Grupo feminino promove trilhas na Ibituruna

Para a formação do grupo, pesou a percepção da importância para as mulheres de superar obstáculos e chegar ao topo

Em fevereiro deste ano, a Prefeitura inaugurou a sinalização da trilha de 7,5 km que vai do Parque Natural ao Pico da Ibituruna. Desde então, o fluxo de pessoas no local só aumentou. Muitos formaram até grupos para subir a pedra. Um deles é “Nas Trilhas do Poder”, formado apenas por mulheres.

A fundadora do grupo, ex-agente de Polícia Federal Suzan Duarte, conta que o grupo começou sem pretensão de se tornar grande. “Andréa, uma das participantes do grupo ‘Poderosas’, me pediu para organizar uma trilha de mulheres para subir a Ibituruna e realizar um sonho, uma vez que vários companheiros já fazem esta mesma trilha de moto. A ideia encontrou muitos obstáculos, pois vários homens consultados achavam perigoso que mulheres sozinhas subissem o pico. As negativas e principalmente as justificativas para as negativas me convenceram ainda mais da importância de conseguir realizar esse intento”, disse.

Na organização do primeiro grupo foram encontradas duas mulheres que já tinham tido a experiência da subida, pois subiram no evento de lançamento da sinalização da trilha pela Prefeitura: as empresárias do ramo fotovoltaico e Master Coach e PNL, Luciane Menezes e Jakeline Maria Araújo, da JM Araújo representações. “Eu e meus filhos (9 e 13 anos) já conhecíamos a trilha e a sinalização fez toda a diferença. Trouxe segurança em relação ao trajeto. Sabíamos que seria possível percorrê-lo sem o risco de ficarmos perdidas. Depois da primeira subida, em março, ganhamos experiência e confiança”, disse Luciana.

A decisão de subir uma vez por mês veio a partir da percepção da importância para as mulheres de superar obstáculos e chegar ao topo, em companhia de outras mulheres. O grupo que começou com um pouco mais de 15 mulheres atualmente está com quase 80. Não há limite de idade. A caçula do grupo é Ana, de nove anos, filha de Luciane, que afirma que o grupo tem como foco principal a união, o fortalecimento e a superação das mulheres envolvidas, cada uma com sua história e, às vezes, limitação. “Temos um lema de subirmos sempre juntas, uma ajudando a outra, dividindo experiências e incentivando. Chegamos ao pico e recebemos como prêmio a vista maravilhosa, a energia do lugar e, acima de tudo, a certeza de que juntas podemos ir além dos nossos limites”, enfatizou.

A professora de educação infantil Andreia Miranda, que inspirou a primeira subida do grupo ao Pico da Ibituruna, conta que foi a realização de um sonho. “Meu sonho era subir o Pico da Ibituruna a pé, porque, quando era adolescente, minha mãe nunca permitiu e eu sempre tive medo, achava realmente que era perigoso. Falei com a Suzan sobre isso, porque ela coloca a gente para cima. Já realizei o sonho de fazer tatuagem, já tomei porre, já fui a Paris. Só faltava subir a Ibituruna”, disse a professora. O próximo sonho da lista de Andreia é descer a pedra fazendo voo duplo de parapente.

Avó e adepta de experiências radicais, a esteticista Arlete Rodrigues Gripp, de 55 anos, se encantou em fazer a trilha com grupo. “Foi uma experiência incrível que vivi e creio que daqui pra frente não vou conseguir parar. O pico da Ibituruna em nossa cidade é um lugar mágico. Quando você começa a subir pelas trilhas de terra, não imagina a beleza que vai encontrar pela frente. Temos que valorizar e preservar, cuidando sempre para não deixar rastro de lixos para trás. Achei a trilha bem sinalizada. Penso que quem ainda não foi e queira passar por essa experiência, não encontrará dificuldade”, comentou.

A sinalização da trilha da Ibituruna é uma iniciativa da Associação dos Trilheiros do Pico e teve o apoio da Prefeitura de Valadares, do Instituto Estadual de Florestas (IEF), do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar de Meio Ambiente, da Trilhas do Rio Doce e Convention e Visitors Bureau.

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