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Atlético e Cruzeiro: a antítese do Brasileirão

Cruzeiro e Atlético, a antítese do Brasileirão
FOTO: Reprodução/ Atlético | Reprodução / Cruziero

BELO HORIZONTE – A imprevisibilidade é um fator fundamental para proporcionar emoção e adrenalina no futebol. Durante pelo menos 90 minutos, tanto torcedores e jogadores compartilham da sensação de presenciar ao vivo o espetáculo do futebol (às vezes não muito bonito de se ver). É só quando o apito final soa que os corpos tensos explodem em emoção ou desabam em incredulidade. Mas para Atlético e Cruzeiro essa mesma sensação tem se estendido pré e pós-jogo. 

Para os dois times, olhar para a tabela do Campeonato Brasileiro é um exercício que alterna entre a ansiedade e a depressão. A balança que equilibra a irracionalidade do torcedor apaixonado é a probabilidade.

De um lado, atleticanos olham para cima como se aguardassem o tropeço de Palmeiras, Botafogo, Bragantino e Grêmio. Para fazer parte do G4, mais que ser competente é preciso torcer pela incompetência dos outros times.  

Do outro lado, cruzeirenses olham para baixo como se temessem um fantasma de um passado recente. Para não se juntar aos finados América e Coritiba, mais que torcer pela incompetência dos times que estão acima na tabela, é preciso ser competente para garantir a permanência entre os vivos, digo, entre os 20 times da Série A. 

E por mais que a trajetória das equipes mineiras se bifurca de tal forma, os rivais marcados pelo tempo e espaço acompanham roda a roda o começo do fim de uma história que pode ser redentora ou frustrante, para ambos. Olhando de uma certa distância (não muito longe), o contraste entre o Alvinegro e o Azul Celeste fica ainda mais evidente. É a antítese do Brasileirão.  

De 3 em 3 pontos

Para o Atlético faltam apenas 4 rodadas para terminar o campeonato. Já o Cruzeiro está num time (tempo) diferente. A Raposa ainda tem 6 jogos para disputar no Brasileirão. Os dois times enfrentam uma sequência de partidas bem tensas. Neste momento da competição não tem jogo fácil.  

Neste domingo (19), o Atlético recebe em casa o Grêmio. O time gaúcho está na 4ª posição com 59 pontos, dois a mais que o Galo. Uma vitória, neste confronto direto pelo G-4, pode deixar o caminho do Atlético mais fácil para a Libertadores. Em seguida os duelos serão contra Flamengo, São Paulo e Bahia. 

Analisando esta sequência, o Atlético terá outro confronto direto pelo G-4, desta vez contra o Flamengo. O time carioca tem um jogo a menos e a partida contra o Galo será no seu mando de campo, no Maracanã. Além disso, dependendo do “estado de saúde” (condições) do Cruzeiro na última rodada da competição, o Atlético pode dar uma ajudada para livrar o time Celeste do rebaixamento. Isso porque o Galo jogará contra o Bahia, que hoje ocupa a 16ª posição.

A agenda do Cruzeiro começa no sábado (18), jogando contra o Fortaleza fora de casa. Na sequência é jogo de confronto direto com o Vasco, com mando de campo a favor do Cruzeiro. A questão é que, para alegria dos vascaínos, o time tem mantido uma boa sequência de vitórias nas últimas rodadas. Nos últimos 3 jogos, o Gigante da Colina conquistou todos 9 pontos que disputou, já o Cabuloso amarga três derrotas seguidas no campeonato.  

A Raposa ainda terá pela frente o Goiás (que está entre a vida e a morte neste Brasileirão). O time ocupa o 18º lugar na tabela. E nas últimas rodadas, o time mineiro encara duelos difíceis contra  Atlético Paranaense, Botafogo (2º colocado na tabela) e por fim o Palmeiras (que hoje é o líder do Brasileirão). Da mesma forma que o Atlético pode dar aquela moral para o Cruzeiro, a Raposa também pode facilitar a vida do Galo no G-4.

A esperança não está nos números

Agora vamos às probabilidades (acho que assim vai ficar mais fácil de entender toda essa reviravolta). De acordo com o Departamento de Matemática da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), é mais fácil o Cruzeiro não ser rebaixado do que o Atlético ser campeão brasileiro. Mas calma lá, torcedor cruzeirense, esta comparação pode dar uma falsa impressão. 

As chances da Raposa não conseguir sair do Z-4 é de 34,8%. Os números são preocupantes, e ainda pioram quando você olha para o Vasco, que é o segundo time fora da zona de rebaixamento. De acordo com os cálculos do Departamento de Matemática da UFMG, o time carioca tem 10,8% de chance de jogar em 2024 a Série B. Entre os dois times está o Bahia, na 16ª posição, que tem mais chances de ser rebaixado que o Cruzeiro, que é de 56,4%.

Já a situação do Galo não é tão desesperadora assim. O time está a quilômetros de distância do rebaixamento, mas por outro lado ser campeão brasileiro pode ser um título que fique para 2024. Pela probabilidade, as chances são de 0,83%.     

A grande ironia disso tudo é que os dois times sabem que poderiam ter um melhor desempenho. E nessa matemática, o denominador que foge da curva e dos cálculos é a esperança do torcedor em presenciar o desfecho de uma história redentora.

Sobre a metodologia dos cálculos 

“Resumidamente, com os jogos realizados, são estimados os perfis de cada time, como mandante e visitante, e por meio de milhões de simulações, esses perfis são projetados nos jogos que ainda não foram realizados. E ao final dessas simulações, contados o número de vezes que um time foi campeão, classificado para alguma competição ou rebaixado, que dividido pelo número de simulações, fornece a probabilidade específica”, explicou Gilcione Nonato Costa, coordenador do Departamento de Matemática.

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