O sertanejo sempre foi um estilo musical dominado por homens e até hoje é difícil para as mulheres terem o mesmo espaço e visibilidade que cantores masculinos, que são a maioria. No entanto a participação feminina vem crescendo cada vez mais diante do sucesso das artistas que representam o gênero musical no país.
De acordo com a cantora e compositora Tatilane Costha, ela sofre preconceito todos os dias por ser uma mulher sertaneja e diz que não foi fácil conseguir chegar aonde chegou. “Todos os dias sofremos preconceito dentro desta indústria, simplesmente por ser mulher. Esse é um gênero bem preconceituoso, para ser realista. Se eu dissesse que foi fácil chegar até aqui, estaria mentindo. Na verdade, nada é fácil, né? Mas especialmente neste meio, as mulheres sofrem muito mais e as dificuldades são redobradas em tudo”, desaba.
Empoderamento feminino
Apesar das discriminações, a cantora acha que contribui na mudança do cenário machista dentro do sertanejo e colabora para o empoderamento feminino da indústria. “Com toda humildade, acho que contribuo para isso, sim. Tenho letras e composições interpretadas por mim que reforçam isso, que nós mulheres também temos nosso espaço e nosso valor”, afirma.
Ainda de acordo com Tatilane, é gratificante ter voz dentro do sertanejo. “Pra mim é gratificante ter voz nesse estilo musical, afinal é um nicho majoritariamente masculino. É bom saber que também tenho meu espaço e consigo representar as mulheres e suas verdades, sentimentos e vivências em forma de letras marcantes e escritas por nós mesmas”.
Segundo a artista, muitas meninas e mulheres a procuram para dizer que se inspiram no trabalho dela. “Apesar de eu não achar que tenho todo esse “poder”, sempre busco mostrar minha verdade em tudo que faço. Fico verdadeiramente feliz e honrada em saber que elas se inspiram no meu trabalho. Isso é o que me dá mais força para seguir em frente, na verdade”, confessa.
Tatilane ainda conta que também se inspirou em outras mulheres no início de sua carreira. “Desde criança eu me inspiro em mulheres da música, como a Sandy, Ivete, Wanessa Camargo e Claudia Leitte. Todas elas fizeram parte da minha trajetória. Já no sertanejo, minha primeira e maior inspiração foi a Paula Fernandes, depois Marília Mendonça e Maiara e Maraísa”.
Às mulheres que desejam seguir o mesmo caminho que a cantora, ela deixa um recado: “É preciso ser forte para enfrentar todos os desafios e seguir firme com o seu propósito. Precisamos ‘matar um leão’ por dia, eu diria, mas no final tudo vale a pena”, finaliza.