GOVERNADOR VALADARES – O melhoramento genético bovino para aumentar a qualidade dos produtos de origem animal é o principal objetivo do Crê$er Genética FIV (fertilização in vitro), projeto idealizado pela Cooperativa Agropecuária Vale do Rio Doce. A ideia é transformar a genética avançada mais acessível aos pequenos, médios ou grandes produtores.
Segundo pesquisadores da Embrapa, a fertilização in vitro (FIV) de bovinos é um procedimento semelhante à FIV em seres humanos. Com o uso da técnica na reprodução de bovinos leiteiros, o melhoramento genético pode ser encurtado em cerca de 10 anos de seleção. Desse modo, a ação também acelera a produção e a qualidade do leite.
A qualidade dos produtos de origem bovina depende da soma de fatores como nutrição, bem-estar, manejo e genética. A evolução e adaptação desses animais acontecem de forma espontânea. Porém com os avanços tecnológicos, passou a ser possível acelerar o melhoramento genético. Desta forma, o nível de produtividade de muitos pecuaristas vem aumentando de forma significativa.
“O nosso foco não está só no produto. Está, principalmente, no desenvolvimento e crescimento dos nossos cooperados, pessoas e produtores rurais. Trazer evolução para atividade leiteira aumenta nosso nível de produção e garante qualidade de vida para os cooperados e suas famílias”, afirma João Marques, presidente da Cooperativa.
Desde 2014 a instituição é pioneira no movimento de democratizar a genética de alto padrão. Posteriormente, comitivas da Colômbia e de várias regiões do Brasil vieram à Valadares para conhecer o projeto e os seus benefícios.
Entenda o processo
No procedimento, a vaca é submetida a estímulo ovariano para produzir múltiplos óvulos. Esses óvulos são coletados e fertilizados em laboratório com sêmen de touros de alto padrão genético. Os embriões resultantes, após a fertilização, são cultivados in vitro por alguns dias antes de serem transferidos para vacas receptoras ou congelados para uso futuro. No caso da pecuária de leite, o objetivo é alcançar o máximo de gestações positivas de fêmeas.
Até o ano de 2022, foram mais de 9.000 mil prenhezes totais e mais de 8.000 mil prenhezes de fêmeas confirmadas. Neste tempo, as Rodadas de FIV da Cooperativa resultaram numa média de 792 bezerras de genética elevada. Posteriormente, além dos aumentos significativos na produção de leite, a FIV contribui para a valorização do gado dos produtores, que podem comercializar bezerras, novilhas e vacas com maior valor de venda.
Em 2023, as duas primeiras Rodadas de FIV da Cooperativa já resultaram em 687 prenhezes positivas de fêmea. Em comparação com as duas rodadas iniciais de 2022, houve um aumento em cerca de 40% no número de prenhezes de fêmea. Isso demonstra que os produtores estão percebendo na FIV uma grande oportunidade de crescer na atividade rural.