Vivemos em meio a uma pandemia que tem instaurado um verdadeiro caos pelo mundo. O número de mortes já ultrapassou os 30 mil, e nenhum continente está livre da contaminação. A Itália segue como o país com mais mortos por Covid-19 até o momento, com mais de 10 mil mortos, mas a situação em outros países já se aproxima do surto vivido pelo país europeu.
Os Estados Unidos, país com uma enorme população de imigrantes valadarenses, registra mais de 130 mil casos confirmados da doença, tendo se tornado o local com mais casos no mundo. Diante disso, a preocupação de quem está em Valadares com familiares e amigos que vivem no exterior é totalmente justificada. Perder alguém longe de casa, além da dor, obriga a família a lidar com uma burocracia gigantesca e com gastos financeiros exorbitantes.
Até o momento, náo há registros sobre brasileiros que tenham morrido no exterior em decorrência do vírus. No entanto, várias mortes já aconteceram por outros motivos e mostram que a experiência é difícil: acidentes de trânsito, acidentes de trabalho, violência doméstica, homicídios, outras doenças e mortes naturais, principalmente de parada cardíaca.
Na maior parte desses casos, as vítimas e suas respectivas famílias não tinham condições de arcar com o translado do corpo. A solução encontrada são as vaquinhas o-nline, em que familiares e amigos apelam pela ajuda de desconhecidos, tentando arrecadar o dinheiro necessário para garantir a despedida digna de um ente querido. Um exemplo recente foi o de uma avó e um neto, ambos de Governador Valadares, que faleceram na mesma semana em Boston, nos Estados Unidos. O caso ocorreu no começo de janeiro deste ano, e a família precisou apelar para uma vaquinha on-line pelo site Go Fund Me.
As vaquinhas também são muito utilizadas por mulheres, normalmente acompanhadas dos filhos, que precisam pedir ajuda para retornar ao Brasil depois de terem os maridos deportados. Nos três primeiros casos de 2020, já foram dois casos assim em Governador Valadares.
