Presidente do TSE encerra 1º semestre e afirma: “Apoiar a urna eletrônica é defender a democracia”

Barroso lembrou que as urnas eletrônicas vieram para acabar com as fraudes, que eram corriqueiras no tempo do voto de papel

Na sessão extraordinária de julgamento que encerrou, na tarde de quinta-feira (1º), o primeiro semestre forense de 2021 no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, destacou o empenho do Tribunal para demonstrar, à sociedade brasileira e ao Congresso Nacional, a lisura de todas as eleições e do sistema eletrônico de votação que é adotado no país. Segundo ele, o interesse da Justiça Eleitoral é a “defesa da democracia, pela qual todos devem ter o dever de lutar e preservar”.

O ministro lembrou que as urnas eletrônicas vieram para acabar com as fraudes, que eram corriqueiras no tempo do voto de papel, e frisou que, desde que o voto eletrônico foi implementado, há 25 anos, nunca se registrou ou se documentou nenhuma fraude eleitoral. Ele também reforçou que os equipamentos não são conectados a nenhuma rede, além de serem totalmente auditáveis, em diversos momentos do processo eleitoral, antes, durante e depois da votação.

Barroso destacou que diversos segmentos da sociedade civil – inclusive todos os partidos políticos – são convidados a participar da elaboração dos programas de computador que são empregados em cada eleição. “Normalmente, os partidos não mandam os seus representantes por um motivo muito simples: pela absoluta confiança no sistema”, afirmou, ao informar que agora o TSE está insistindo para que todas as legendas políticas venham, de fato, participar da elaboração dos programas para as Eleições Gerais de 2022 e as demais que se seguirem.

Diálogo permanente

De acordo com o presidente do TSE, tanto ele como os demais ministros da Corte Eleitoral estão empenhados para garantir o fortalecimento e a lisura do sistema de votação vigente e que, para tanto, entre outras medidas, mantêm diálogo transparente com as lideranças partidárias brasileiras. “Nenhum de nós é candidato a coisa alguma e, enquanto juízes, não temos nenhum tipo de preferência. Nós fazemos isso porque achamos que isso protege a democracia brasileira. Portanto, nós temos conversado aberta e francamente com as lideranças políticas para demonstrar a posição que o TSE vem sustentando”, afirmou.

Nos últimos meses, o TSE recebeu diversos parlamentares, de diferentes correntes partidárias e suas lideranças, demonstrando o diálogo constante e respeito junto aos representantes do legislativo. Foram realizadas audiências com o presidente da Câmara, deputado federal Arthur Lira (PP-AL); com os presidentes do DEM, do MDB, do PSDB, do PDT, do PSB, do PSD, do PT, do Psol, do Republicanos, do Solidariedade, do Podemos e do PL; com o líder da bancada evangélica, deputado federal Cezinha de Madureira; e com diversos deputados federais, além de outros representantes do parlamento.

Sobre o voto impresso, o ministro ressaltou que, nos termos em que está sendo discutida pela Câmara dos Deputados, a medida não serve como um instrumento de auditoria, porque é menos segura do que o objeto que visa auditar. Salientou, ainda, que, se a urna eletrônica estiver fraudada, vai, igualmente, fraudar o voto que imprimir, de maneira que a auditoria pretendida seria, na prática, ineficaz.

Assim como já destacado na Comissão Geral na Câmara dos Deputados e em recente visita de parlamentares ao TSE, Barroso reafirmou que a decisão de uma possível alteração do sistema eletrônico eleitoral é prerrogativa do Poder Legislativo, mas que cabe à Corte eleitoral apresentar fundamentos legítimos que demonstram a segurança do processo vigente. 

Pandemia de Covid-19 

No início da sessão de encerramento, depois de agradecer aos demais ministros, servidores e colaboradores da Casa e dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), bem como aos membros do Ministério Público Eleitoral (MPE) e aos advogados que atuam no TSE, Barroso destacou que, mesmo diante da pandemia de Covid-19, que já custou mais de 516 mil vidas brasileiras, a Corte manteve o seu funcionamento. Ele manifestou a sua solidariedade a todas as famílias atingidas pela pandemia e desejou que a vacinação, embora tenha chegado tardiamente, possa salvar muitas vidas. “E, quem sabe, em muito breve, permitir que o Tribunal Superior Eleitoral volte a ter suas sessões presencialmente”, completou. 

Desinformação e participação feminina

O combate à disseminação de notícias fraudulentas e de discursos de ódio no processo eleitoral também foi destacado pelo presidente do TSE. Ele informou que a Corte Eleitoral continua em contato com as plataformas tecnológicas para aprimorar os mecanismos de controle das fake news, das campanhas de desinformação e de ódio, com ênfase no monitoramento dos “comportamentos coordenados inautênticos”, ou seja, o uso dos robôs, perfis falsos e impulsionamentos ilegais. 

As campanhas de incentivo à participação feminina na vida política do país também foram lembradas por Barroso. “Nós temos apenas 15% de mulheres no Congresso Nacional: é uma média bem abaixo da média da América Latina”, apontou, ao afirmar que é necessário caminhar para a paridade de gênero na sociedade brasileira. Ele também destacou a campanha de combate à violência na política, que conta com a participação da atriz Camila Pitanga. 

A recente nomeação da advogada Maria Cláudia Bucchianeri Pinheiro para uma vaga de ministra substituta do TSE foi apontada por Barroso como uma das ações para promover a paridade de gênero na Corte Eleitoral. A lista tríplice enviada para a escolha do presidente da República continha apenas nomes de mulheres juristas. 

Identificação Civil Nacional

projeto da Identificação Civil Nacional (ICN), que usará o banco de dados biométricos da Justiça Eleitoral para unificar os documentos de identidade dos brasileiros também foi citado pelo ministro. Segundo ele, a ICN facilitará muito a relação dos cidadãos com o Poder Público e com a iniciativa privada, evitando fraudes. Barroso informou ainda que 111 milhões de brasileiros já foram identificados biometricamente pela Justiça Eleitoral. 

Por fim, o projeto Eleições do Futuro – que busca baratear as urnas eletrônicas –, o Grupo de Trabalho de Sistematização das Normas Eleitorais (GT-SNE) – coordenado pelo vice-presidente do TSE, ministro Edson Fachin –, os estudos para a adequação do TSE à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) e o programa de sustentabilidade para a Justiça Eleitoral também foram mencionados. (TSE)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

[the_ad_placement id="home-abaixo-da-linha-2"]

LEIA TAMBÉM