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Câmara da Indústria do Vestuário da FIEMG discute tendências do setor

Reunião contou com a apresentação de dados sobre o mercado da moda, além da proposta de criação de comitês setoriais

Com o objetivo de dar apoio propositivo e empreendedor ao empresariado de moda de Minas, a Câmara da Indústria do Vestuário da FIEMG realizou, nesta terça-feira (09/11), reunião para apresentação de dados e tendências do setor. Na ocasião também foi exposta a proposta de criação de cinco comitês setoriais na Câmara.

O encontro foi conduzido pelo presidente do grupo, o empresário Manoel Bernardes. A pedido do gestor, a analista de Inteligência Competitiva II da FIEMG, Julia Maria Novaes Dias, desenvolveu importante relatório sobre o mercado de vestuário no estado, incluindo tópicos como qualificação, empregabilidade e tendências.

Os números foram reunidos com base na Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) 14 (Vestuário), e trouxe Belo Horizonte como principal pólo de confecção de roupas profissionais em Minas, com 16,88% de participação. Os dados citados são da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), de 2019.

Em seguida vieram Ipatinga, no Vale do Aço (9,10%); Contagem, na Grande BH (8,14%); além de Juiz de Fora, na Zona da Mata (5,46%); e a também metropolitana Betim (3,63%). Além disso, a produção de malharias e tricotagens ocorre em Monte Sião, no Sul (49,78%), enquanto o pólo da fabricação de meias é Juiz de Fora (96,33%).

Em relação ao emprego no setor, como era esperado, as cidades com maior quantitativo são, basicamente, as mesmas onde já foram apontadas as maiores produções.

São elas, também, que apresentam o maior índice de matrículas em cursos de graduação e pós-graduação, sendo eles moda, design, estilismo, desenho industrial, produção têxtil, negócios da moda, produção de vestuário, modelagem, entre outros, conforme dados do Censo da Educação Superior (2019).

Já os dados das bases Comex Stat (2020) e Trademap (2020) apontaram os desafios da internacionalização do mercado de moda no Brasil. Entre os principais fornecedores mundiais, a China tem 36,79% de participação; Bangladesh tem 6,70%; Vietnã, 6,25%; e Brasil apenas 0,04%. “Nossa concorrência tem que ser diferenciação de produto, e não por preço. Esse é o desafio”, afirmou Manoel Bernardes.

Tendências

Outro importante ponto da explanação do setor de Inteligência da FIEMG em relação ao Vestuário se deu para as tendências do mercado de moda. Segundo dados do WGSN – Insight Team (2021), o principal guia da área será o investimento na diversidade de produção e comunicação.

O estudo mostrou que a maioria das marcas estão focando em mudanças internas e estratégias de marketing voltadas para a diversidade, igualdade e inclusão. Entre os principais, 76% dos consumidores acreditam que a diversidade e a inclusão devem ser preocupações constantes das marcas.

Além disso, 72% deles estão mais dispostos a apoiar marcas com uma comunicação honesta; e 70% sentem mais confiança em marcas que se preocupam com a diversidade em suas propagandas, com inclusão de pessoas com deficiências, LGBTQIA+, com respeito à equidade de gênero, às etnias, e estímulo à quebra de padrões. Outras fortes tendências podem ser vistas abaixo:

– Omnichannel: é a combinação do canal digital com o meio físico;
– Influência digital: 29% dos consumidores que compram on-line vêm de redes sociais;
– Upcycling: reciclagem de itens de vestuário;
– Cosewing: espaço onde fábricas pequenas conseguem usar uma máquina de alto valor de forma compartilhada;
– Economia colaborativa: armários colaborativos, aluguel de roupas, entre outros;
– Slow fashion: moda mais autêntica, com produtos únicos, e ecologicamente sustentáveis do ponto de vista de produção.

Recomendações e comitês

Os participantes da reunião ordinária da Câmara da Indústria do Vestuário da FIEMG também discutiram recomendações para o setor. Entre elas, foi apontada a necessidade de reforço no associativismo, com a união de empresas em pólos para que elas ganhem escala; e a importância da qualificação dos atores do ramo.

Outros tópicos necessários foram a descentralização e a criação de cosewings em unidades do SENAI; e o aumento da integração das fábricas com startups, por meio do FIEMG Lab.

Por fim, os integrantes trouxeram a sugestão da criação de cinco comitês. Segundo eles, a Câmara é o espaço ideal para o desenvolvimento de uma governança estratégica para o setor, que envolva os sindicatos, associações, acadêmicos, prestadores de serviços da indústria e órgãos públicos.

“Além disso, o trabalho de articulação por comitês vai estimular o entendimento do associativismo como a principal força motriz para o crescimento da indústria da moda mineira”, apresentou o grupo, em texto. Os cinco comitês propostos são: ID Pedidos; ID Pronta Entrega; Acadêmico; Comunicação de Moda e Tecnologia; e Institucional.

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