Ciclista valadarense fala sobre riscos em pedalar nas estradas e rodovias locais

Minas Gerais é o estado com o segundo maior número de vítimas por atropelamento no Sudeste, batendo a marca de 650 óbitos. Em âmbito nacional, os mineiros ocupam a 4ª posição.

A Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) divulgou nessa segunda-feira (31) um levantamento sobre a quantidade de atropelamentos envolvendo ciclistas em todos os estados brasileiros. De acordo com a Abramet, desde 2010, 13.718 ciclistas morreram no trânsito no Brasil, sendo que 60% das mortes foram por atropelamentos. Em Minas Gerais, os dados apontam que 650 ciclistas foram atropelados e, consequentemente, morreram nos últimos 10 anos.

Segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS), até junho de 2020, 690 internações hospitalares foram registradas por vítimas de atropelamentos de automóveis ou veículos. 84% dos internados eram do sexo masculino e metade deles tinha entre 20 e 49 anos de idade. Assim, o SUS gasta, em média, R$ 15 milhões todos os anos para tratar ciclistas traumatizados em colisão com motocicletas, automóveis, ônibus, caminhões e outros veículos de transporte. 

Nos últimos 10 anos, Minas Gerais confirmou 650 mortes de ciclistas por atropelamento

Sendo assim, a equipe do DRD conversou um ciclista valadarense para saber sobre os perigos em andar de bicicleta nas rodovias, estradas e até em perímetro urbano.

Manoel Assad, de 36 anos, é coordenador e professor dos cursos de comunicação (Jornalismo e Publicidade e Propaganda) da Univale. Principalmente nos finais de semana, ele pratica seu hobby predileto: o ciclismo.

O professor é ciclista desde 2017, apesar de o contato com a bicicleta ser desde a infância. Atualmente, ele pedala cerca de 200 km por semana e disse que não se sente seguro ao passar por rodovias: “Apesar de praticar o ciclismo de estrada, não me sinto 100% seguro. Na nossa região muitas estradas não têm acostamento e o asfalto é bem esburacado. Encontramos aqueles (motoristas) que nos respeitam e mantêm a distância de segurança, mas, infelizmente, muitos fazem questão de passar perto e até usar a buzina para nos assustar. O ciclista que usa a rodovia precisa ter muita atenção, prudência e coragem.” contou Manoel.

Além disso, Manoel também alertou sobre a utilização dos acessórios de segurança, que são indispensáveis para os ciclistas. Desde o capacete até a escolha da cor da roupa, o professor falou sobre a importância de cada acessório.

“O uso do capacete e indispensável. Se for rodar à noite é aconselhável que o ciclista equipe a sua bicicleta com as luzes de segurança, tanto na traseira como na dianteira. Alguns capacetes já são vendidos com o led traseiro. Além disso, a escolha da roupa é fundamental. Para andar à noite é importante usar roupas mais claras e coloridas. Muitas roupas já vêm com detalhes refletivos.”

Manoel Assad, professor e coordenador de curso

Manoel relembrou uma vez em que foi atropelado por um carro. Entretanto, apesar de o perigo parecer estar nas rodovias e estradas, o ciclista contou que o acidente aconteceu em perímetro urbano: “Por incrível que pareça, na estrada (rodovia ou rural) não (fui atropelado). Mas já fui atropelado dentro da cidade, voltando para casa de uma trilha. Um motorista virou a esquina sem sinalizar e me pegou em cheio. Felizmente, nada aconteceu comigo, além de alguns arranhões. Vez ou outra a gente recebe notícias de acidentes, alguns fatais, pelas estradas do Brasil.”

Apesar da pandemia, números ainda são altos

Mesmo com redução do volume de veículos nas ruas e do isolamento social adotado em todo o País, devido à pandemia da Covid-19, o número de internações de ciclistas acidentados continuou alto no primeiro semestre.

Na comparação com 2019, as internações tiveram baixa de apenas 13%. “É uma queda pouco expressiva, se considerarmos que o primeiro semestre foi de quarentena. Isso pode estar associado ao aumento de velocidade e à imprudência, impulsionadas por esse momento de menor fiscalização”, avaliou Carlos Eid, coordenador do Departamento de Atendimento Pré-Hospitalar da Abramet.

Os dados mapeados pela entidade indicam que, em média, 850 ciclistas morrem todos os anos por envolvimento em acidente de trânsito. Cerca de 60% desse número é frequente anualmente nas regiões Sul e Sudeste.

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