Dengue: Próximo LIRAa em Valadares está previsto para acontecer em janeiro

As visitas domiciliares de agentes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) para combate ao Aedes aegypti seguem suspensas

Em meio à pandemia do novo coronavírus, a dengue ainda é uma preocupação. A chegada do verão, nesta segunda-feira (21), acendeu o sinal de alerta para o crescimento de casos de dengue em Minas Gerais. Em Governador Valadares, o histórico sempre foi preocupante em relação à proliferação do mosquito Aedes aegypti, que também é transmissor do zika vírus e da chikungunya. No entanto, as visitas domiciliares de agentes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), para combate ao Aedes aegypti, seguem suspensas pelo Ministério da Saúde (MS).

O último Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) em Valadares foi realizado em janeiro. Desde o mês de março, o trabalho de combate vem sendo feito por meio de borrifação de veneno com bomba costal (UBV) nos bairros.

Número de casos em GV

De acordo com a Gerência de Epidemiologia do Departamento de Vigilância em Saúde (DVS), Governador Valadares tem no ano: 1.630 casos prováveis de dengue, 423 casos prováveis de chikungunya e 25 casos prováveis de zika. No somatório das notificações, são ao todo 2.078 casos prováveis de arboviroses no município. O próximo levantamento do LIRAa está previsto para acontecer entre os dias 18 e 23 de janeiro.

De acordo com o coordenador do Controle de Arboviroses do Centro de Controle de Zoonoses em Valadares, José Batista, a orientação é para realizar o levantamento nas áreas externas das residências. “Mudou tudo com a pandemia. Portanto, tudo depende de como estará a situação da cidade. Até o momento, nossa orientação é visitar somente a área externa de cada casa. O problema serão os ralos dos banheiros, que não tem como verificar. Mas não podemos fazer nada diferente da recomendação do Ministério da Saúde”.

Visitações não têm prazo para retorno

Desde o início da pandemia estão mantidos os trabalhos de vistoria somente em pontos estratégicos, como borracharias, empresas de grande porte e órgãos públicos com pátio extenso, além de vistorias e eliminação de focos em lotes vagos, praças e estabelecimentos abertos.

José Batista comentou sobre o trabalho que os agentes da Zoonoses desenvolvem para combater o mosquito Aedes aegypti em meio a pandemia da Covid-19: “Nós temos equipes trabalhando o tempo todo na cidade, principalmente nos locais que têm mais focos do mosquito. Isso tem mostrado bons resultados. Foram notificados pouquíssimos casos nos últimos meses em Valadares. Mês passado, por exemplo, não foram notificados nem 20 casos de arboviroses (dengue, zika e chikungunya)”, afirmou.

Sobre o retorno das visitações nos imóveis, Batista afirmou que o Ministério da Saúde ainda não estabeleceu um prazo. “Temos sempre que seguir a recomendação do Ministério da Saúde. Esse período de outubro até final de abril é o período mais crítico para a dengue. Aqui dentro de Valadares o auge das arboviroses é entre março e abril, porque é justamente onde está fechando o período quente do ano. Portanto, é importante que o trabalho seja mais intenso agora antes do pico. Por enquanto, o número de casos é bem abaixo do que foi no ano passado.”

Mesmo sem ter números exatos da proliferação do Aedes aegypti, Batista chamou a atenção para o aumento de notificações no bairro Altinópolis. “É difícil eu falar agora, pois não temos os dados do LIRAa, que ainda não foi realizado. Mas posso dizer que o bairro Altinópolis tem chamado a atenção, pelo número de notificações”, disse.

Para o coordenador, neste momento a mobilização, a conscientização e a participação de todos é muito importante para eliminar os possíveis criadouros do mosquito nas residências. O mosquito se prolifera em água parada e os meses mais chuvosos são os períodos do ano com maior índice de transmissão. Por isso, é importante manter a higiene e evitar água parada todos os dias.

“Quando a gente entra na casa tem como falar com o morador o que deve ser feito. Mas, infelizmente, até o momento as visitações estão suspensas. A mobilização de toda a população é fundamental e a vigilância precisa ser diária. Se cada um tirar 10 minutos da semana para verificar o seu quintal, dentro de casa, a caixa d´ água, recolher o lixo, jogar água quente nos ralos, além de observar as bandejas de geladeira, umidificadores de ar, filtros d’água. É preciso a união de toda a sociedade para que cada um faça a sua parte.”

José Batista (Centro de Controle de Zoonoses (CCZ)/GV)

Minas Gerais

De acordo com o último levantamento dos casos de dengue da Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG), realizado no dia 10 de dezembro, Minas Gerais registrou 83.668 casos prováveis (casos notificados exceto os descartados) de dengue. Desse total, 57.363 casos foram confirmados para a doença. Quanto aos óbitos, em 2020, foram confirmados 12 óbitos pelo agravo. Há 56 óbitos em investigação no Estado.

Em relação à febre chikungunya, foram registrados, em 2020, até o momento, 2.763 casos prováveis da doença. Desses, 1.181 foram confirmados. Há três óbitos em investigação. Já em relação ao zika, em 2020 foram registrados 413 casos prováveis. Desses, 139 foram confirmados para a doença no estado.

No Brasil, conforme o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde sobre o tema, lançado em dezembro, entre janeiro e novembro foram registrados 971.136 casos prováveis de dengue com 528 mortes. As maiores incidências se deram nas regiões Centro-Oeste (1.187,4 por 100 mil habitantes), Sul (931,3/100 mil) e Nordeste (258,6/100 mil).

Outros vírus também podem ser transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti, como o da febre amarela. No entanto, até o momento, a circulação desse patógeno ocorre estritamente em áreas silvestres, não sendo o Aedes aegypti o principal vetor.

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