Na manhã desta quarta-feira (3), os idosos que participam do grupo Comunidade Viva em Ação aproveitaram uma manhã especial de atividades físicas e orientações importantes. Desta vez, os ensinamentos sobre saúde e bem-estar ficaram por conta dos alunos do curso de Nutrição da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF-GV).
“É uma prática integradora, onde os alunos têm um primeiro contato com a comunidade. Então a gente pensou numa atividade em que a gente trabalha com o guia alimentar e traz recomendações de alimentação saudável para a população de forma geral. Os alunos estudaram esse material ao longo da disciplina e a gente combinou de trazer o conhecimento, mas de uma forma dinâmica, mais interativa com os participantes”, explicou Kellen Vincha, professora do curso de Nutrição da UFJF-GV.
E para começar o dia com bastante animação, nada melhor do que uma boa aula com muitos alongamentos e exercícios físicos ao comando do professor e também coordenador do grupo, Celso Gomes. “Como profissional, não tem coisa melhor do que trabalhar com o pessoal da terceira idade”, expressa o educador físico.
Trabalho em conjunto
O professor Celso Gomes também afirma ser fundamental unir forças com profissionais de diversas esferas da saúde para cuidar, ensinar e garantir ao grupo uma vida saudável. Além disso, ele ressalta que iniciativas assim têm como propósito diminuir até mesmo a quantidade de medicamentos que os idosos consomem diariamente.
“A gente veio com essa proposta de fazer com que a alimentação diminua a quantidade de remédios que eles tomam dentro de casa. Porque tem alunos que tomam sete, oito remédios. E, muitas vezes, o balanceamento da alimentação já diminui um ou dois remédios na vida deles. Sem contar que, a partir do momento em que a gente melhora essa qualidade da alimentação, a gente melhora a qualidade de vida lá fora”, enfatizou.
Combate às sequelas da pandemia
Ainda de acordo com Celso Gomes, as atividades do grupo Comunidade Viva em Ação estiveram suspensas nos últimos dois anos em razão da pandemia. Mas agora retornam com uma missão ainda maior.
“A gente veio neste ano para poder, realmente, atacar todas as sequelas da covid. A gente sabe que esse pessoal ficou muito tempo trancado dentro de casa. E dentro de casa não é bom para idoso. Idoso, quando fica parado, a tendência é vir muitos problemas. Então a gente está trazendo essa parte de nutrição porque a gente sabe que, ficando parado em casa, muitos ficaram ansiosos, estressados e, muitas vezes, isso tem a ver com a alimentação desregrada que fizeram em casa durante esse período. Não se cuidavam e ficavam do jeito que estavam”, observou o educador físico.
Participantes
A Dona Rute e Sr. José João (79 e 84 anos) estão casados há mais de 60 anos e, há dez, participam do grupo da terceira idade. E pelo visto a participante fiel do grupo ficou atenta às orientações do dia: “De tudo nós podemos comer. Só não podemos comer muito”, disse Dona Rute. Já o Sr. José João preferiu ser sincero: “Não vou falar mentira, né… Mas vou tentar mudar. Eu gosto de um pratão de arroz, é bom demais”, confessou aos risos.
“Tirei muitas dúvidas, muitas dúvidas mesmo! Sobre o integral, sobre o azeite que eu já uso, as folhas… Imagino que eu, com 63, hoje, às vezes me sinto mais saudável do que um que está lá com 30 cheio das coisas, das doenças”, comentou Dona Glória Bessa, que também é participante do grupo Comunidade Viva em Ação.
Ainda de acordo com o coordenador, ao todo, o projeto Comunidade Viva em Ação conta com 380 alunos divididos em polos: Carapina, Santa Efigênia, Santa Terezinha e Santa Helena. Nas atividades desta manhã, estiveram presentes, no polo do bairro Santa Helena, aproximadamente 40 alunos.
