Transitar pelas ruas e avenidas de Governador Valadares está cada vez mais difícil. A chegada do período chuvoso só piorou a situação, principalmente nos bairros mais afastados do Centro. O problema se estende desde os bairros mais nobres até a periferia. Segundo os motoristas, não há manutenção por parte do poder público e as chuvas ajudam a formar valetas que comprometem a suspensão, amortecedores e pneus dos carros e motocicletas. A equipe de reportagem do DIÁRIO DO RIO DOCE visitou alguns bairros de Valadares que sofrem com a falta de reparos.
Nesta época do ano, com chuvas constantes, o número de buracos nas ruas e rodovias aumenta consideravelmente. Na rua Uberaba, no bairro Jardim Pérola, por exemplo, um buraco tomou conta de quase toda a rua. “Não é possível passar nessa rua sem passar nesse buraco. Todo mundo reclama faz tempo e ninguém faz nada”, comentou a moradora Maria Danuzia.

Em uma rotatória na avenida Moacir Paleta que liga à rua 25, no bairro Santos Dumont I, o buraco foi tomado pela água. Os motoristas até tentam desviar, mas acabam passando pelo buraco. Veja nas imagens:

Nos bairros Sir, Santos Dumont 2, São Pedro, Vila Rica e Vila Bretas os buracos também têm sido motivo de reclamação dos motoristas. No centro de Valadares eles também causam problemas.

Outro trecho que já se tornou um pesadelo para os motoristas se encontra na rua Sinval Leite, em direção ao bairro Jardim Pérola, ligando a um atalho para a BR-116. A quantidade de caminhões que saem de uma empresa de combustíveis prejudica o tráfego na via. Nos dias de chuva a situação é ainda pior, pois o alagamento esconde as deficiências da via. Assista ao vídeo.
Câmara Municipal pede que Prefeitura aplique saldo do Duodécimo Constitucional em operação “Tapa Buracos”
Em dezembro de 2021 a Câmara Municipal de Valadares devolveu R$ 1.354.639,08 aos cofres do Poder Executivo Municipal. A quantia é referente à devolução do saldo restante do Duodécimo Constitucional referente ao exercício financeiro de 2021. Para o presidente da Câmara, o vereador Regino Cruz (Podemos), a quantia poderia ser aplicada em obras de recapeamento de vias. “Toda essa economia foi possível graças à austeridade com que gerimos o Poder Legislativo. O que pedi ao Prefeito André Merlo é que aplique esse dinheiro em obras, e principalmente na Operação Tapa Buraco. O nosso pedido tem o aval de todos os 21 vereadores”, afirma.
O vereador Juarez Gomes (PSL) criticou a qualidade da pavimentação na cidade. “A minha observação sobre o aumento dos buracos em Valadares vem ocorrendo com mais frequência com a péssima qualidade da pavimentação nos últimos 20 anos, além da falta de redes pluviais ou redes que não comportam o volume das águas da chuva, e a falta de manutenção nos bueiros, ocasionando alagamentos, danificando a pavimentação. Tenho cobrado com veemência a qualidade do material dos tapa-buracos. São os mesmos buracos que se abrem e fecham no período chuvoso até três ou mais vezes em um ano, com um alto custo para o Município, além do transtorno para a nossa população. É lamentável”, manifestou o parlamentar.
O que diz a Prefeitura
Em nota, a Prefeitura de Valadares informou, por meio da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Urbanos (SMOSU), que durante o período chuvoso não é possível realizar manutenção nas vias. “O maior vilão quando se trata de pavimentação é a água. Além de ser o motivo mais frequente para o surgimento de buracos, durante o período de precipitações não é possível realizar nenhuma manutenção, visto que os materiais de base e asfalto não podem molhar”, informou.
A Prefeitura afirmou que, para este ano, a SMOSU está com um projeto de ampliar o serviço de recuperação de vias.
“A Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Urbanos (SMOSU), informa que diariamente equipes trabalham na recuperação de vias e que o serviço de tapa-buraco, independente se o buraco é no calçamento de pedra (unistein) ou asfalto; consiste em retirar todo o solo que estiver molhado ou sujo, compactar o fundo e colocar um novo material de base que esteja na umidade correta.
A nova base deve ser compactada com equipamentos adequados e por fim executado o revestimento. Se for usada a pedra, a mesma deve ser assentada sobre camada de 5cm de areia e os espaços entre as peças de concreto rejuntada com areia. Caso seja usado o asfalto, deve ser usada uma emulsão asfáltica sobre a base finalizada para depois ser colocada a camada de asfalto, que deve ter 5 cm de espessura.
Para este ano a SMOSU está com um projeto de ampliar o serviço de recuperação de vias. Ressaltamos que a cidade tem um problema estrutural, pavimentação antiga”, diz a nota.
SECOM/PMGV