Ex-funcionária vítima de gordofobia receberá R$ 5 mil de indenização

Em depoimento, as testemunhas relataram que havia rumores sobre “brincadeiras” em relação ao peso da vítima no ambiente de trabalho

Uma trabalhadora vai receber R$ 5 mil de indenização após sofrer gordofobia dos colegas de trabalho em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri. A decisão é do juiz Fabrício Lima Silva, titular da Vara do Trabalho do município.

A mulher comprovou o assédio moral sofrido enquanto trabalhava como líder de infraestrutura e obra da empresa, e relatou situações de discriminação. De acordo com o relato da vítima, sempre que solicitava que o ar-condicionado fosse ligado, os colegas de trabalho faziam piadas sobre o seu peso.

Em depoimento, as testemunhas relataram que havia rumores sobre “brincadeiras” em relação ao peso da vítima no ambiente de trabalho. O representante de empresa reconheceu que sabia das piadas em grupo de conversa e também solicitou a um colaborador que não fizesse mais “piadas” de mau gosto envolvendo a colega de trabalho.

“Trata-se, em verdade, da repugnante, da reprovável e da preconceituosa prática de gordofobia”, afirma o juiz sentenciante. Salientando que os comentários ofensivos em relação ao sobrepeso da ex-funcionária não podem ser aceitos como “brincadeira”.

Ainda segundo ele, “o fato é que à empresa incumbia coibir a utilização de alcunha no trato interpessoal. Sendo dela a obrigação de manter um ambiente de trabalho saudável, impedindo a prática de todo e qualquer tipo de discriminação”, ressalta.

O magistrado e o júri decidiram que a empresa será responsável por indenizar em R$ 5 mil a trabalhadora vítima de discriminação pelos colegas, devido a situação vexatória e constrangedora, conforme o artigo 932, inciso III, do Código Civil, que explica que a empresa é responsável pela reparação civil dos empregados.