Professora é agredida com um tapa no rosto por mãe de aluno em Valadares

Mãe de aluna agride professora  por não gostar do modo como a filha foi tratada
FOTO: Reprodução/ Redes Sociais

GOVERNADOR VALADARES – Ao longo desta semana, professoras e profissionais da Escola Municipal Pastor Fabiano Alves realizaram diversos atos de manifestação como repúdio à agressão a uma professora de uma instituição em Valadares. A unidade de ensino, no bairro Vila dos Montes, funciona como creche e pré-escola para alunos dos anos iniciais, com idade de 1 a 5 anos. Foi neste local, que no dia 25 de março, no final do horário das aulas, uma mulher, de 32 anos, mãe de um aluno, agrediu uma professora de 41 anos com um tapa no rosto.

O caso aconteceu na semana passada. Mas as marcas da agressão e a indignação de professoras e profissionais da escola municipal seguem até os dias de hoje. O que gerou uma comoção e mobilização com o pedido de respeito aos professores. Em um vídeo publicado nas redes sociais da escola, nessa terça-feira (2), todas as professoras se vestiram de preto e vestiam a palavra respeito. O vídeo em questão já ultrapassa de 20 mil visualizações e 500 comentários. (Clique aqui e veja o vídeo)

Na manhã desta sexta-feira (5), mais uma vez, as professoras da Escola Municipal Pastor Fabiano Alves realizaram um ato de manifestação contra a violência dentro da escola. E, principalmente, contra as profissionais da educação. Novamente, as professoras reforçaram o pedido de respeito e se solidarizaram com a colega de trabalho vítima de agressão dentro da escola.

Sobre a agressão

De acordo com as informações da Polícia Militar, a professora do educandário relatou que foi agredida pela mãe de um aluno, com um tapa no rosto. Em seguida, após a identificação da mulher, os militares seguiram até o endereço dela. Os policiais escutaram a versão da história da mãe. Ela disse não ter gostado do modo como a professora tratou ela. Ao questionar o tratamento, a mulher também não teria gostado da forma como a professora respondeu. Por isso o motivo da agressão. 

Sobre o caso, a Polícia Civil informou que “a Polícia Militar lavrou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). Já que o fato imputado configura contravenção penal, denominada vias de fato. Dessa forma, a suposta autora assinou o TCO e comprometeu-se a comparecer no Juizado Especial Criminal, com dia e hora marcados”.

Versão da vítima

Nesta segunda-feira (8), o DRD conversou com a professora que foi vítima da agressão, que apresentou a sua versão dos fatos. A professora de 41 anos esclareceu que atua na instituição de ensino de forma eventual, quando a professora titular está ausente. Sendo assim, o contato dela com os alunos só acontece quando ela atua como professora substituta. Além disso, a professora contou que a agressão aconteceu sem motivação alguma e que não conhecia a mãe da criança.

Relato para a polícia

De acordo com o relato da vítima no boletim de ocorrência, a agressão aconteceu no momento em que a professora estava liberando os alunos aos pais no portão da escola. A professora conta que a mãe chegou para buscar o filho falando no celular e ficando desatenta. O filho foi liberado para ir de encontro à mãe que estava em frente ao portão da escola, mas neste momento ela se virou de costas e o filho precisou chamar a atenção da mãe pra ser notado.

Em seguida a mãe se descontrolou, teve um ataque de fúria e foi na direção da professora apontando o dedo no rosto da vítima; a mulher ainda fez ameaças e, na sequência, deu um tapa no rosto da professora. Consta no boletim de ocorrência que a mãe do aluno recorrentemente tem causado problemas – principalmente tratando com falta de respeito – com os funcionários da escola e professores.

“Eu só cubro falta de professores que não podem estar no dia, eu só entro em sala o dia que faltou o professor da turma e eu nem sou professora da criança, da mãe que me agrediu. Isso é uma coisa que eu quero que fique claro. E foi sem motivo, ninguém acredita, mas tem muitas testemunhas. Foi sem motivo algum. Eu não fiz nada, nem respondi à mulher mal. Se eu tivesse pelo menos dado uma resposta, né? Ainda assim não justificaria a agressão”, disse a professora.

Posicionamentos 

Ao DRD, a Secretaria Municipal de Educação informou que todas as medidas legais estão sendo tomadas sobre o caso. “A Prefeitura, por meio da Secretaria de Educação (SMED), repudia qualquer ato de agressão contra os servidores e solidariza-se com a professora da Escola Municipal Pastor Fabiano Alves que foi agredida. A SMED ressalta, ainda, que todas as medidas legais, como boletim de ocorrência, foram feitas pela direção da escola e lamenta o ocorrido”. Ainda de acordo com a secretaria, a professora retomou os trabalhos na escola normalmente e segue atuando no educandário.

O Sindicato dos Servidores Municipais de Governador Valadares (Sinsem-GV) também se manifestou sobre o caso. Pelas redes sociais, o sindicato manifestou solidariedade à professora. E, além disso, destacou que a agressão não é apenas um ataque à professora e, sim, a todo o ambiente escolar. “O Sindicato dos Servidores Municipais de Governador Valadares (Sinsem-GV) manifesta sua solidariedade irrestrita à professora agredida e a todos os profissionais da educação que, diariamente, dedicam-se incansavelmente ao ensino e à formação de nossas crianças e jovens. A agressão física a um educador é um ataque não apenas à pessoa agredida, mas também à integridade de todo o corpo docente e ao ambiente escolar como um todo”, disse em nota o Sinsem-GV. 

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