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Investigadores dizem que brasileiro explora “imigração ilegal” para fornecer mão de obra barata a restaurantes nos EUA

Um caso de contrabando de imigrantes recém-revelado em Massachusetts aqueceu o debate sobre sobre várias brechas no sistema de imigração dos Estados Unidos, incluindo a “brecha familiar”, fraude de asilo e uso de trabalho ilegal de imigrantes para oferecer mão-de-obra barata no país.

De acordo com as autoridades, o brasileiro acusado de orquestrar o contrabando se gabou de como era fácil burlar o sistema. Ele disse que prestou muita atenção às mudanças nas leis da fronteira para saber para onde enviar seus clientes e o que dizer a eles para obter uma rápida captura e liberação.

Em uma conversa com um informante que os agentes federais registraram, ele apontou a importância de enviar imigrantes para a fronteira com crianças a tiracolo, porque isso significa que eles quase certamente seriam libertados para entrar nos EUA em vez de serem bloqueados e enviados de volta ao México. “Sabemos que o governo não pode prender essas pessoas lá por causa das crianças”, disse Chelbe Moraes ao agente disfarçado.

O brasileiro está no centro das acusações, que incluem também Jesse Moraes, seu irmão, e Hugo Moraes, sobrinho de Chelbe e filho de Jesse. Eles são acusados ​​de comandar uma operação de contrabando que durou anos. Ela trazia brasileiros de São Paulo e os colocavam nas ruas de Massachusetts.

As autoridades disseram que eles e outros persuadiram os brasileiros a fazer a travessia ilegal da fronteira, cobrando cerca de US$ 20.000 para facilitar a viagem, fornecendo contatos e documentos e subornando as autoridades mexicanas.

Uma vez que os imigrantes estavam nos EUA, segundo as autoridades, eles foram forçados a pagar suas dívidas de contrabando trabalhando em turnos de 14 horas por dia ou mais, sete dias por semana, em dois restaurantes em Woburn, um administrado por Jesse e Hugo. Os dois pagavam salários “criminalmente baixos”, fora dos registros, a seus trabalhadores, e ainda assim pegavam parte do dinheiro para “cobrir a dívida restante do contrabando”.

Jessica Vaughan, diretora de estudos políticos do Centro de Estudos de Imigração, disse que a verdadeira tragédia é que esse caso não é particularmente incomum. Ela afirmou que isso acontece frequentemente e maioria dos envolvidos saem impunes.

Jesse Moraes e Hugo Moraes estão sendo detidos enquanto um juiz considera seus casos.

Chelbe também foi acusado, e como ele mora no Brasil, um agente da Homeland Security Investigations disse ao tribunal que há pouca esperança de que ele seja extraditado do Brasil para enfrentar as acusações. O Brasil tem um tratado de extradição com os Estados Unidos, mas a constituição nacional o proíbe de entregar cidadãos por acusações no exterior.

Chelbe disse a um dos imigrantes que ajudou a contrabandear que é advogado e prefeito de uma cidade do estado de Minas Gerais.

Por meio de números de telefone, os investigadores vincularam Chelbe a mais de 40 casos de brasileiros que foram contrabandeados para os EUA.

Ele acompanhou de perto as mudanças na política de segurança nas fronteiras dos EUA e, de acordo com as autoridades que gravaram suas conversas, disse a um de seus clientes que se adaptou rapidamente às oportunidades apresentadas por uma mudança na política de fiscalização.

“Tenho que seguir as decisões de todos esses juízes na fronteira, às vezes temos que trocar de lugar e de gente na última hora; e se eu não seguir isso, eu acabo perdendo clientes que são presos e acabam indo para a deportação, por causa de alguma orientação que eu não dei”, disse ele.

Vaughan disse que “isso prova que as políticas fazem uma enorme diferença no fluxo de imigrantes e que a imigração ilegal não é uma força da natureza, mas um negócio criminoso que responde às políticas atuais do país”.

Chelbe Moraes treinou os imigrantes para pedir asilo assim que entrassem nos EUA. Ele se ofereceu para ligá-los com documentos falsos para ajudar a construir o caso.

O informante-chefe do governo disse que concordava em pagar a Chelbe US$ 20.000, mas poderiam dar de entrada apenas US$ 10.000 da família. Então ele ficaria com uma dívida de US$ 10.000. O brasileiro concordou em deixá-los pagar o restante em parcelas, mas acrescentou mais US$ 2.000 ao valor como juros. Outro informante do governo alegou ter sido assediado por Jesse para fazer a travessia. O contrabandista lhe ofereceu três crianças para se passarem como filhos. A taxa seria de US$ 22.000.

Esse informante trabalhava no restaurante administrado por Jesse, o Taste of Brazil, das 6:30 am às 10:30 pm, de segunda a sábado, e aos domingos até as 3:00 pm. Ele recebia US$ 100 por semana.

Depois de se mudarem para o restaurante de Hugo, o informante disse que o horário de trabalho melhorou um pouco e o salário passou para cerca de US$ 800 por mês. Um de seus filhos também trabalhava nos restaurantes e entrou em conflito com Jesse.

De acordo com o testemunho, após a discussão Jesse teria feito ameaças de mandá-los de volta ao Brasil, onde alguém iria “exterminar” ele e sua família.

Funcionários do governo Biden dizem que estão tentando aumentar a fiscalização contra os contrabandistas. O Departamento de Segurança Interna disse na semana passada que fez 5.000 prisões relacionadas a contrabando de imigrantes nos últimos seis meses. Brazilian Times

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