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Conheça a história de uma valadarense que foi adotada em Valadares na década de 1960

FOTO: Fred Seixas

A valadarense Marizete Belo da Silva foi adotada em agosto de 1969, com 20 dias de nascida, após um anúncio em uma rádio da cidade. O radialista Adriano Dias da Silva, mais conhecido como Casca Grossa, divulgou que uma mãe estava com um bebê para adoção em Valadares e, quem tivesse interesse, poderia pegar o endereço na rádio. Jamira Nunes da Silva não podia ter filhos e amava crianças. Quando soube da notícia foi até a casa onde a mãe biológica morava com o bebê.

“Minha mãe contou que quando chegou na casa só tinha carrão na porta, tinha várias mulheres chiques e ela pensou que não seria escolhida para adotar. Mas minha mãe biológica perguntou a cada uma quantos filhos tinham, aí minha mãe [adotiva] Jamira disse que não tinha nenhum e nem podia ter, então, foi escolhida. Segundo ela, minha mãe biológica explicou que me colocou para adoção porque eu era filha de um pastor casado e ela não tinha condições de me criar sozinha”, afirma Marizete.

Em entrevista ao DIÁRIO DO RIO DOCE ela detalhou que seu pai adotivo, Bento Belo da Silva, não sabia da adoção. “Quando ele chegou em casa e me viu, minha mãe disse que se ele não me aceitasse ela ia me criar sozinha. Mas, felizmente, foi amor à primeira vista”.

Marizete era mais apegada ao pai e não entendia o porquê da mãe ser tão brava. Contudo quando tinha 18 anos ficou sabendo por terceiros que era adotada e a relação com Jamira mudou totalmente. Ela passou a ver a mãe com gratidão e percebeu o quanto foi agraciada.

“Antes de descobrir que era adotada parecia que eu gostava mais do meu pai, era mais próxima dele, mas depois disso minha relação com minha mãe melhorou 100%. Eu nunca fiquei revoltada e acredito que ter sido criada na igreja me ajudou a encarar isso de outra forma, olhar pelo lado positivo. Também nunca tive interesse em conhecer minha família biológica. Meus pais foram excelentes, os melhores pais que eu poderia ter, tive amor para a vida toda”, conta.

Para Marizete, sua mãe é exemplo de força, honestidade e caridade. “Ela é uma guerreira, muito batalhadora, sempre falou que se a gente lutar Deus abençoa e me ensinou a ser honesta. Também me incentivou a estudar e fez questão que eu participasse da igreja desde criança. É a pessoa mais caridosa que conheço, já vi atitudes de caridade dela que não vi em nenhum cristão. Ela não mede esforços para ajudar as pessoas”.

Hoje, com 82 anos, Jamira tem Alzheimer e necessita dos cuidados da filha. Bento faleceu em 1995. Hoje moram somente as duas. Dessa forma, por causa de uma escolha que Jamira fez há 53 anos, ela ganhou muito mais que uma companhia para a velhice, ela conquistou o amor de alguém que faz tudo por ela.

“Eu não cuido da minha mãe por obrigação, é por amor. Uma forma de dizer a ela muito obrigada pelo que fez por mim. Não poderia ter tido uma mãe melhor”, afirma Marizete.

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