[the_ad id="288653"]

Marina Axer, primeira contramestre de capoeira em Valadares, organiza evento para impulsionar a arte em Valadares

FOTO: Rodrigo Santos

GOVERNADOR VALADARES – A capoeira, arte marcial que combina movimentos de dança, música e luta, é uma forma de expressão cultural criada por escravos africanos no Brasil. E foram suas raízes ligadas à liberdade e inclusão que despertaram a paixão na valadarense Marina Axer que, além de fisioterapeuta e grande capoeirista, é a primeira mulher professora de capoeira de Governador Valadares.

“Não é sobre violência ou competição. Capoeira é sobre respeito, cooperação e solidariedade”, explica Marina, ou “Ginga”, como é conhecida entre os capoeiristas.

Ela começou a praticar capoeira em 1993, no bairro Santa Rita, e desde então tem trabalhado para difundir a arte na cidade. Ginga já participou de vários campeonatos e eventos de capoeira, bem como já treinou em outros países, como Bolívia e Angola.

Mas foi neste ano que a professora fundou a “Capoeira Mais de Minas”, grupo de capoeira que promove a cultura e a educação através da capoeira.

Em entrevista ao DIÁRIO DO RIO DOCE, ela conta que o “Capoeira Mais de Minas” é um projeto sem fins lucrativos, que funciona na Associação de Moradores do Bairro Santa Rita. Conforme a professora, cerca de 20 alunos fazem parte do projeto, que realizará seu primeiro evento no próximo mês de setembro, o “Uai Sô, Capoeira”. No evento acontecerá a troca de graduação de Marina, a primeira contramestre de Valadares. Será no dia 16 de setembro, na Rua Washington Luiz, 800, Santa Rita.

“As aulas são gratuitas, e para custear os uniformes e instrumentos, buscamos patrocínios e doações. Mesmo em pouco tempo, o projeto já tem cerca de 20 alunos, com idade entre 7 e 51 anos. Vamos realizar o primeiro evento, que contará com o apoio da Liga Valadarense de Capoeira, que é composta por 18 grupos da cidade”, afirma.

Mulheres na capoeira

“O preconceito contra as mulheres, assim como na política e no mercado de trabalho, sempre existiu. Prova disso são os apelidos dados às mulheres capoeiristas em meados do século XX, como a Rosa Palmeirão ou a Francisca Albina, mais conhecida como Chicão. Naquela época, elas eram taxadas de desordeiras e rebeldes, mas usavam a capoeira para se defender”, explica Marina.

Hoje em dia, há mais mulheres praticando capoeira do que no passado, mas ainda assim, comparado com o número de homens na capoeira, elas ainda são poucas. Em Governador Valadares, por exemplo, dos 18 grupos existentes na cidade, apenas três têm mulheres como professoras de capoeira.

Marina é uma defensora da capoeira para mulheres e meninas. Ela acredita que a capoeira pode ser uma ferramenta poderosa para empoderar não só mulheres, mas qualquer um que queira superar barreiras e desafios. “A capoeira é uma arte marcial cheia de vida, energia e alegria. É uma forma de expressão cultural que está ajudando a construir um mundo mais justo e igualitário. Acredito que a capoeira pode ser uma ferramenta poderosa para o empoderamento humano, seja para defesa, esporte, lazer ou cultura. Depende em qual área da capoeira ele irá querer se dedicar”, afirma.

Hoje, como exemplo de que é possível alcançar qualquer coisa, independentemente do gênero ou do contexto social, Marina é uma inspiração para muitas mulheres e meninas em Governador Valadares. “Eu quero inspirar e mostrar que é possível ser uma mulher forte, independente e bem-sucedida. Eu quero mostrar a elas que a capoeira é uma ferramenta poderosa para educar e levar riquezas, sejam culturais ou esportivas”, explica Marina.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

[the_ad_placement id="home-abaixo-da-linha-2"]

LEIA TAMBÉM