Depois da dor é hora de se reerguer

Viúvo da jovem morta emacidente no viaduto do conjunto SIR cria projeto social para ajudar as pessoas

Fazer o bem sem olhar a quem. Assim, o designer William de Freitas descreve a nova etapa de sua vida. Esposo da jovem Letícia Gonçalves da Silva Lacôrti, 26, que morreu no dia 19 de março deste ano, em trágico acidente no trecho do viaduto do bairro Conjunto SIR, em Governador Valadares. Aos poucos, o jovem vai reconstruindo o que ficou. Oito meses se passaram, e William reuniu-se com seus amigos, que também conviviam com a dor do luto, para compartilhar a ideia de criar um projeto: o “Instituto Letícia Lacôrti”.

O trabalho do instituto já começou. O objetivo é simples: dar apoio aos que mais precisam. “A Letícia sabia o que ela era acostumada a fazer: ajudar as pessoas, e assim nós continuamos a fazer o que ela mais amava. Ela foi tão depressa que nem deu tempo de pedir, mas nem precisava, pois quem a conhecia sabia exatamente o que queria. Então, nós da família decidimos continuar o legado, ajudar os que precisam, por isso, críamos o Instituto Letícia Lacôrti, onde pretendemos levantar um centro onde crianças terão atendimento psicológico, pedagógico e espiritual com oficinas e atividades recreativas, e também com distribuição de cestas básicas”, explica William.

William perdeu Letícia emacidente trágico ocorrido na avenida Moacir Paleta, no dia 19 de março, noviaduto do bairro Conjunto SIR. No mesmo acidente, também morreu Adriana SantosFernandes, de 42 anos. A motorista que causou o acidente, Rosimeri PoyesVargas, responde pena em liberdade, longe de Governador Valadares. Na últimasexta-feira, 21, uma manifestação contra a violência no trânsito foi realizada,em frente ao Fórum de Governador Valadares, no Centro.

Apoio

Para quem não sabe, William também trabalha como palhaço nas horas vagas, como o palhaço Leco Leco. Um trabalho de animação de festas itinerantes, iniciado no ano de 2002. “Como nas demais ocasiões, a gente sempre dava um jeito de ajudar as pessoas. Ela me ajudava no meu ministério de crianças na Igreja Quadrangular, me ajudava com o palhaço Leco Leco, viajava comigo para pregar o evangelho. A gente já sabia, por mais que a gente já tinha feito, que tem muitas pessoas que precisam de ajuda”, contou. Mesmo de pé e com estrutura física pronta, William ressalta que o Instituto Letícia Lacôrti precisa de apoio. “A casa que a gente morava será o local do instituto, mas para conseguir mais coisas precisamos de dinheiro, o dinheiro que nós não temos; a única coisa que temos é o amor por esta causa e muita vontade para fazer, e acredito que também temos parceiros que irão nos ajudar”, diz.

A perda ainda dói, contudo, William procura forças para ajudar pessoas que já sentiram na pele o mesmo que ele. “Eu não guardo ódio depois de tudo que aconteceu. Apena aguardo por justiça. Além das outras ações, nosso objetivo é ajudar pessoas que já perderam alguém na vida, assim como eu. Minha expectativa é fazer desse projeto um exemplo para as pessoas não se abaterem com a dor do luto de um ente querido. É preciso continuar, olhar para frente e lembrar dos bons momentos”.

Se você tem interesse deajudar o Instituto Letícia Lacôrti, pode fazer uma visita. Fica na ruaTurmalina, nº 60, no bairro São Raimundo. Aberto de segunda a sexta, de 13 às17 horas ou ligar no número (33) 99125-2554.


por Eduardo Lima | eduardolima.drd@gmail.com

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