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Emater-MG realiza Dia de Campo Virtual inédito na Zona da Mata

Evento aconteceu em comunidade rural de Manhuaçu e foi direcionado a cafeicultores

BELO HORIZONTE (19) – Com a queda dos casos de covid-19 no país e no Estado, os eventos presenciais estão voltando ao campo. Isso no entanto não apaga a importância das experiências inéditas vivenciadas pelos agricultores familiares, no auge da pandemia, graças à utilização de tecnologias que adotam processos virtuais de comunicação. O momento foi considerado difícil, mas está deixando um legado de conhecimentos e aprendizados no meio rural. É o caso de um dia de campo virtual, realizado em maio de 2021, na comunidade rural do Palmeirinha, no município de Manhuaçu, na Zona da Mata.

Com uma população estimada em 860 pessoas, representando cerca de 230 famílias, todas vivendo da agricultura familiar, Palmeirinha fica a 50 quilômetros da sede do município, se considerar o trajeto feito pela estrada asfaltada ou 30 quilômetros por estrada de terra. Quase 100% dos seus moradores vivem da cafeicultura. A exceção fica por conta de uma pequena parcela que planta abacate consorciado com café.

A realização de um dia de campo virtual em 2021 foi desencadeada pela necessidade do escritório local da Emater-MG garantir atendimentos necessários ao agricultor familiar, num momento crucial de perdas econômicas. Afinal este segmento rural, como outros do país, já estava bastante penalizado pelas medidas sanitárias necessárias, mas restritivas para o desenvolvimento pleno das atividades agrícolas. A paralisação impactava negativamente a renda dos agricultores.

A solução encontrada pela equipe técnica da empresa foi a realização, pela primeira vez, de um dia de campo totalmente virtual. Após os assuntos serem definidos em parceria com a Comunidade do Palmeirinha, por meio de mensagens enviadas via WhatsApp e também por um informativo semanal batizado de “É Hora…”, também criado pela equipe técnica da Emater-MG, o evento foi colocado em prática no dia 27 de maio de 2021.

“Estávamos no auge da pandemia e época de pré-colheita do café, os cafeicultores se encontravam sedentos por informações técnicas a respeito da colheita e também por estratégias para a próxima safra. Não havia possibilidade de organizar eventos ou reuniões presenciais. Então, para resolver o problema de aglomeração de pessoas e ainda conseguir levar informações aos agricultores foi que realizamos o dia de campo virtual para a comunidade”, justificou o extensionista local, Cristiano Alberto Silva.

Foto: Divulgação Emater-MG

Desafios e resultados

Autor da iniciativa, Cristiano participou de todo o processo e execução do trabalho, que teve a colaboração de outros colegas do escritório. “Cerca de 130 agricultores se inscreveram no dia de campo, além de técnicos e lideranças regionais que acompanharam de forma simultânea o evento. Foram mais de 2,8 mil visualizações no Facebook e 643 no Youtube. Houve inscrito de Montes Claros e telespectadores de São Paulo. Já não sabemos onde mais podemos chegar, mas o conteúdo técnico gerado permanece disponível”, informou.

Em Manhuaçu, normalmente acontecem de oito a dez dias de campo presenciais por ano. Mas a execução desse evento, nesse formato foi trabalhosa. Embora tenha tido boa aceitação, exigiu a condensação de todo o material, envolvendo as gravações feitas nas propriedades rurais e as fornecidas pelos parceiros, promotores do evento. Posteriormente, o material foi todo editado no escritório da empresa e transformado num vídeo único. A transmissão se deu pelo Facebook, Youtube e Tribuna do Leste, veículo impresso da região, que retransmitiu o evento pelos seus canais no Facebook e Youtube, compartilhando as informações com seus seguidores.

Segundo Cristiano, a forma de exibir o evento foi diferente, pois a maioria dos dias de campo on-line se baseia na apresentação de palestras por meio de vídeos exibindo slides, o que não foi o caso apresentado aos agricultores de Palmeirinha. Neste, o dia de campo abordou com filmagens a realidade, mostrando as práticas, tecnologias e depoimentos dos técnicos e agricultores do lugar, onde a cafeicultura é a principal atividade agrícola. Temas como coleta de amostras para análise de solo, colheita e qualidade do café e sucessão familiar rural compuseram o programa do método de divulgação.

“Os resultados foram muito bons. Tivemos a repercussão da nossa ação aqui e em todo o estado. Outras emateres começaram também a produzir conteúdos semelhantes e nós geramos um material técnico muito bom. Estudamos muito, planejamos atividades, fizemos contatos com parceiros. Todo o mundo queria trabalhar, mas não podia ser presencial. Em teletrabalho as coisas também funcionaram. Nossas informações técnicas também atingiram outros produtores, não somente de Manhuaçu, mas de toda a região e estado”, argumentou.

Família Tito e café

As propriedades da família Tito, formada pelo casal de agricultores Antônio Tito Filho e Geralda da Silva, seus oito filhos, além de netos e bisnetos, foi o cenário das práticas mostradas no dia de campo virtual de Palmeirinha. Produtores, torrefadores e comerciantes do Café Tito’s eles aprovaram o dia de campo virtual, realizado pela primeira vez no município, conforme comentou um dos filhos, o cafeicultor José Marcelino Tito.

“Foi muito benéfico o dia de campo virtual. Em virtude da pandemia não tinha como fazer presencial. As ferramentas virtuais fazem parte da realidade. Não importa em que meio você trabalha. Seja no meio rural ou na cidade, não podemos ficar atrás. Nós temos todas as redes sociais: Facebook, WhatsApp, site, Youtube. Divulgamos fotos, vídeos, os nossos produtos. Isso ajuda muito nas vendas. Hoje a comunicação por meios sociais mudou muito, tá muito direta. Se você quer a informação, é só usar os meios sociais”, ressaltou.

Ao lado de outros dois irmãos, Marcelino trabalha na propriedade do pai, embora já tenha terras próprias, no município de Simonésia, assim como esses irmãos. Juntos há 25 anos eles produzem cerca de 2 mil sacas de café, num área de 4,8 hectares de terra. Produzem também em menor escala, polvilho, farinhas de mandioca e milho e rapadura, entre outros produtos. Os demais cinco irmãos já receberam suas partes da terra com usufruto dos pais e adquiriram outras propriedades por conta própria. Dos oito irmãos, quatro deles são homens e quatro são mulheres.

Há mais de 40 anos a Emater-MG local presta atendimento à família Tito, segundo o extensionista Cristiano. No total, a empresa atende cerca de 2 mil agricultores familiares no município. Noventa por cento da produção cafeeira de Manhuaçu vem desse segmento rural. Em todo o município são 23,7 hectares de área plantada de café e produtividade média 25 sacas por hectare, o que de acordo cálculos do extensionista Cristiano Alberto Silva, somam mais de 500 mil sacas de café produzido ao ano.

Prêmio MelhorInovação 2021

O Dia de Campo Virtual da Comunidade do Palmeirinha foi um dos trabalhos regionais da empresa, premiados pelo concurso interno Melhorinovação 2021. O concurso tem por objetivo destacar as melhores iniciativas da empresa que valorizem profissionais e clientes da empresa.

Assessoria de Comunicação – Emater-MG
Jornalista responsável: Terezinha Leite

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