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Psicopedagoga alerta para boa relação financeira entre pais e filhos

FOTO: redes sociais

Especialista destaca como deve ser, de forma saudável, o vínculo financeiro entre pais e filhos

GOVERNADOR VALADARES – Nas últimas semanas, o Brasil parou para acompanhar o polêmico caso da atriz Larissa Manoela. A artista, de 22 anos, contou detalhes da vida dela para o público e revelou que, apesar de ter acumulado uma fortuna com os trabalhos feitos desde a infância, não tem acesso livre ao próprio dinheiro. Os pais da atriz, no entanto, contestam a versão da filha.

A única informação que se tem, por meio da mídia nacional, é que Larissa Manoela descobriu que tinha acesso a somente 2% de seu patrimônio. Após algumas tentativas de acordo sem êxito, a atriz ainda abdicou de pelo menos R$ 18 milhões para não prosseguir abaixo do controle financeiro dos pais. Diante da polêmica, a relação financeira entre pais e filhos passou a ser um assunto popular nesses dias. Até mesmo nas redes sociais, com a infinidade de memes que lembram a recente polêmica; como o inesquecível áudio da atriz pedindo ao pai uma transferência para pagar um milho na praia.

Entrevista

Com base nisso, o DIÁRIO DO RIO DOCE entrevistou a psicopedagoga e neuropsicopedagoga Elane Benevides. Sem tomar partes especificamente do caso Larissa Manoela, a especialista apresenta, do ponto de vista profissional e comportamental, como deve ser, de forma saudável, o vínculo financeiro entre pais e filhos. “Evidente que uma criança ou adolescente não tem maturidade financeira para gerenciar negócios e nem autocontrole dos gastos para evitar uma falência precoce. Pensando nisso, os pais podem, sim, ajudar nesse gerenciamento. Desde que os mesmos também saibam como realizar corretamente essa gestão. Caso contrário é indicado que procurem um especialista na área para que os ganhos sejam bem investidos e produzam lucro”, orienta.

Por outro lado, a psicopedagoga expressa suas diversas preocupações com crianças e adolescentes que atuam na linha de frente dos lucros da família, como provedores. “Em quais condições essas crianças ou adolescentes já estão produzindo sua fonte de renda? Está sendo resguardadas a elas as condições inerentes da sua idade? Estão frequentando a escola normalmente, sendo assegurado seu direito de brincar e crescer sem o peso exagerado que a ‘profissão’ exige? Até porque não estão em idade para trabalhar. Têm acompanhamento psicológico? Quais as exigências com relação ao descanso, lazer, horas de gravação, fotos, ensaios?”, indaga.

‘O maior erro…’

Mas entre tantos questionamentos, controlar o dinheiro dos filhos seria um erro ou uma forma de cuidado?

Segundo Elane Benevides, esse controle só é benéfico quando os dois lados saem ganhando igualmente. Caso contrário, a família pode estar cultivando um problema em longo prazo. “Planejar gastos, assessorar investimentos e manter uma reserva emergencial são ações fundamentais para que o dinheiro cumpra seu papel de assegurar uma boa qualidade de vida para todos os membros da família. O controle financeiro deve ser claro quanto ao seu objetivo e se tornar uma via de mão dupla, onde o filho é orientado no controle de seus gastos. Contudo os responsáveis também devem manter a mesma postura de administração ponderada. Tudo em excesso é prejudicial. Se os pais forem controladores demais, sem ensinar os filhos como agir, eles irão crescer sem saber resolver seus problemas, pois sempre tiveram os pais para resolver por eles”, adverte.

Equilíbrio

Porém a profissional ressalta que a liberdade total para gastos, ainda que dos frutos do próprio trabalho do jovem, é um tema delicado. Uma vez que a falta de policiamento também pode levar a perdas precoces ou futuras. “Por outro lado, se os pais são permissivos demais, os filhos não têm limites, não sabem controlar suas emoções, seus gastos e futuramente terão frustrações absurdas. O ideal é manter um equilíbrio ensinando aos filhos com controle adequado e permitindo que eles se desenvolvam naturalmente”, explica.

A psicopedagoga complementa que é possível zelar pela vida financeira dos filhos sem necessariamente interferir ou dominá-la. O que Elane Benevides associa a uma fase de aprendizado comum, que necessita de atenção, mas também de liberdade, como andar de bicicleta. “Sabe quando os pais vão ensinar os filhos a andar de bicicleta e ficam por perto caso precisem cair? E ainda colocam as rodinhas de lado? É bem assim que deve acontecer com as questões financeiras. Permitir que aprendam a andar sozinhos, estando por perto caso necessitem de direcionamento e ajuda para não cair e machucar. Entretanto se caírem ou se desviarem do caminho, os genitores estarão por perto para socorrer e alinhar novamente para o caminho correto”, avalia.

Sendo assim, o que a profissional considera um erro é os pais não deixarem que os filhos aprendam sozinhos a lidar, inclusive, com o dinheiro. “O maior erro é não permitir que seu filho aprenda a crescer sozinho. Ou ainda podar o processo de evolução, seja na área financeira, afetiva, educacional ou social. Hábitos saudáveis são aqueles que proporcionam bem-estar para ambos os lados. Isso se aplica para as ações que realizamos. Quando atendem às expectativas, asseguram a confiança e mantêm a credibilidade entre as partes”, conclui.

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