A Catedral de Santo Antônio celebra hoje a festa do padroeiro, um dos santos mais populares no país. Santo Antônio de Pádua, também conhecido como Santo Antônio de Lisboa, foi um doutor da Igreja que viveu na virada dos séculos XII e XIII. O Dia de Santo Antônio é comemorado em 13 de junho, mesma data da morte dele. O santo foi canonizado por Gregório IX em 1232 e é conhecido como casamenteiro.
Para comemorar a data, acontece hoje, 13, na Catedral Santo Antônio, na praça Dom Manoel, 43, no Centro de Governador Valadares, uma missa solene, presidida por dom Antônio Carlos Félix, com a tradicional bênção dos pães, às 9h. As 18h30 vai ser realizada a tradicional procissão com a imagem do santo pelas ruas da paróquia. Para encerrar as festividades, acontecerá às 19h a missa da Trezena de Santo Antônio, presidida por padre Vidal e concelebrada pelo padre Luiz Márcio Quintão.
Padre Vidal ressalta a importância de Santo Antônio na vida dos devotos. “Ele era conhecedor profundo das sagradas escrituras, contemporâneo de São Francisco de Assis, era padre e passou a ser franciscano, dando um testemunho fenomenal da fé, testemunho de caridade. O que marca profundamente a vida de Santo Antônio é sua espiritualidade, sua pregação e, por ter pertencido à Ordem Franciscana, ele conheceu de perto e se encantou pelo carisma Francisco de Assis. E o que deve falar a nós hoje, acima de tudo, é o exemplo dele.”
Santo Antônio é um santo casamenteiro. Será?
Na busca pelo amor de uma vida inteira vale tudo. E quando o assunto é superstição, impossível não se lembrar de que o protetor da vida amorosa de muita gente é o Santo Antônio, acostumado a ficar mais de ponta-cabeça do que de pé. Em se tratando do santo casamenteiro, simpatias não faltam. As receitas para conseguir um amor colocam o pobre santinho em geladeiras, potes de mel, xícaras de açúcar, panela de pressão, e por aí vai. O Dia dos Namorados no Brasil é comemorado na véspera do Dia de Santo Antônio, o que faz algumas pessoas acreditarem ainda mais no santo casamenteiro.
A recepcionista Amanda Ribeiro conta que uma amiga queria muito uma imagem do Santo Antônio, já que, conforme reza a lenda, para ter sorte no amor a imagem do santo tem que ser ganhada de um amigo. “De tanto ouvir ela falando que precisava de ganhar um Santo Antônio, acabei comprando um para ela. Na época ela ficou muito feliz e andava com o santo dentro da bolsa, o tempo todo. O tempo foi passando e nada de o amor eterno aparecer. Para piorar a situação, ela deixou o santo cair e ele quebrou a cabeça. Depois ela ainda colou a cabeça do santo pra trás e costumava colocar ele no congelador, para ele esfriar a cabeça. Resumindo, já se passaram quatro anos e até hoje ela está solteira. Fico triste por ela e em saber que isso tudo não passa de superstição. Agora tenho dúvidas se ela não arrumou namorado por que é superstição ou se foi pelas maldades feitas com o santinho.”
Você sabe, afinal, qual é a origem dessa crença? Alguns dizem que, certa vez, o santo ajudou uma moça que queria se casar, mas não tinha dote. Ela foi orientada a ter muita fé e, em poucos tempo, moedas de ouro surgiram diante dela. Assim, a donzela pôde finalmente se casar.
Padre Vidal explica que a crença de que o Santo Antônio é casamenteiro tem fundamento, mas devem prevalecer, acima de tudo, outros valores. “Quanto ao fato de ser um santo casamenteiro, tem de tomar muito cuidado, para não se ter uma visão deturpada de Santo Antônio. Quando ele ajudava moças a conseguirem dotes para se casar, não deve ser levado para uma linha de superstição. O que deve marcar é sua espiritualidade, profundidade, fé e por ser um exímio pregador do evangelho.”
Como toda crendice tem versões diferentes, fica difícil saber ao certo qual é de fato a relação do santo com o casamento. Outra história muito popular é a da moça devota que, cansada de esperar anos por um marido, se irritou com a imagem de Santo Antônio e a arremessou pela janela. A imagem atingiu a cabeça de um rapaz que estava de passagem, e a donzela revoltada foi pedir desculpas ao moço. Os dois se apaixonaram, casaram-se e viveram felizes para sempre. O fato é que essas histórias passaram de geração a geração e a crença ainda é grande no santo casamenteiro.
Quem foi
Santo Antônio, cujo nome de nascença é Fernando Antônio de Bulhões, foi um doutor da Igreja que viveu na virada dos séculos XII e XIII. Ele nasceu em 15 de agosto de 1195 em Lisboa, Portugal. A igreja de Santo Antônio foi construída próximo à Sé, local onde, segundo a tradição, nasceu o santo português. Santo Antônio começou sua vida religiosa atuando como frade agostinho, no Convento de São Vicente de Fora, e depois foi para o Convento de Santa Cruz, onde estudou as leituras da Bíblia e da literatura patrística, científica e clássica. Em 1220 se tornou franciscano e começou a viajar frequentemente. Ele morreu aos 36 anos, aproximadamente, na cidade de Pádua, na Itália. Foi o primeiro doutor da Igreja franciscano e deu aulas em universidades italianas e francesas. É visto como um dos mais importantes santos do catolicismo. O Dia de Santo Antônio é comemorado em 13 de junho no Brasil, data da sua morte.
Paróquia Santa Rosa
A Paróquia Santa Rosa vai realizar hoje, 13, uma missa em comemoração ao Dia de Santo Antônio, com a distribuição dos “pães de Santo Antônio”. A paróquia fica na rua Lopes de Souza, 250, Morada do Vale. No sábado, 15, às 18h, acontece também a tradicional Festa Junina no pátio da Comunidade Rosa Mística, com comidas típicas e a tão aguardada quadrilha, promovida pelo Grupo de Jovens Santa Rosa. A quadrilha vai ser realizada na rua Claudionor Nunes Leite, 10, no bairro Vale Verde.
por Angélica Lauriano | angelica.lauriano@drd.com.br