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2022 foi o ano mais mortal na fronteira México-EUA

FOTO: Freepik

Mais de 800 emigrantes morreram no último ano tentando entrar ilegalmente no país norte-americano

Pelo menos 853 emigrantes morreram em solo norte-americano de novembro de 2021 a novembro de 2022, tornando o último ano o mais mortal para quem tentou entrar nos Estados Unidos de forma ilegal, atravessando a fronteira com o México. Os dados são da Patrulha da Polícia de Fronteira norte-americana (CBP, em inglês) e não incluem, dessa forma, os que morreram em território mexicano. O número supera os dados de 2021, quando 546 emigrantes morreram na travessia.

Casos de brasileiros que morreram na travessia são muitos. No último ano, por exemplo, uma brasileira viu a filha e o marido morrerem afogados no rio Grande, na fronteira do México com os Estados Unidos, no Texas. Ela contou que quando faziam a travessia, a filha começou a se afogar e o marido tentou ajudá-la. Ela conseguiu atravessar o rio com a garota, mas, infelizmente, a menina, que tinha apenas 1 ano e 11 meses de idade, não sobreviveu. O marido também acabou morrendo afogado e só depois de 4 dias as autoridades americanas encontraram o corpo. Contudo uma família norte-americana acolheu a sobrevivente. Ela ainda se recupera do trauma.

Prisão de coiotes em Valadares

No último ano, em Valadares, a Polícia Federal prendeu um grupo de coiotes que teria levado para os Estados Unidos cerca de 197 pessoas, incluindo crianças e bebês. As crianças são usadas para burlar leis humanitárias. Isto porque os pequenos não podem ficar sozinhos em território norte-americano. Com isso, os pais respondem pela entrada irregular em liberdade nos Estados Unidos.

O mesmo grupo teria sido o responsável por levar o valadarense Ayron Henrikson Fernandes Gonçalves, de 21 anos, que morreu após passar mal na travessia em 2021, conforme reportagem publicada no DRD, no dia 21 de junho de 2022. A vítima morreu de insuficiência respiratória aguda, em abril daquele ano, após os coiotes abandoná-la. Ele acabou sendo enterrado como indigente na cidade de Mexicali, no México. O caso só se tornou conhecido porque o pai de um dos emigrantes que estava na travessia naquele dia contou às autoridades o que havia ocorrido com o rapaz. Daí a Polícia Federal iniciou as investigações e descobriu que ele havia sido sepultado seis dias depois como indigente por estar sem os documentos. Meses depois, outra brasileira morreu de fome e sede no deserto após atravessadores tê-la abandonado, porque estava cansada.

Em junho do último ano, 53 emigrantes do México, Guatemala e Honduras morreram dentro de um caminhão abandonado pelos traficantes de pessoas na cidade de San Antonio, Texas. Eles estavam presos no baú do caminhão, sem alimento e água. No local, a temperatura média era de 39,4º no dia da fatalidade. A perícia apontou uma combinação de desidratação e calor como a causa dos óbitos. No entanto outras 13 pessoas, incluindo algumas crianças, conseguiram ser resgatadas com vida.

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