Adaptação: Como o comércio em Valadares está encarando o coronavírus?

Com o fechamento do comércio ou restrição ao funcionamento dos estabelecimentos comerciais em algumas cidades, devido à pandemia do Covid-19, a economia nacional ficou de joelhos. Com as medidas de quarentena e de isolamento social adotadas para frear a disseminação da doença, alguns empresários foram obrigados a se adaptar ao novo ritmo para não correr o risco de fechar as portas e perder os clientes.

Em Governador Valadares, os reflexos da pandemia já podem ser sentidos pelos comerciantes. Faturamento, alugueis dos pontos comerciais, folha de pagamento dos funcionários, boletos, taxas e impostos municipais, estaduais e federais são as maiores preocupações.

Atentas à situação, entidades como Associação Comercial e Empresarial de Governador Valadares (ACE-GV), Câmara de Dirigentes Lojistas de Governador Valadares (CDL-GV), Sindicato do Comércio de Governador Valadares (Sindicomércio-GV) e Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais – Regional Rio Doce (FIEMG) têm se reunido para buscar soluções que auxiliem o pequeno e o médio empresário.

Em relação aos empresários, cada um se adapta como pode. Lucas Gonçalves, dono de uma rede de academias em Valadares, contou como está enfrentando a crise provocada pelo novo coronavírus: “É uma realidade muito diferente, que nunca passamos. Nossos alunos estão fazendo aula on-line, por meio do Instagram. Nós estamos tendo dificuldade com as despesas, mas esperamos que a nova medida do decreto municipal possa nos ajudar, pois não podemos mais sofrer com esse prejuízo”.  

Jackson Souza Lemos, presidente ACE-GV, diz estar preocupado com o impacto que a economia pode sofrer nos próximos dias. “O cenário traçado pela Federaminas, através de pesquisa a nível estadual, é de que, sem flexibilização dos decretos – inclusive em Valadares – no período até 15 de abril, mais de 50% das pequenas empresas mineiras devem fechar as portas e o número de desempregados pode chegar a mais de 3,6 milhões em toda Minas Gerais. Considerando que a economia de nossa cidade gira em torno, principalmente, do comércio, esse impacto aqui pode ser sentido em uma escala maior”, aponta a pesquisa

No enfrentamento da crise, a CDL-GV orienta os comerciantes a ficarem atentos às medidas provisórias do governo em busca de auxilar o setor. “Estamos passando por um momento realmente delicado. A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) estima que o setor de comércio e serviços do Brasil será impactado negativamente em mais de R$ 100 bilhões nos próximos meses. A projeção tem como premissa a normalização das atividades a partir de maio. Por isso, é fundamental que o empresário fique atento às medidas provisórias que o governo tem liberado e siga as redes sociais da CDL-GV, porque estamos empenhados em mantê-lo informado”, disse o presidente da CDL-GV, Rogers de Marco.

Enquanto as lojas acompanham o decreto de restrições, a CDL disponibiliza um serviço on-line de valorização do comércio. “A CDL-GV tem feito uma campanha de valorização ao comércio, em que as empresas podem divulgar gratuitamente seu serviço delivery em nosso Instagram e também no site www.cdlgv.com”.

Faturamento em queda

O Sindicomercio em Valadares projeta um queda de quase 28% no faturamento no setor de varejo. “Acreditamos que acontecerá em Valadares o reflexo do que acontecerá na capital e no restante do país. Nesse sentido, a Confederação Nacional do Comércio (CNC) estima que somente o varejo mineiro perderá R$ 4,45 bilhões entre 23 de março e 10 de abril, uma queda de quase 28% no faturamento para o período. Mas o Sindicomércio acompanha diariamente as medidas públicas e privadas que afetam as empresas do comércio de bens e serviços e tem buscado, juntamente com outras entidades e o Poder Executivo Municipal, soluções que minimizem os impactos para a comunidade empresarial valadarense”, declarou o sindicato.

Mudanças que podem ajudar

Na manhã de segunda-feira (6), o prefeito André Merlo se reuniu com entidades de classe. Na oportunidade, decidiram novas medidas para o funcionamento do comércio na cidade, a partir desta terça-feira (7).

O decreto editado estabelece, entre outros, que o comércio continue com as instalações fechadas, podendo, além das formas de atendimentos já permitidas nos decretos anteriores, atender seus clientes mediante prévio agendamento.

No caso de academias de ginástica, os clientes só serão atendidos a partir de agendamentos individuais, e os espaços são obrigados a manter higienização dos aparelhos depois de casa uso, sendo vedadas atividades em grupo. Só o tempo dirá como os comerciantes vão se adaptar nos próximos dias.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

[the_ad_placement id="home-abaixo-da-linha-2"]

LEIA TAMBÉM