A pupunha, típica da Floresta Amazônica peruana, está ganhando cada vez mais espaço no Vale do Aço. A planta se adaptou bem ao clima da região e tem despertado a atenção dos produtores rurais de Inhapim. E o interesse dos produtores não vem à toa: a pupunha é mais barata de produzir e poderá, futuramente, gerar uma renda maior do que as tradicionais culturas da região.
Outras atividades, como a cafeicultura, por exemplo, ainda são destaques na região, mas já tem gente pensando em trocar de lavoura ou conciliar as duas práticas. O interesse levou 18 produtores rurais a solicitarem o curso de Exploração de Pupunha / Implantação e Tratos Culturais. A reivindicação feita junto ao Sindicato dos Produtores Rurais de Caratinga foi atendida por meio da parceria com o Senar Minas.
“Foram duas turmas. A primeira, de segunda (18) a quarta (20), composta por nove produtores da Comunidade Boa Sorte, em Tabajara, distrito de Inhapim; e a segunda, que teve início nesta quinta-feira (21) e termina no sábado (23), com o mesmo número de pessoas, contou com participantes da Comunidade Córrego dos Sampaio, no distrito de Jerusalém, também de Inhapim”, explicou o mobilizador Wagner Teixeira Pinto.
Produção e geração de renda
O professor Milton Edgar Pereira Flores, do Departamento de Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Viçosa (UFV), instrutor nos dois eventos, explica que, depois do plantio do palmito pupunha, em até dois anos a colheita pode ser realizada. “Na verdade, a primeira safra já estará disponível após 18 meses. Esse é justamente o tempo que faz que alguns participantes deram início a essa produção. Agora eles buscam se capacitar, já que estão iniciando esse cultivo. Eles ainda têm o palmito pupunha como segunda fonte de renda, mas buscam ampliar essa produção e quem sabe fazer dela a principal fonte de renda”, afirma o instrutor.
Milton Edgar explica que a pupunha dá como uma touceira de banana. “E, depois de cortada, a planta brota novamente, ao contrário de outras palmeiras. Uma mesma cultura pode produzir por mais de 20 anos. O corte é feito quando a planta tem de 1,8 a 2 anos, porque, depois de certo tempo, ela passa a produzir madeira, e não palmito”.
O mobilizador Wagner Teixeira ressalta que o comércio do palmito pupunha ainda engatinha na região. “Por enquanto, o comércio dessa produção acontece em pequenos comércios da região, supermercados, mas já há uma procura de intermediários que visitam as propriedades com o interesse de comprar o produto. Por isso, esses participantes buscam essa capacitação e já pensam em criar uma pequena agroindústria para escoar a produção de palmito pupunha”, revela.