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Professor apresenta trabalho sobre primeiro jornal de Minas Gerais na Academia Mineira de Letras 

FOTO: Divulgação Univale

Emerson Eller, professor do curso de Design, participou de mesa-redonda para apresentar pesquisa sobre o jornal Compilador Mineiro

GOVERNADOR VALADARES – Para celebrar a história do primeiro jornal de Minas Gerais, a Academia Mineira de Letras apresentou o seminário “Compilador Mineiro, 200 anos” nos dias 30 e 31 de outubro (segunda e terça-feira), fomentando discussões sobre o passado, o presente e o futuro das diversas formas de produção e de leitura no jornalismo mineiro. O encontro foi gratuito e contou com mesas-redondas e com o lançamento do livro “Minas impressas: os tardios jornais mineiros”. Dentre os convidados, o professor dos cursos de comunicação da UNIVALE, Emerson Eller, participou da mesa 01, “Arquivar, criticar, descolonizar: práticas e pesquisas”, ao lado de docentes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

“O convite chegou até mim em nome do curso de Comunicação e da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG, por meio do professor Bruno Martins, curador do evento e professor no Departamento de Comunicação Social da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais (DCS/Fafich/UFMG). Tenho contato com ele desde o meu mestrado, quando ele participou da minha banca de avaliação em 2014. Após a minha apresentação no encontro da Rede Latinoamericana de Cultura Gráfica, ele veio pessoalmente e fez o convite”, explicou Emerson.

Conheça a história do Compilador Mineiro

Impresso na Tipografia Patrícia de Barbosa, o Compilador Mineiro surgiu em Ouro Preto no ano de 1823, sendo o primeiro jornal de Minas Gerais. Emerson conta que a imprensa no Brasil se desenvolveu de maneira tardia, após a transferência da Coroa para o Rio de Janeiro e a concessão da permissão para a criação de jornais. “O Compilador Mineiro se destacou nesse contexto, já que ele foi impresso de maneira improvisada e com maquinários e utensílios produzidos pelos próprios fundadores: José Joaquim Viegas de Menezes e Manuel José Barbosa Pimenta e Sal”.

Em sua pesquisa de doutorado, o professor contou que, na ocasião, os fundadores do jornal utilizaram diversos tipos de letras de metal originais para a impressão do material gráfico. Além da parte histórica, Emerson também analisou o desenvolvimento, as origens dos tipos e dos artefatos usados no Compilador Mineiro. 

“A tipografia, nesse contexto, se referia ao estabelecimento comercial que fazia as impressões com o uso de tipos móveis, técnica de impressão que utiliza blocos de letras que são agrupados para formar palavras ou frases; uma espécie de carimbo, onde cada letra é uma peça individual e pode ser unida a outras para formar um composição”, explicou Emerson. 

A relação da pesquisa com o Seminário Compilador Mineiro, 200 anos

Como resultado prático da sua pesquisa, o professor reconstruiu as fontes utilizadas na impressão do Compilador Mineiro, criando uma fonte tipográfica digital, como a Times New Roman e a Arial. “A minha fonte se chama Itacolomi, pois em 1824 o Compilador passou a se chamar Abelha do Itacolumy. Além de investigar o surgimento da Tipografia Patrícia de Barbosa, que deu origem ao jornal, eu discuto como é possível olhar para o passado e ressignificá-lo na contemporaneidade. Durante minha apresentação, meu objetivo foi apresentar a tipografia a partir de um contexto histórico brasileiro, trazendo para o debate a produção de fontes no contexto digital”, ressaltou Emerson.

A tese do professor foi finalista no Prêmio Museu da Casa Brasileira, em 2020, e a oportunidade de participar do Seminário ‘Compilador Mineiro, 200 anos’, apresentando sua pesquisa, é de enorme gratificação. 

“É uma oportunidade de dialogar com outros pesquisadores, de conhecer outras abordagens e poder ouvir sobre outras pesquisas em desenvolvimento, que demonstram excelência no nosso estado. Muitas das questões relacionadas ou inseridas no contexto da comunicação têm raízes históricas. Nossa cultura gráfica e visual é profundamente influenciada por elementos do passado, muitos dos quais estão intrinsecamente ligados a questões coloniais. Por isso, a compreensão da história desempenha um papel vital na interpretação e na resolução de uma variedade de questões contemporâneas”, ressaltou Emerson.

Arquivar, criticar e decolonizar

Com o objetivo de promover diálogos enriquecedores sobre diversas abordagens, a mesa-redonda “Arquivar, criticar e descolonizar”, relacionou impressos, narrativas históricas e artefatos de outras épocas a partir de um olhar contemporâneo. “Fiz um trabalho de pesquisa histórica, traçando um panorama de como foi a instalação da imprensa no Brasil. O foco principal foi tratar sobre a fundação e a criação deste empreendimento em Minas Gerais, que deu origem ao jornal Compilador Mineiro”, explicou Emerson.

FOTO: Divulgação Univale

O professor ressaltou que a sua pesquisa foi um trabalho de resgate e de interpretações tipográficas, como uma releitura construída para ser útil nos dias atuais. “Observei o material da Tipografia Patrícia de Barbosa e me inspirei para poder criar uma fonte. Isso chamou muito a atenção para a discussão de como o passado pode servir como matéria para propormos coisas novas e que, de certa forma, auxilia na produção de inovações nos dias atuais”, comentou Emerson.

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