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Cineasta em Nova York lança campanha para documentário sobre a diáspora afro-brasileira

O projeto “Yorubaland & Bahia” tem como objetivo focalizar as semelhanças culturais e religiosas, transmitidas pelos escravos, entre o Brasil e o continente africano

Em meados de novembro, Rotimi Alakija, da Confidential SpiralH LLC, residente em Nova York, iniciou uma campanha no website GoFundMe.com com o objetivo de angariar fundos para o documentário “Yorubaland ^Bahia” (Terra do Iorubá e Bahia, em tradução livre). O objetivo da campanha é arrecadar US$ 15 mil. Até a noite de quarta-feira (22), a campanha totalizou US$ 2.630.

“Olá a todos. Estamos procurando arrecadar fundos para um documentário. Ele retrata as semelhanças culturais entre os brasileiros e seus primos iorubás da África Ocidental. Estamos viajando para várias partes da Nigéria e da Bahia, entrevistando historiadores, iconoclastas e músicos, como o professor Wole Soyinka, Maura Wagner, Mr. Eazy, The Oni of Ife etc. (Nós) estamos tentando destacar a riqueza da cultura Yorubá e como ela atravessa fronteiras e barreiras. Somos autofinanciados e não temos o apoio de instituições.

“Nós estamos abertos a doações maiores com retorno em créditos de filmes de (nossa) produção. Por favor, me envie uma mensagem diretamente se você estiver aberto a esta proposta. O objetivo deste documentário é abrir os olhos e como esses vastos países estão unidos por uma cultura”, detalhou Rotimi na página da campanha.

Mais informações e detalhes sobre a campanha online podem ser obtidas através do link: https://www.gofundme.com/f/documentary-about-the-afro-brazilian-diospora?qid=3646f6ee0d91d548eb0a0cbd88c36db4

A influência africana na cultura brasileira:

Moleque, quiabo, fubá, caçula e angu. Cachaça, dengoso, quitute, berimbau e maracatu. Todas essas palavras do vocabulário brasileiro têm origem africana ou referem-se a alguma prática desenvolvida pelos africanos escravizados que vieram para o Brasil durante o período colonial e imperial. Elas expressam a grande influência africana que há na cultura brasileira.

A existência da escravidão no Brasil durante quase 400 anos, além de ter constituído a base da economia material da sociedade brasileira, influenciou também sua formação cultural. A miscigenação entre africanos, indígenas e europeus é a base da formação populacional do Brasil. Dessa forma, a matriz africana da sociedade tem uma influência cultural que vai além do vocabulário.

O fato de as escravas africanas terem sido responsáveis pela cozinha dos engenhos, fazendas e casas-grandes do campo e da cidade permitiu a difusão da influência africana na alimentação. São exemplos culinários da influência africana o vatapá, acarajé, pamonha, mugunzá, caruru, quiabo e chuchu. Temperos também foram trazidos da África, como pimentas, o leite de coco e o azeite de dendê.

No aspecto religioso, os africanos buscaram sempre manter suas tradições de acordo com os locais de onde haviam saído do continente africano. Entretanto, a necessidade de aderirem ao catolicismo levou diversos grupos de africanos a misturarem as religiões do continente africano com o cristianismo europeu, processo conhecido como sincretismo religioso. São exemplos de participação religiosa africana o candomblé, a umbanda, a quimbanda e o catimbó.

Algumas divindades religiosas africanas ligadas às forças da natureza ou a fatos do dia a dia foram aproximadas a personagens do catolicismo. Por exemplo, Iemanjá, que para alguns grupos étnicos africanos é a deusa das águas, no Brasil foi representada por Nossa Senhora. Xangô, o senhor dos raios e tempestades, foi representado por São Jerônimo.

O samba, afoxé, maracatu, congada, lundu e a capoeira são exemplos da influência africana na música brasileira que permanecem até os dias atuais. A música popular urbana no Brasil Imperial teve nos escravos que trabalhavam como barbeiros em Salvador e Rio de Janeiro uma de suas mais ricas expressões. Instrumentos como o tambor, atabaque, cuíca, alguns tipos de flauta, marimba e o berimbau também são heranças africanas que constituem parte da cultura brasileira. Cantos, como o jongo, ou danças, como a umbigada, são também elementos culturais provenientes dos africanos. Brazilian Times

 “O objetivo deste documentário é abrir os olhos e como esses vastos países estão unidos por uma cultura”, detalhou Rotimi na página da campanha

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