Presidente da Associação Comercial questiona ações do Governo do Estado e lamenta situação no comércio de GV

Jackson Lemos, presidente da ACE-GV, prevê fechamento de mais lojas se a onda roxa continuar

As restrições da onda roxa já duram quase 30 dias em Governador Valadares. Nas ruas do Centro o setor varejista sobrevive até onde pode. Empresários já não sabem decidir se abrem as lojas ou entregam o ponto comercial. Em entrevista ao DRD, o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Governador Valadares (ACE-GV), Jackson Lemos, afirmou que os impactos econômicos são imensos, piores do que em 2020, principalmente, para os pequenos negócios, e fez uma previsão: se não houver flexibilização das medidas, mais lojas fecharão as portas semana que vem.

Desde o início da pandemia, a Associação Comercial e Empresarial de Governador Valadares (ACE-GV) tem buscado diálogo com o governo estadual, para os empresários não sofrerem tantos prejuízos na pandemia. No entanto, segundo Jackson, o governo não tem se demonstrado aberto ao diálogo com o setor empresarial. “No fim de março todas as Associações Comerciais do Estado estiveram reunidas com o governador Romeu Zema (Novo), e já foi colocada essa necessidade e demonstrado que, ao contrário de festas em chácaras, aglomerações em casas de amigos, reuniões particulares, o comércio que adota todos os protocolos não é um grande vilão”, afirma.

Poucas lojas da rua Marechal Floriano estão abertas. A maioria atende via telefone e entrega delivery

Inicio da onda roxa

A onda roxa foi decretada em todo o Estado no dia 17 de março. A decisão foi tomada pelo Comitê Extraordinário Covid-19 do governo estadual, grupo que se reúne semanalmente para avaliar a situação da pandemia no Estado. Só estão permitidos funcionar os seguintes serviços:

  • Setor de alimentos (excluídos bares e restaurantes, que só podem via delivery);
  • Serviços de Saúde (atendimento, indústrias, veterinárias etc.);
  • Bancos;
  • Transporte público (deslocamento para atividades essenciais);
  • Energia, gás, petróleo, combustíveis e derivados;
  • Manutenção de equipamentos e veículos;
  • Construção civil;
  • Indústrias (apenas da cadeia de atividades essenciais);
  • Lavanderias;
  • Serviços de TI, dados, imprensa e comunicação;
  • Serviços de interesse público (água, esgoto, funerário, correios etc.)

Algumas cidades do Triângulo do Sul de Minas já regrediram para a onda vermelha devido a queda nos números da doença. Em Governador Valadares, porém, os indicadores estão cada vez piores e continua sem vagas nas UTI’s (Covid) na rede pública e privada de saúde. Já são 21.134 casos confirmados e 821 mortes, sendo que 109 mortes ainda estão em investigação.

Jackson diz que compreende a necessidade das medidas mais rigorosas no Estado, mas ressalta que tão importante como o controle da pandemia são as medidas para ajudar os comerciantes, que a cada dia acumulam mais prejuízos. “O Governo do Estado acha que vai resolver o problema da covid 19 fechando o comércio. A ACE-GV acredita que o governo deveria agir no foco do problema, colocar toda sua contingência policial para fiscalizar todos os locais que estão desrespeitando as normas sanitárias, e não fechar o comércio. Ficam transformando o comércio em vilão”, disse.

Conforme Lemos, o impacto da pandemia entre pequenas empresas tem grandes consequências para a economia em Valadares. Cerca de 80% da receita do município vêm do comércio. “Nós fomos obrigados a entrar no Minas Consciente em 2020. No ano passado, a ACE-GV juntamente com CDL-GV e o Sindicomércio entraram com ação e obtivemos uma liminar, através do STF, de devolver aos municípios o poder de decisão sobre as ações tomadas em relação à covid. Quando as decisões eram tomadas em nível municipal tudo era fiscalizado e os comerciantes tinham que obedecer algumas regras. Agora o governador que editou a onda roxa como medida impositiva. Portanto não cabe mais a nós editar essa regra. Pode ser legal do ponto de vista jurídico, mas a meu ver não é imoral e prejudica o comerciante”, explica.

“O empresário não aguenta mais pagar as contas, vai ter gente fechando lojas nos próximos dias em Valadares.”

Jackson Lemos (ACE-GV)

Semana será de definições

Jackson revelou que a partir desta segunda-feira (12) haverá reuniões com o setor comercial novamente. Mas não revelou os assuntos que serão pautados. “Do jeito que está não dá mais. Não admitimos ter decisões tomadas em Belo Horizonte, sendo que não sabem como as coisas estão por aqui. A partir de segunda (12) serão realizadas reuniões importantes”, concluiu.

Conforme Lemos, o impacto da pandemia entre pequenas empresas tem grandes consequências para a economia de Valadares

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