BELO HORIZONTE – A mineradora Samarco já destinou R$ 10 bilhões para o Acordo de Reparação da Bacia do Rio Doce nos primeiros seis meses, em ações de indenização individual, auxílios financeiros, reassentamentos e recuperação ambiental, além de repasses aos governos federal, estadual e municipal.
Entre os avanços mais significativos está a criação de novas modalidades de reparação, como o Programa Indenizatório Definitivo (PID) e o Sistema Agro-Pesca, voltado a agricultores familiares e pescadores profissionais. O PID assegura o pagamento de R$ 35 mil por pessoa física ou jurídica elegível, enquanto o Agro-Pesca prevê R$ 95 mil por beneficiário, em parcela única.
De acordo com a Samarco, foram destinados mais de R$ 1,4 bilhão em indenizações e auxílios financeiros, beneficiando aproximadamente 14,9 mil pessoas até 9 de maio de 2025. Os valores contemplam diferentes modalidades previstas no Acordo, como Lucros Cessantes, Dano Água, PIM-AFE, Novel, Auxílio Financeiro Emergencial (AFE), Auxílio Substancial Emergencial (ASE) e repasses específicos a comunidades indígenas, quilombolas e tradicionais, que somam R$ 326,3 milhões. “Nossa missão é garantir a reparação integral e definitiva a todas as pessoas elegíveis. Reparar é nosso dever e responsabilidade”, declarou Rodrigo Vilela, presidente da Samarco.
PID recebe mais de 255 mil requerimentos
O PID já recebeu mais de 255 mil pedidos entre fevereiro e maio deste ano — número quatro vezes superior à população de Mariana. Destes, 63% são de pessoas que também integram o processo judicial em curso no Reino Unido. Já foram assinados mais de 60 mil termos de adesão, com mais de 31 mil pagamentos efetuados ou programados para o dia 27 de maio.
O Sistema Agro-Pesca permanece com plataforma aberta até o dia 4 de junho, oferecendo reparação de R$ 95 mil a agricultores familiares e pescadores profissionais que se enquadram nos critérios estabelecidos.
Dos R$ 10 bilhões investidos, R$ 4,9 bilhões foram destinados diretamente aos entes públicos, contribuindo com projetos estruturantes nos municípios atingidos. Entre as ações viabilizadas está a duplicação da BR-356, importante ligação entre Belo Horizonte e Mariana. Esse montante também inclui as primeiras parcelas pagas às prefeituras que aderiram ao Acordo. Outros R$ 5,1 bilhões foram aplicados pela própria Samarco em obrigações diretas, como indenizações, reassentamentos e ações ambientais.
Reassentamentos avançam para fase final
A conclusão dos reassentamentos coletivos de Novo Bento Rodrigues e Paracatu representa outro marco do processo de reparação. Até o momento, 93% dos imóveis — entre casas, sítios, comércios e bens coletivos — foram entregues ou indenizados. Todas as obras iniciadas antes da homologação serão finalizadas até o final de 2025, e os projetos iniciados posteriormente seguirão os prazos acordados.
Além disso, 95% dos equipamentos públicos — como escolas, postos de saúde e estações de tratamento de água e esgoto — já estão concluídas e em funcionamento. Um acordo complementar com a Prefeitura de Mariana prevê R$ 108,9 milhões para custeio e operação desses equipamentos. O total investido nos reassentamentos já ultrapassa R$ 7 bilhões.
Na área ambiental, a Samarco promete entregar até julho ao Ibama o Plano de Recuperação Ambiental (PRA), que detalha as medidas para restaurar os danos provocados pelo rompimento da barragem. Entre as ações estão a recuperação de margens de rios, restauração de áreas degradadas, revitalização de ambientes aquáticos, reflorestamento compensatório de 50 mil hectares (dos quais 41,1 mil já foram cercados) e recuperação de 5 mil nascentes, com 3.716 já protegidas.
Também estão em andamento programas de monitoramento da água e sedimentos, com R$ 285 milhões investidos por meio de parcerias com Fapemig, FEST e Fundação Tamar. Desde 2018, a frente ambiental já recebeu aportes de R$ 796 milhões. Adicionalmente, estudos de viabilidade avaliam a retirada de sedimentos na Usina Hidrelétrica Risoleta Neves (Candonga).
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Mais tá colocando pescador como pid isso e errado certo pelo certo tem que pagar pelo certo sou pescador profissional tenho que ter meu direito digno