Depois de dois anos de incertezas com a pandemia da covid-19 e os impactos na economia, o comércio busca respirar novos ares e deixar de vez os tempos sufocantes para trás.
Uma pesquisa realizada pela Fecomércio apontou que mais da metade dos comerciantes e lojistas, em Minas Gerais, está com boas expectativas para as vendas no primeiro semestre de 2022.
Segundo o levantamento, 54,4% das empresas entrevistadas pela Fecomércio acreditam que o primeiro semestre deste ano será melhor que o segundo semestre de 2021.
“A expectativa é de uma melhora, comparada com o ano passado e com o ano retrasado. Agora, com a volta de muitas atividades, as pessoas estão procurando renovar o guarda-roupa. E temos também duas datas especiais que a gente trabalha muito bem os presentes: o Dia das Mães movimenta muito e no Dia dos Namorados acontece o mesmo, as pessoas gostam de se presentear”, conta a Sandy Silveira, que é gerente de uma loja de roupas no bairro Vila Isa.
Quem também conta com boas vendas neste ano é Emerson Rodrigues, dono de uma perfumaria no centro de Valadares. “Nós estamos com a expectativa muito positiva para este semestre de 2022. Retornaram as aulas, os decretos estão caindo e cada vez mais estamos voltando a uma normalidade para níveis de 2019, antes da pandemia. Nós [comércio] estamos como corrente, um setor atrelado ao outro. Se as casas de festas se fecham, a gente não tem a festa e nem a compra dos presentes. Com esse retorno, a gente tem aí uma movimentação da economia que beneficia todo mundo, todos saem ganhando.”
De portas abertas e de vitrines lotadas de novidades, a aposta de boas vendas também é esperada com entusiasmo em datas comemorativas como Dia das Mães e Dia dos Namorados.
“Os empresários faturam mais em datas comemorativas. O primeiro semestre é marcado por datas como a Páscoa, o Dia das Mães, o Dia dos Namorados. A principal data deste semestre é o Dia das Mães, em que os empresários fazem diversas promoções, e também tendem a aumentar bastante suas vendas e seus lucros”, explica a economista da Fecomércio, Gabriela Martins.
Mesmo com essa projeção otimista, a instabilidade econômica no país, com o aumento no preço do combustível e dos produtos da cesta básica, é motivo de preocupação para os empresários do setor, que temem uma fuga dos clientes.
De acordo com a pesquisa da Fecomércio, os fatores que podem dificultar as vendas nos primeiros seis meses do ano mais apontados pelos empresários são: preço alto dos produtos (43,1%), desemprego (23,4%), endividamento do consumidor (22,9%) e momento econômico do país (20,4%).
