Entregadores de aplicativo fazem paralisação nacional por mais direitos

Movimento foi organizado pelas redes sociais com o nome de #BrequeDosApps, e teve adesão de profissionais de Governador Valadares

Desde o começo da pandemia do novo coronavírus, que levou ao fechamento de vários comércios e à necessidade do isolamento social, as entregas têm ganhado cada vez mais força. Sem poder sair de casa, muitos valadarenses, principalmente os do grupo de risco, puderam contar com o delivery para pedir refeições, compras de supermercado, remédios e até roupas. A situação é a mesma no restante do Brasil e do mundo, e trouxe para o centro das atenções uma discussão antiga entre os entregadores de aplicativos: direitos trabalhistas.

Foi desta luta que nasceu o movimento #BrequeDosApps, que começou por manifestações on-line em defesa dos entregadores, e culminou em uma paralisação nacional. Esta quarta-feira, 1º de julho, foi escolhida como o “dia sem aplicativos”. O movimento funciona em duas vertentes: os entregadores ficam parados hoje, recusando as entregas. Do outro lado, as pessoas que apoiam a causa se comprometem a não fazer nenhum pedido por aplicativo.

greve dos entregadores
Imagem: redes sociais

Adesão dos entregadores de Governador Valadares

O DRD entrou em contato com vários entregadores de aplicativo de Valadares, para ouvir a opinião deles sobre o movimento. Um deles, que aceitou falar sem ser identificado, afirmou que o contato maior que tem com as reivindicações vem de fora da cidade. Ele diz que acompanha o assunto por grupos em redes sociais, em que motoboys do Brasil inteiro compartilham conteúdos.

“A maioria está fazendo a greve por causa do iFood. Essa greve é nacional, né, eles tão reivindicando alguns direitos aí que às vezes eu concordo, às vezes eu discordo. Vínculo trabalhista, aumento nas corridas, por causa da pandemia. Alguns relatam que por causa dessa pandemia houve um aumento na questão de pedidos. E que pelo risco também, deveria ser aumentado o valor da corrida, já que é só a gente que tá fazendo entrega aí pra esse pessoal que tá em casa na quarentena”, relatou.

“Em questão de concordar ou discordar, eu tô meio em cima do muro aí, por que isso vai afetar a mim? Vai, claro que vai. Vai afetar os outros motoqueiros. Mas eu penso que uma vez autônomo você deve permanecer assim, abrir uma empresa, prestar serviço, sem um vínculo trabalhista com a empresa que você tá prestando serviço”.

Posicionamento das empresas

O DRD também entrou em contato com três restaurantes locais, que informaram que as entregas estão funcionando normalmente na cidade, tanto por aplicativo quanto por telefone. Além disso, procuramos as empresas iFood e Spin Delivery, os dois aplicativos que oferecem o serviço na cidade. Até o fechamento desta matéria, nenhuma resposta foi recebida. Caso as empresas se posicionem, o assunto será atualizado.

No entanto, em informações divulgadas anteriormente à imprensa, o iFood informou que forneceu equipamentos de proteção individual para os entregadores. A empresa também afirma ter criado um fundo de apoio para os que precisassem parar de trabalhar durante a pandemia, por serem do grupo de risco. A iFood também criou uma página pública com informações sobre as ações feitas durante a pandemia.

Entregadores se manifestam em frente da Assembleia Legislativa, em Belo Horizonte

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