Valadares: Diretor clínico do Hospital Municipal fala sobre queda no número de mortes no mês de maio

O médico Marcelo Teixeira disse que o pior momento da pandemia foi no mês de abril deste ano. Mesmo com a queda no número neste mês de maio, ele não descarta a possibilidade de uma terceira onda

A média diária de mortes pela covid-19 em Valadares no mês de maio apresentou queda em relação a abril. Em maio foram registradas entre duas e cinco mortes por dia, número bem menor que o registrado em abril. Vale lembrar que o mês de abril começou assustador na cidade. Os boletins epidemiológicos publicados diariamente pela Prefeitura Municipal mostravam um frequente aumento no número de mortes. Só no dia 12 de abril foram 18 mortes (registradas entre domingo e segunda-feira), números que se repetiram durante o mês.

De acordo com o diretor clínico do Hospital Municipal (HM), o médico Marcelo Teixeira, que está lidando com a covid-19 há mais de um ano na cidade, a queda no número de mortos e infectados no mês de maio pode ser por causa da imunização e das restrições na onda roxa. “A vacina ajudou nessa queda, mas as restrições da onda roxa contribuíram bastante. Eu entendo que a onda roxa tenha um impacto direto na economia, mas, a partir do momento em que reduz o fluxo pessoas, reduz também a taxa de transmissão.”

O médico ressalta que, mesmo sendo um mês mais tranquilo, os cuidados devem continuar, até porque há a possibilidade de uma terceira onda. “É necessário manter o distanciamento, o uso do álcool em gel e o uso correto da máscara. Tem muitas pessoas que estão tomando a vacina e já vão para a rua achando que estão protegidas totalmente. Mas não é bem assim. A vacina tem aquela margem de segurança de quatro a cinco semanas após a segunda dose, e não é descartada a possibilidade de passarmos por uma terceira onda e com novas variantes.”

A perda de profissionais na linha de frente

Toda perda é irreparável. Cada pessoa que morre é o amor de alguém. Marcelo, que trabalha diretamente na UTI Covid, conta que o desespero ficou maior quando começou a perder colegas de trabalho. “Nós passamos por momentos que nunca imaginávamos passar. Ver familiares de colegas perdendo a vida e até mesmo colegas da linha de frente adoecendo e morrendo foi  muito difícil.”

Com 16 anos de profissão, o médico nunca imaginou que passaria pelo que passou no último ano. “Nem nos meus piores pesadelos imaginei que viveríamos uma pandemia como esta. O último ano foi complicado, mas o mês de abril foi o mês mais crítico, mesmo tendo um ano de pandemia e conhecendo melhor a doença, as perdas foram inevitáveis.”

Marcelo Teixeira, que assumiu a direção clínica do hospital há pouco tempo, está vivendo os dois lados da moeda. Além de ver o sofrimento do paciente na UTI, ele também tem vivido problemas burocráticos com a falta de insumos. “Você monta uma estratégia, compra insumos e, chega na hora, o fornecedor não entrega. Aí temos que partir para o plano B. Criamos uma rede solidária para compartilhar medicamentos com hospitais da região, para tentar fazer o melhor para o paciente neste momento crítico.”

Variante indiana

O Governo de Minas informou que está internado em Juiz de Fora um paciente com diagnóstico de covid-19, infectado pela nova cepa originária da Índia. O homem se deslocou de carro de São Paulo a Juiz de Fora, em Minas Gerais. Ele teve contato apenas com sua esposa, que está assintomática, em isolamento domiciliar e sendo monitorada.

Desde terça-feira (26), a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) solicitou à Vigilância Sanitária a ampliação das medidas de fiscalização de entrada de passageiros vindos do exterior pelo Aeroporto Internacional de Belo Horizonte.

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