação e morte de Jesus Cristo e também celebra sua ressurreição. De acordo com a crença, o sacrifício de Cristo, que foi levado ao “matadouro” como uma “ovelha muda”, trouxe redenção para aqueles que creem em seu nome.
No evangelho de Lucas, capítulo 24, do versículo 1 ao 7, há o seguinte relato: “No primeiro dia da semana, de manhã bem cedo, as mulheres tomaram as especiarias aromáticas que haviam preparado e foram ao sepulcro. Encontraram removida a pedra do sepulcro, mas, quando entraram, não encontraram o corpo do Senhor Jesus. Ficaram perplexas, sem saber o que fazer. De repente, dois homens com roupas que brilhavam como a luz do sol colocaram-se ao lado delas. Amedrontadas, as mulheres baixaram o rosto para o chão, e os homens lhes disseram: Por que vocês estão procurando entre os mortos aquele que vive? Ele não está aqui! Ressuscitou! Lembrem-se do que ele lhes disse, quando ainda estava com vocês na Galileia: É necessário que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, seja crucificado e ressuscite no terceiro dia’”.
João Carlos Júnior é pastor da Igreja Presbiteriana Monte Sinai, no bairro Santa Helena, e explica o significado da Páscoa, destacando ser um momento marcante para todo cristão. “A Páscoa é fundamental na fé cristã. Sem entendê-la em sua importância e significado, alguém jamais deveria se denominar cristão. Construir uma caminhada cristã sem entender o significado desse momento é levantar um edifício sem alicerces. A Páscoa é a obra da redenção do povo de Deus. Trata-se de um sofrimento que não pode ser mensurado, mas pode ser compreendido em sua profundidade. Trata-se de uma morte grosseira, violenta, e agressiva de um inocente assumindo voluntariamente a culpa. E de uma ressurreição inexplicável que afeta nossa vida aqui e eternamente”, disse.
Com a pandemia e o decreto da onda roxa em Governador Valadares, muitas igrejas decidiram paralisar as atividades presenciais com os fiéis, mas as redes sociais são uma opção de poder transmitir os cultos e missas e não deixar passar em branco a data comemorativa.
João Carlos Júnior ressalta que este momento é um desafio para todos, mas relembra que a primeira Páscoa foi também em um contexto de isolamento social. “Sem dúvidas, tem sido desafiador vivenciar tudo que já estávamos acostumados em meio a esse tempo pandêmico. Eu vi, por exemplo, várias casas com ramos amarrados nos portões, vejo pessoas fazendo teatros em suas casas relacionados à Páscoa verdadeira. Acredito que as igrejas podem ter seus cultos temáticos, ainda que on-line. É preciso criatividade, determinação e fé. Aliás, a primeira Páscoa foi lá no Egito, cada família dentro de sua casa e, na ocasião da 10ª praga, foi em isolamento social, onde o sangue do cordeiro era passado nos umbrais das portas para que o anjo, ao passar, notasse que ali havia alguém coberto pelo sangue do cordeiro. A vida cristã sempre foi de fé, e fé não se apega a totens, nem objetos, nem locais. Os verdadeiros adoradores adoram ao Pai em espírito e em verdade, no palácio ou na masmorra. A fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem. Enfim, o contexto atual é o melhor contexto para se apegar à fé verdadeira.”
Em entrevista concedida ao DRD no dia 1º de abril, o bispo Dom Félix havia indicado que os fiéis da Igreja Católica poderiam acompanhar as celebrações da Semana Santa nos canais oficiais da Igreja ou nas redes sociais das paróquias.
No dia 2 de abril, às 15 horas, na Catedral de Valadares, Dom Félix presidiu a Solene Ação Litúrgica com a Prostração, Liturgia da Palavra, Oração Universal, Adoração de Cristo na Cruz e Rito da Comunhão. Participaram da celebração os padres Luiz Márcio e Francisco Vidal, além de diáconos, seminaristas, ministros e acólitos. Na ocasião, Pe. Vidal proferiu a Homilia, inspirada no cardeal frei Raniero Cantalamessa. Em obediência às recomendações da Santa Sé, o Beijo da Cruz foi omitido, para evitar o contágio dos fiéis com o vírus.
No mesmo dia, pontualmente às 18 horas, Dom Félix presidiu a Via Sacra, na Catedral de Valadares, que contou com a participação dos padres Luiz Márcio e Francisco Vidal, diáconos, seminaristas e ministros. Já no sábado (3), às 18 horas, Dom Félix presidiu a Solene Vigília Pascal, também na Catedral.
De acordo com o roteiro de celebrações do Tríduo Pascal em família, disponibilizado pela Comissão para a Liturgia da CNBB, neste domingo de Páscoa, a Igreja celebra a Ressurreição de Jesus, que é a razão da fé cristã. É um dia festivo em que a família é chamada a celebrar o mistério da nossa Redenção. O roteiro pode ser conferido clicando aqui.
Distribuição de ovos de chocolate em Valadares
De acordo com historiadores e estudiosos, os ovos de chocolate surgiram durante o século XVIII, na França, quando confeiteiros começaram com a prática de esvaziar os ovos e preenchê-los com chocolate. Apesar de muitos religiosos considerarem que relacionar o coelho e o ovo de chocolate à Pascoa desvirtua o verdadeiro sentido da comemoração, com o passar do tempo, o chocolate acabou se tornando um dos grandes símbolos da Páscoa moderna e é bem explorado no lado comercial no Brasil.
Mas também há aqueles grupos que querem praticar a solidariedade distribuindo ovos de chocolate para crianças carentes. Em Valadares, o grupo Jovens em Ação Social (Jas) estará entregando hoje os ovos de chocolate da campanha “Páscoa Solidária” em uma caravana que passará por locais e áreas mais carentes da cidade. O grupo também fará a mesma ação em Alpercata, Era Nova e nos distritos de Santo Antônio do Porto e Pontal.
Já o grupo de voluntariado Trupe do Bem fez a distribuição dos 723 ovos arrecadados em campanha. As entregas aconteceram na sexta (2) e sábado (3), nos bairros Carapina, Santos Dumont I e II, Floresta e São Tarcísio.
