Comércio não essencial fechará por 10 dias em Ipatinga

Decisão busca equilíbrio entre pandemia e situação econômica da cidade. Medida também evita aplicação do lockdown embora números já sinalizem necessidade

O comércio não essencial de Ipatinga será fechado por 10 dias. A decisão foi anunciada em uma coletiva de imprensa na tarde dessa segunda-feira (1º), após reunião com o Comitê Gestor de Crise do município. Pelo decreto anterior, o comércio podia funcionar com expediente limitado a três dias por semana, de 12h às 18h.

De acordo com a Prefeitura de Ipatinga, a medida se deu devido ao avanço dos números de contágio pelo coronavírus. Conforme o último boletim epidemiológico, na tarde dessa segunda-feira (1º), a cidade tinha 295 casos positivos e quatro óbitos confirmados. O decreto para regulamentação da medida, cumprindo decisão da maioria dos membros do Comitê, deve sair nesta terça-feira (2).

fechamento do comércio não essencial em ipatinga

Prefeitura de Ipatinga tenta evitar fechamento total do comércio

De acordo com o prefeito de Ipatinga, Nardyello Rocha, a decisão de suspender temporariamente o funcionamento do comércio é um meio termo encontrado para evitar que a cidade precise tomar uma atitude mais drástica, como a adoção de um lockdown, já cumprido em muitas cidades do país.

“Hoje, o número de infectados em Ipatinga já representa uma relação de 1.030 para cada milhão de habitantes, e para o município aderir ao lockdown bastaria que o quantitativo fosse acima de 750 para um milhão. Ipatinga já ultrapassou e muito a taxa máxima para adoção dessa medida. Porém entendemos que optar por esse confinamento total, poderia significar a eliminação completa dos CNPJs. Sabemos que a culpa dos números na cidade não é do comércio, mas acontece que ele acaba sendo um atrativo para aglomerações”, explica o chefe do Executivo.

Barreira sanitária

Além da suspensão das atividades comerciais não essenciais, também foi anunciado que, a partir da próxima quinta-feira (4), serão instaladas quatro barreiras sanitárias em Ipatinga. Nelas, equipes técnicas irão aferir a temperatura e avaliar as condições de saúde daqueles que moram em outras cidades e precisem transitar por Ipatinga.

De acordo com a Prefeitura, a ação não tem como objetivo impedir a entrada e a saída de pessoas. A finalidade das barreiras seria garantir o estado de saúde daqueles que precisam trafegar entre os municípios do Vale do Aço.

Hospital Municipal tem 100% de ocupação de leitos de UTI

Durante o encontro do Comitê Gestor de Crise, a secretária de Saúde de Ipatinga, Érica Dias, apresentou o nível de infecção da região por milhão de habitantes. No Vale do Aço, considerando as quatro maiores cidades (Ipatinga, Coronel Fabriciano, Santana do Paraíso e Timóteo), a relação também é muito alta e preocupante: de 924 para cada um milhão de habitantes.

A responsável pela pasta da Saúde no município e presidente do Comitê ressalta que outro fator preocupante na cidade é a taxa de ocupação de leitos. Nessa segunda-feira, 100% dos leitos de UTI do Hospital Municipal foram ocupados. Considerando também o Hospital Márcio Cunha, os leitos de Covid-19 SUS alcançam a marca de 97% de ocupação.

Hospital de Campanha

Devido às dificuldades para compra de respiradores – item essencial para compor um leito de UTI –, o Hospital de Campanha contará momentaneamente apenas com leitos de enfermaria. A estrutura deve estar em funcionamento ainda nesta semana. Entretanto Ipatinga conseguiu alugar 20 ventiladores para uso durante seis meses. De acordo com a Prefeitura, em casos menos graves, o equipamento poderá ser utilizado no atendimento a pacientes com Covid-19.

O prefeito também explicou que não deu início às atividades do Hospital de Campanha porque a taxa de ocupação da enfermaria para Covid-19 ainda está em 40% no HMEM.

“Não se justificava criar o hospital nos meses anteriores porque, com a indisponibilidade de respiradores, ele irá funcionar com leitos de enfermaria, cuja taxa de ocupação, mesmo nessa segunda-feira (1º), ainda se encontra moderada. Se montássemos hoje, na prática ele também não teria validade alguma”, complementou Nardyello. Diante das demandas atuais, o município elevou de 16 para 40 o número de leitos de enfermaria no HMEM.

Escolhido pela administração municipal como um local estratégico, por sua proximidade com o Hospital Municipal, a Escola Estadual Canuta Rosa pode receber, assim que necessário, até 40 leitos.

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