Coronavírus: impacto da pandemia no cotidiano e na saúde dos idosos

Problemas como depressão, ansiedade ou pânico, é recomendado que a família procure imediatamente a ajuda de um profissional

Por: Agnaldo Souza e Massillon Neves

A pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19) teve grande impacto no nosso dia a dia. Desde que a doença começou a se espalhar, não só comércios mas estádios, museus, casas de shows e até mesmo escolas pararam de funcionar. Umas das recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), é que pessoas com 60 anos ou mais mantenham o isolamento social com o máximo de rigorosidade, visto que os idosos fazem parte de grupos com maior risco de fatalidade.

Contudo, segundo a psicóloga Érica Alves, de 46 anos, este isolamento pode ser prejudicial tanto para a saúde emocional, quanto para a saúde física dos idosos.

“Os idosos são do grupo de risco, então o impacto acabou sendo maior pra eles emocionalmente falando. Em geral eles sabem que estão com perspectiva de vida menos que dos jovens e, a maioria deles, têm doenças crônicas, diabetes, hipertensão ou problemas respiratórios. Pra eles, esse impacto emocional é realmente maior; alguns chegaram várias vezes nos hospitais com crises de pânico e ansiedade. O que acaba deixando eles mais suscetíveis a doenças, por causa do sistema imunológico que acaba sendo prejudicado por essa ansiedade”, contou.

Rose Mary Chisté, aposentada de 68 anos, contou que esta pandemia mudou a sua rotina e acabou fazendo mal à sua saúde. “Por causa deste isolamento social tive alteração do sono, tenho me sentido mais ansiosa, apática e mais sensível emocionalmente. Isso tudo mudou muito a rotina do meu dia a dia. A questão de só poder sair para o essencial, me causou uma inquietação enorme”, afirmou.

Para o vigilante aposentado Josely Araújo Filho, de 60 anos, no começo foi bem difícil manter a quarentena, mas saber que o isolamento social é importante para evitar o contágio ajudou bastante. “Com o distanciamento recomendado, acabaram aqueles abraços e beijos, tanto com a família quanto com amigos. No início foi um pouco difícil, mas partir do princípio que este isolamento é necessário para que o vírus pare de se espalhar, ajudou. É por um bem maior”, contou.

Assim como Josely, o aposentado Italo Murer, de 66 anos, disse que no começo foi difícil, mas que foi preciso se adequar à situação. “Ficamos com medo de morrer, já que somos do grupo de risco. Eu tive um infarto recentemente e isso alterou bastante meu condicionamento. No começo foi difícil, mas nos adequamos e vimos que é algo realmente necessário, visto que o vírus ainda não tem uma vacina”, contou.

Recomendações

Segundo Érica, os idosos que dominam as tecnologias e que usam as redes sociais, podem fazer videochamadas para conversar um pouco para distrair a mente e usar a criatividade, além disso um pouco de carinho e atenção ajudam muito.

“Recomendamos que os idosos que dominam as tecnologias, façam chamadas de vídeos para distrair e busquem ser criativos para passar o tempo. Se houver lugares seguros mais arborizado, como parques ou praças, sair para dar uma volta pode ajudar, desde que não corra risco. Mas os familiares podem dar carinho, cartinhas e demonstração de afetos, isso com certeza irá ajudar muito”, afirmou.

Ainda de acordo com Érica, se alguém da família perceber que o idoso está apresentando problemas, como depressão, ansiedade ou pânico, é recomendado que procure imediatamente a ajuda de um profissional.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

[the_ad_placement id="home-abaixo-da-linha-2"]

LEIA TAMBÉM

Doação de medula óssea pode ajudar a salvar vidas

🔊 Clique e ouça a notícia GOVERNADOR VALADARES – A medula óssea, um tecido encontrado no interior dos ossos, desempenha um importante papel na produção de componentes sanguíneos essenciais, como