Faleceu na manhã de ontem, aos 92 anos de idade, o escritor e cronista Milton Mariano, vítima de pneumonia. Conhecido por seu estilo literário sarcástico, Milton foi membro da Academia Valadarense de Letras (AVL), um dos pioneiros no comércio em Governador Valadares e cronista no DIÁRIO DO RIO DOCE na década de 80. É autor de mais de três mil trovas, muitas delas já publicadas. O corpo do escritor foi velado na capela velório do Cemitério Santo Antônio e o sepultamento aconteceu às 18 horas. Milton deixa a esposa Gilda Soroaggi de Souza, três filhos, sete netos e cinco bisnetos.
O filho mais novo do escritor, Milton Mariano de Souza Filho, comentou sobre o estado de saúde do pai antes da morte. “Meu pai já estava sofrendo complicações na saúde. Era uma pessoa muito querida por todos, principalmente pelos escritores da AVL, que admiravam seu jeito de escrever”, disse.
Para escritora e ex-presidente da Academia Valadarense de Letras Maria Cinira dos Santos Netto, Valadares perde uma figura emblemática, na expressão política literária. “Ele foi uma pessoa política, com tom sarcástico em suas publicações. Seus textos eram sempre polêmicos e importantes nos jornais. Vai deixar saudades”, lamenta-se.
A professora Antônia Izanira Lopes de Carvalho, uma das fundadoras da AVL, disse que conviveu de perto com Milton e destaca o potencial do trovador. “Ele foi o maior trovador de Governador Valadares; a sátira era sua marca. Lembro-me de suas crônicas voltadas para a política”, comenta.
Conhecido como o Cronista do Verso,Milton Mariano nasceu em Inhapim-MG, em 16 de dezembro de 1926. Trabalhou nas Casas Pernambucanas durante sete anos, como gerente, nas cidades de Bom Jesus do Galho e Araxá, onde se casou. Em 1954, deixou as Casas Pernambucanas e se transferiu para Governador Valadares, onde foi comerciante até 1995, quando se aposentou, com 68 anos de idade. Foi membro da Academia Valadarense de Letras (AVL), onde ocupava a Cadeira 23, cujo patrono é Soares da Cunha. O escritor também foi membro da “Colmeia Cultural Internacional” e correspondente da “Academia de Letras Flor do Vale”, de Ipaussú, São Paulo (SP). Outros diplomas importantes da literatura lhe foram outorgados, como o de Membro Titular do Colégio Acadêmico, cujo patrono é Otílio de Michelli. Milton foi colaborador nos jornais ‘O Caldense’, de Engenheiro Caldas, e ‘Tribuna Jurídica’, de Governador Valadares, além de publicar textos em prosa e verso no DIÁRIO DO RIO DOCE sobre política.
Obras:
Dentre suas obras, destacam-se: O cronista do verso; A toca dos aloprados; Trovas, sonetos e canções; Trovas sem censura; Poesia e Realidade vol. 1; Poesia e Realidade vol. 2; e A trajetória dos farsantes.
por Eduardo Lima | eduardolima.drd@gmail.com
Milton Mariano foi autor de mais de 3 mil trovas.Foto: Divulgação