Sind-UTE protesta contra volta às aulas presenciais em Minas Gerais

Parte da escolas públicas de Minas Gerais já retornou com as atividades presenciais com alunos e professores. As instituições de ensino seguem protocolo sanitário indicado pela secretarias de estado de Educação e de Saúde. Conforme as deliberações, só podem funcionar, de forma híbrida, as unidades de ensino localizadas em cidades inseridas nas ondas amarela e verde do plano Minas Consciente, e as turmas voltam de forma gradual, iniciando-se com o 1º ao 5º ano do ensino fundamental. Inconformados, trabalhadores da educação protestaram nesta quarta-feira (30) em frente à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em Belo Horizonte, pelas 45 mil mortes por covid-19 no Estado, e criticam a volta às aulas presenciais sem que o processo de vacinação tenha avançado. O protesto foi organizado pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG).

Trabalhadores da educação protestaram nesta quarta-feira (30) em frente à Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em Belo Horizonte

No protesto, em frente à ALMG, foram colocadas 45 cruzes, uma para cada mil mortos no estado vítimas de covid-19. Além disso, também foi exposto um cartaz com os nomes de profissionais da educação vítimas da doença. O diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação subsede Governador Valadares (Sind-UTE/GV), Rafael Toledo, apoia a manifestação e reafirma que o retorno seguro só é possível com vacinação em massa de toda a população e investimento nas estruturas das escolas.

Em Governador Valadares, somente as escolas particulares estão funcionando com ensino presencial. As escolas municipais seguem suspensas por decisão judicial desde maio. As aulas estão sendo realizadas pela plataforma de ensino à distância Conexão Escola, além de apresentação de aulas na TV aberta ou pelo YouTube. As escolas públicas seguem o cronograma do Minas Consciente. O retorno gradual e facultativo na rede estadual em Minas teve início no dia 21 de junho.

Em nota, o Sind-UTE MG afirma ter denunciado a falta de condições sanitárias para o retorno presencial e fez uma homenagem a educadores que morreram vítimas da covid-19. “O Sind-UTE/MG denuncia também a lentidão na vacinação dos profissionais da Educação e da população no estado.”

De acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Minas Gerais já ultrapassou as 45 mil mortes por covid-19 e, só no dia 29/6/2021, foram 6.337 novas contaminações. Diante dessa situação crítica de contaminações e mortes, o Sind-UTE/MG reivindica com o ato a suspensão do retorno presencial na rede estadual, rapidez no processo de vacinação e o cumprimento com a execução dos recursos da educação.

Como estão sendo realizadas as aulas nas escolas públicas

De acordo com informações da Secretaria de Estado de Educação (SEE), no modelo de ensino híbrido implementado pela pasta há alternância entre o atendimento presencial e o remoto. Em uma semana os estudantes participam de atividades na escola; na semana seguinte, as unidades de ensino não têm atividades presenciais e os professores fazem o atendimento pelo aplicativo Conexão Escola. Na outra semana, as atividades voltam a ser presenciais, e assim por diante.

Também, todas as escolas aplicaram um checklist criterioso para o cumprimento dos protocolos sanitários, garantindo o distanciamento necessário, os cuidados com a limpeza do local e a disponibilização de itens de proteção individual, limpeza e higiene. Pais e/ou responsáveis, estudantes e professores podem consultar a lista de escolas estaduais autorizadas a retomar as atividades pedagógicas presenciais no site da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG).

Apesar do retorno hibrido e com os protocolos estabelecidos pela SEE/MG, Rafael Toledo discorda do retorno presencial das atividades de ensino. “Para um retorno seguro às aulas presenciais, deve-se considerar se a covid-19 está controlada e se o sistema de saúde tem condições de responder ao aumento de casos, além de condições de infraestrutura nas salas de aula. Visitamos algumas escolas em Valadares e tem escola que não tem nenhuma condição de receber alunos e professores. Sem circulação de ar, as salas são pequenas e o ambiente é perigoso. O Brasil é um país que não tem a cultura de manter distância entre as pessoas. As crianças acabam se misturando e isso contribui ainda mais para o aumento dos casos”, afirma.

Toledo acredita que a classe de profissionais da educação deve estar imunizada até setembro. “Nós, enquanto categoria, acreditamos que até o final de setembro os profissionais de educação já estejam vacinados.”

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