por Natália cancian (FOLHAPRESS)
Com novos casos descartados, caiu para nove o número de casos no Brasil de suspeita de infecção pelo novo coronavírus.
Entre os casos ainda em investigação, três estão em São Paulo e três, no Rio Grande do Sul. Os estados do Rio de Janeiro, Santa Catarina e Minas Gerais acompanham um caso cada.
Os dados são de balanço do Ministério da Saúde divulgados na manhã desta quinta-feira (6).
Segundo a pasta, já são 24 casos descartados após exames apontarem infecção por outros tipos de vírus, a maioria por Influenza B, comum em casos de gripe. O Brasil não tem nenhum caso confirmado da doença.
Mesmo sem registros, representantes do Ministério da Saúde se reúnem nesta quinta-feira com secretários de Saúde, de estados e capitais, para discutir ações para controle do novo coronavírus. O objetivo é preparar a rede de saúde diante da possibilidade de chegada do vírus ao país.
“É uma nova empreitada em que somos colocados à prova, mas que até o momento temos sido aprovados”
disse no início do encontro o presidente do Conass, conselho que representa secretários estaduais de Saúde – Alberto Beltrame
Segundo ele, estados já finalizaram planos de contingência em caso de casos confirmados. Já alguns secretários de Saúde das capitais demonstraram preocupação, como subfinanciamento do SUS, e com a aquisição de insumos que antes eram comprados da China, devido ao risco de que o país suspenda parte da produção.
Também defenderam ações de reforço em equipes de saúde, que atuam nas fronteiras e pediram orientações sobre quais medidas devem ser adotadas no Carnaval.
O Ministério da Saúde tem defendido que não há necessidade de medidas extras para o período. A reunião segue ao longo da manhã desta quinta. Segundo o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, mesmo sem casos confirmados, a pasta tem trabalhado com um cenário “intermediário” de impacto do novo coronavírus, para planejar ações.
Até esta quinta (6), mais de 28 mil pessoas tiveram diagnóstico confirmado da infecção; 99% delas, na China.
“Nos últimos dias, temos observado um aumento de casos na China, em relação a outros países, onde esses casos têm estabilizado”
afirma o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira, ao apresentar os dados a secretários de Saúde.
Ele ressalta que, mesmo dentro da China, a transmissão não é homogênea, com cerca de 60% dos casos concentrados na província de Hubei, onde fica a cidade de Wuhan.