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Trump promete se posicionar sobre aborto e associa imigrantes a ‘carnificina’

FOTO: Maansi Srivastava/The New York Times

FERNANDA PERRIN

WASHINGTON, None (FOLHAPRESS) – Pressionado pelo avanço de restrições ao aborto em estados republicanos, o ex-presidente Donald Trump afirmou nesta terça-feira (2) que vai divulgar uma declaração sobre o tema na próxima semana.
Até agora, o candidato presumido à Presidência têm fugido da questão, mantendo uma postura ambígua —oscilando entre dizer, com orgulho, ter sido o responsável pela derrubada do direito constitucional ao procedimento pela Suprema Corte, e chamar as restrições de “um erro terrível”.

Nesta segunda, a Justiça da Flórida abriu caminho para a entrada em vigor de um limite de seis semanas para a interrupção da gravidez no estado, comandado por Ron DeSantis. No mesmo dia, porém, em uma decisão separada, os juízes validaram um plebiscito sobre aborto previsto para ocorrer em novembro, paralelo à eleição.

Trump não falou sobre o tema nos dois comícios que realizou nesta terça, em Michigan e Wisconsin. A promessa de uma declaração na próxima semana ocorreu apenas após ser questionado por um repórter, que perguntou a opinião do candidato sobre a nova restrição na Flórida.

“Nós faremos uma declaração na próxima semana sobre aborto”, respondeu.

Os democratas veem na decisão uma oportunidade para tentar virar o estado, no qual não conseguem vencer um pleito presidencial desde a última eleição de Barack Obama. Em nota divulgada nesta terça, a campanha de Joe Biden afirmou acreditar agora nessa possibilidade. “O direito ao aborto estará no centro das atenções na Flórida neste ciclo eleitoral”, afirmou o comunicado.

O direito ao aborto é apoiado pela maioria dos americanos, e venceu todas as vezes que foi colocado para votação nos últimos anos, engajando eleitores e fortalecendo candidatos democratas nas urnas.

Um vídeo intitulado “Trust | Biden-Harris 2024” publicado nesta terça-feira no canal do YouTube de Joe Biden mostra Trump se vangloriando de ajudar a revogar a decisão de Roe vs. Wade, de 1973, a qual reconhecia o direito em âmbito federal de uma mulher ao aborto.

“Em 2016, Donald Trump concorreu para derrubar Roe vs. Wade. Agora, em 2024, ele está concorrendo para aprovar uma proibição nacional do direito de escolha das mulheres. Estou concorrendo para tornar Roe vs. Wade a lei do país novamente, para que as mulheres tenham uma garantia federal do direito de escolha”, afirma Biden no vídeo. “Donald Trump não confia em mulheres. Eu confio”, completa.

‘BANHO DE SANGUE’ NA FRONTEIRA

O empresário priorizou outro tema nos eventos desta terça: a entrada ilegal de imigrantes no país, o maior ponto fraco de Biden em sua campanha pela reeleição. Michigan e Wisconsin estão entre os poucos estados considerados pêndulo, ou seja, que podem dar a vitória a qualquer um dos dois candidatos e, assim, são determinantes para o resultado da eleição.

“Sob o comando do corrupto Joe Biden, cada estado agora é um estado de fronteira, cada cidade agora é uma cidade de fronteira. Joe Biden trouxe a carnificina, o caos e a violência de todo o mundo e despejou diretamente em nossos quintais”, afirmou.

O republicano afirmou que “o banho de sangue na fronteira de Joe Biden” vai acabar quando ele assumir a Presidência. “Os piores de todos os países estão vindo para o nosso país. Eles estão mudando, ameaçando e destruindo o país. Nós vamos acabar tendo que fazer a maior deportação da história americana. Não temos escolha”, disse.

Trump tem adotado um discurso cada vez mais agressivo contra imigrantes, os quais já acusou de “envenenarem o sangue da nação”.

Nas últimas semanas, ele tem reforçado a associação do fluxo à criminalidade, aproveitando dois assassinatos de grande repercussão em que os acusados são imigrantes indocumentados. As vítimas foram duas jovens: Laken Riley, morta na Geórgia, e Ruby Garcia em Grand Rapids, no Michigan, onde ocorreu o comício de Trump nesta terça.

Segundo autoridades, o acusado pelo homicídio de Garcia, chamado Brandon Ortiz-Vite, chegou a ser deportado durante o governo Trump, mas conseguiu voltar aos EUA.

Nesta terça, o republicano chamou o assassino de Riley de um “estrangeiro ilegal animal”. “Os democratas dizem ‘por favor, não os chame de animais, diga humanos’. Eu digo que não, eles não são humanos, são animais. Usarei a palavra animal porque é isso que eles são”, completou.

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