Infestação está em 4,3%, o que apresenta alto risco; até esta data (9), as arboviroses (dengue, zika e chikungunya), no município, já somam 1.515 casos
Onde eles chegam, o Aedes aegypti tem que sair. Afinal o trabalho dos agentes de endemias é justamente eliminar este mosquito que, há tempos, se revelou um dos nossos maiores inimigos. E a prova disso está nos números: até a data de hoje (9), Valadares registrou um total de 1.515 casos de arboviroses. Ou seja, pessoas contaminadas pelos vírus da dengue, zika ou chikungunya. Além disso, conforme o Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), feito em abril, a cidade apresenta infestação em alto risco, com 4,3%.
Sobretudo o Centro de Controle de Zoonoses destaca que a maioria dos focos estão dentro das residências. Por isso, os agentes de endemias do município deram sequência, na manhã desta segunda-feira (9), às visitas nos bairros.
Combate às arboviroses
Então para lutar contra essas doenças e a proliferação do mosquito, o supervisor dos agentes, Lincoln Júnior, orienta: “Nós precisamos que as pessoas, primeiramente, ajudem os agentes, recebendo os agentes nos imóveis. Então a gente precisa da colaboração do morador”. A meta da equipe de Zoonoses é visitar 100% dos imóveis, inclusive os abandonados.
No entanto nem sempre os agentes conseguem ter acesso ao interior das residências. Durante as visitas desta manhã, no bairro Santa Helena, uma moradora preferiu não aceitar a visita da equipe. Mas mesmo assim, do lado de fora do portão, o agente de endemias passou algumas orientações.
Ele viu que a moradora utiliza cascas de ovo como adubo para as plantas e apoiou a iniciativa. Porém até uma casquinha de ovo, segundo o agente, precisa de atenção para não se tornar um foco: “Esste trabalho que a senhora está fazendo, esta casquinha de ovo, até uma casquinha de ovo pode dar foco”, advertiu Lincoln Júnior. Confira:
Moradores autorizam visitas dos agentes
Já na casa do Ademir Conrado, que mora na mesma rua, os agentes costumam ser recebidos em todas as visitas. O autônomo ainda faz questão de enfatizar sobre a importância da vizinhança se unir em prol do combate ao Aedes. “Eu deixo eles entrarem, ofereço até café. Eles estão sempre vindo aqui. Tinha uma caixa d’água ali embaixo [no lote vago próximo à residência] que a gente nem sabia que estava com água. Eles viraram ela de boca para baixo. O outro vizinho, em vez de ajudar, atrapalha, joga lixo”, conta o morador.
Quem também já é conhecida pelos agentes como uma grande parceira nesta batalha, é a dona Joserize de França. Ela possui diversas plantinhas, dentro e fora do imóvel, mas a equipe não encontrou um foco sequer do mosquito. Então mesmo tendo bons hábitos, a dona de casa autoriza a supervisão da equipe de Zoonoses e acolhe as orientações.
“Muitas vezes, eles não podem ter esse acesso completo junto com a gente. Tem que colaborar, eles estão fazendo é para o bem da gente mesmo”, comenta dona Joserize.
LIRAa 2022 e medidas de combate
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) é um método simplificado para obtenção rápida de indicadores entomológico (que identifica a presença do mosquito). Portanto esse levantamento tem o dever de mensurar, especificamente, a propagação do Aedes aegypti em um território.
Em fevereiro deste ano, a Prefeitura de Valadares divulgou o resultado do 1º LIRAa de 2022, apresentando índice de infestação em 4,7% – alto risco. Enquanto no 2º levantamento, realizado em abril, este número caiu para 4,3%. Apesar da pequena diminuição, a equipe do Centro de Controle de Zoonoses segue preocupada. Aliás a porcentagem considerada aceitável pela Organização Mundial da Saúde é abaixo de 1%.
Então com base nos resultados obtidos, a Secretaria Municipal de Saúde elabora o plano de ação para prevenção e combate a arboviroses. Assim sendo, o supervisor de equipe da Zoonoses, Lincoln Júnior, explica quais são essas ações. Dentre elas, está a aplicação da bomba costal:
“São os meninos com a bomba, passando em frente às casas. Ou até mesmo o morador, quando permite entrar, eles entram. E a gente tem visitado 100% dos imóveis. Tem os pontos estratégicos que os meninos visitam de 15 em 15 dias, que são oficinas mecânicas, cemitérios, ferro velho. É uma das ações que a gente realiza”, pontua o supervisor.
Orientações à comunidade
Por fim, Lincoln Júnior reforça sobre as práticas que devem ser adotadas por todos nós contra o Aedes aegypti.“Se houver pratinho de planta, colocar areia até a borda; manter as caixas d’água bem tampadas; jogar água fervente nos ralos uma vez por semana; cloro também ajuda. Isso é importante que ajuda a gente a combater o danado do mosquito que é esse Aedes aegypti”.
Enquanto a respeito da autorização da entrada das equipes, o supervisor compreende, mas pede a colaboração de todos: “Devido a pandemia, as pessoas estão receosas ainda a deixar os agentes entrarem. Mas a gente pede para que os moradores abram as portas para a gente. Os agentes foram treinados para realizar esse trabalho”, conclui.
Em Valadares, o Centro de Controle de Zoonoses está localizado na rua Soldado Edson Veloso, bairro Santos Dumont II. O telefone para contato é o (33) 3273-1014.